Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

5 de maio de 2018

Ferramente de um Iniciado!


Transcrito, com a devida vénia, da Revista Maçónica Virtual "A Arte Real", Ano XII, nº96-Abril/2018
Ferramente de um Iniciado!
 de Francisco Feitosa

Neste momento em que o mundo vive uma dualidade de opiniões, em que se você não for a favor de uma ideia imposta, já é considerado um contrário, adversário, inimigo; onde os interesses de alguns se sobrepõem ao raciocínio das massas - se é que essas fazem uso disso, percebemos uma atmosfera de rancor, de ódio, de desarmonia entre as pessoas. Uma energia pesada, tamásica que, como uma nuvem escura, anuncia uma enorme tempestade a nos envolver, desequilibrando, em muito, o nosso emocional.
A humanidade atravessa o vale das trevas de uma Kali Yuga anunciada, resgatando um Carma Coletivo acumulado por épocas. Tudo o que está acontecendo, nada mais é do que os reflexos de nossas próprias atitudes, em algum momento da história. Se vivemos em determinado país; se somos parte de determinada família, grupo de pessoas, associação ou Ordem, não é por um simples acaso. Tudo está medido, contado e pesado no que preceitua as Leis do Criador.
Este preâmbulo se justifica pelo temário desta edição – Egrégoras. Como citado no Editorial, um assunto abstrato, conhecido de muitos e entendido por poucos, sendo contestado por alguns mais céticos. Nossa ousadia em abordar tal tema, ancora-se na preocupação de seu real entendimento, devido ao desconhecimento de muitos, sobre o poder do pensamento, da força mental emanada em um propósito, que poderá ocasionar consequências terríveis.
Abrimos este texto falando do momento de incompreensão e intolerância em que vive a humanidade. Saber um pouco mais sobre do que se trata o termo “egrégoras”, na prática, poderá lhe ser muito útil para tomar uma postura mental, diante dos mais adversos acontecimentos, além de melhor dirigir as emanações de suas energias mentais, em prol de um determinado propósito, em especial, no interior de nossos templos.

Um pintor antes mesmo de iniciar a pintura um quadro, já o fez em sua mente. Apenas, irá passar para a tela aquilo que já projetou mentalmente. “Cogito, ergo sum” - Penso, logo existo, dizia René Descartes.
Respeitando as opiniões contrárias, o termo egrégoras, que será bem definido e conceituado por diversos autores, das matérias selecionadas para esta edição, é, de fato, controverso e, por ser abstrato, de difícil entendimento para alguns. Em se falando em nossa Ordem, um dos propósitos dos trabalhos realizados em nossos templos é o aperfeiçoamento do homem, em especial, no aspecto espiritual. A iniciação, como o termo bem a define, é a “ação de iniciar” o encontro dos EUS, o eu material e o Eu Espiritual, melhor dizendo, o Encontro de D’Eus, um processo eucarístico, à guisa do início do Caminho de volta à Casa do Pai. Para este fim, nossos rituais, através dos ensinamentos em determinados graus, visam nos proporcionar ferramentas para o desenvolvimento de nossas potencialidades. Se entendermos o ser humano, apenas, pelo seu aspecto físico, de fato, será impossível compreender o que venha a ser egrégoras. Se tivermos o entendimento de que sua manifestação é trina, em corpo (físico), alma e espírito, esse assunto já ficará um pouco mais
acessível, porém, se o estudarmos mais a fundo, em seu aspecto setenário, projetar-se-á a luz necessária para seu real entendimento.
Temas abstratos, jamais, poderão ser compreendidos através da mente comum, concreta, analítica. Razão, em um processo iniciático, da necessidade do despertar da mente abstrata. No Simbolismo, a pressa de se chegar à “plenitude dos direitos maçônicos”, ao Grau de Mestre, impossibilita ao postulante de melhor entender o real propósito da Iniciação. Quando atentarmos para a necessidade de o despertar da Quinta Essência, o nosso 5º Princípio, que é nosso Mental Abstrato, tais temas, como egrégoras e outros que transcendem a nossa mente concreta, não mais serão ignorados e até tratados, por ignorância, de forma jocosa, lamentavelmente, pelos “pseudos-iniciados”. Voltando ao preâmbulo, deparamos com a dualidade de opiniões e posturas agressivas, intolerantes e desrespeitosas adotados por parte da população, atualmente. Racismo, homofobia, facções políticas, fanatismo religioso, crimes em massa, e os verdadeiros campos de guerra que se tornaram as partidas de futebol. Tudo isso gera um aglomerado de pensamentos de ódio, de aversão. A união desses
pensamentos, através das massas, toma forma e influencia as pessoas que os alimentam e o ambiente
ao redor, em si. Em especial, este momento que atravessa nosso país, não poderemos, jamais, deixar-nos contaminar por essa forma-pensamento gerada, que vem criando um egrégora do mal, produzido
por esses grupos. Embora, suas medíocres ações nos tragam indignação, consternação e outros
sentimentos adversos, em hipótese alguma, poderemos vibrar pensamentos negativos contrários.
A oportunidade é de se buscar o equilíbrio, emanando vibrações positivas para a humanidade,
a fim de contrabalancear o peso energético deste período apocalíptico.
Como iniciados que somos, façamos uso da ferramenta que, ao longo de nossa caminhada iniciática nos foi apresentada e, por cada um, pelos menos, deveria ser aperfeiçoada, para tal fim – “o nosso mental”, com o qual deveremos canalizar vibrações de Luz e mentalizações positivas, impulsionando preces, mantras, conforme a convicção religiosa de cada um, para a reconstrução e ordenação dos reais valores para uma vida em harmonia. Que o temário “egrégoras”, abordado nas matérias desta edição, possa te elucidar quanto à importância de se manutenir uma correta postura mental em nossas ritualísticas, assim como, diante das mais adversas situações no mundo profano.
Reflitamos meus Irmãos! Afinal, o nosso trabalho, junto à Grande Obra do GADU tem como um dos
principais propósitos o de “tornar feliz a humanidade”, livrando-a dos grilhões da ignorância. Que isso se cumpra em nome da Lei Justa e Perfeita!
Francisco Feitosa

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