Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

28 de janeiro de 2018

Choremos, Choremos, Choremos!!!


No seguimento da comunicação de ontem sobre a passagem ao Oriente Eterno do N. Q. Ir. Edmundo Pedro, prestam-se as seguintes informações, solicitando-se a ampla difusão:

• O corpo do Nosso Ir. será velado nas instalações do Centro Cívico Edmundo Pedro sito na Rua Conde Arnoso, 5 em Alvalade, Lisboa.
• Hora de início do velório: 17:00 H
• Às 20:00 H será realizada a Cadeia de União, a que o Sapientíssimo Grão-Mestre se associará.
• Amanhã, 2ª F, pelas 17 horas, seguirá para o Cemitério do Alto de São João em Lisboa, onde será cremado.

25 de janeiro de 2018

O Calendário e a Luz-Uma reflexão


 “O presente poderia ser entendido como o ponto de acumulação de todo o passado, e que estaria grávido de todo o futuro-“
 “O Tempo Filosófico” – Philippe Deschamps
in: “O Tempo” – Obra coletiva
 O tempo sempre foi para o Homem um grande mistério.
 Somos nós que passamos por ele? Ou é ele que passa por nós, connosco no eterno presente?
 De acordo com Gaston Bachelard o tempo é o tema da predileção dos filósofos e metafísicos. Ele expressou isso mesmo quando afirmou: “ A reflexão sobre o tempo é a tarefa preliminar de toda a metafísica.“ Acrescento, a começar pela Cosmogénese, pelo princípio, naturalmente quando o tempo começou a poder ser contado.
 Para o entendimento do tempo Aristóteles deu uma importante contribuição quando o definiu: “o tempo, se não é o próprio movimento, é o seu número calculado, isto é, o resultado da sua medição“. Dizia ele que há uma permanente troca entre os dois princípios, movimento e tempo, porque um é medido pelo outro. Uma vez que todo o movimento se opera no espaço, também a dicotomia espaço – tempo estaria presente na sua concepção do problema.
 Ganhamos consciência do tempo pelo facto do movimento representar uma sucessão contínua, definida como um antes e um depois. Aristóteles fornece a seguinte definição: “O tempo é o número do movimento conforme o antes e o depois.”
 A história da humanidade e do tempo são inseparáveis. Sem ele não haveria história nem futuro. O tempo impõe-nos os ritmos da vida diária e é através dele que vemos chegar os dias e as noites, os ciclos naturais, o tempo de semear e de colher, enfim…
 Através da observação da natureza e do movimento dos astros, o homem concluiu que há um retorno natural das coisas ao seu ponto de origem. Esse facto levou a que os antigos tivessem um raciocínio muito linear e que pensassem que, uma vez que os movimentos celestes se repetiam, então o universo e mundo seriam eternos. Por outro lado, como todos os astros voltam à sua posição inicial, então todos passam de novo pelo mesmo estado, estando assim justificada a “Lei do Eterno Retorno”. Lei que aplicada ao ser humano levaria a que, ao nascimento se seguisse a morte e, a esta, alguma forma de renascimento.

Há no entanto um tempo que podemos definir como estacionário, o presente absoluto, o tempo fora de tempo e por isso atributo de Deus. Aliás este tempo presente, o eterno presente, é considerado tão sagrado que os próprios hebreus não fazem uso dele: na língua hebraica os verbos não se conjugam no presente (A forma base para os verbos é a terceira pessoa do pretérito imperfeito, no masculino do singular). Numa aceção mais profana, podemos dizer que as grandes nações são aquelas que conseguiram dominar o tempo, porque o domínio do tempo é poder. Relembre-se a grande ruptura social que foi a Revolução Francesa e como então se modificaram as bases do calendário usado em França. Não terá sido também por acaso que a França e a Inglaterra decidiram fundar o Instituto das Longitudes. A longitude é a diferença de tempo entre o tempo local e um tempo tomado como origem (padrão), donde surgiu a ideia de construir os “guarda-tempos” a que chamamos relógios.

17 de janeiro de 2018

ENTRE COLUNAS IRMÃOS


Com a devida vénia e respectiva autorização transcreve-se mais um Poema de Adilson Zotovici:


De revelações congruentes
Sobre legado imutável
Por Mestres mui sapientes
Concebi algo notável

Discorreram  o Venerável,
Os Canteiros e o Orador...
Em tom  firme mas, afável
Sobre algo de valor

Que no Templo de Esplendor
Que Graça o Grande Arquiteto
Há um traço divisor
Da terra ao infindo teto

Que um lugar bem discreto
Entre o norte e o meio dia
Do oriente ao ocidente afeto
Eixo da confraria

Paragem que propicia
Falar de alegria ou lamento
Ao livre pedreiro em vigia
Perenal em juramento

Pra ficar bastante atento
Alheio à ideia remota
Ser algo de bronze ou cimento
Tal qual a Be e a Jota

Desse corolário brota
Corrente de almas, de mãos,
Pois, “Entre Colunas” denota...
Que é... “ estar entre irmãos” !

Adilson Zotovici

16 de janeiro de 2018

Reflectir e Construir


Em Janeiro de 2017, no Algarve, houve lugar a um debate sobre questões que tocam o Universo Maçónico e não só. Com a devida autorização do Redactor do Documento (Ir.'. José João a representar os restantes Autores do mesmo) que serviu de base ao diálogo que se segiu, aqui se transcreve o «Reflectir e Reconstruir».
Breve Introdução
 A. A iniciativa que hoje aqui nos trás foi amadurecido ao longo de meses de reflexão, intenso debate e procura de consensos relativos à eleição de quais os grandes temas, independentemente das vias que venham a ser seguidas, que influenciarão os destinos da nossa Aug:. Ord:. no futuro, a médio e longo prazo, entendendo-se aqui como consensos aqueles cuja natureza e método de construção são virtuosos e resultantes da incessante demanda,  em ambiente fraterno, sereno,  de Paz, Harmonia e Concórdia entre Maçons Livres, trabalhando a Pedra Bruta em Lojas Livres e soberanas, sem prejuízo, obviamente, da liberdade de consciência, de pensamento e de expressão de cada um de nós. Liberdade essa que, para um Maçon, é um direito e um dever inalienáveis da sua condição de Homem Livre e de Bons Costumes.
B. Como consequência, em 25 de Novembro do ano transacto, reuniram-se informalmente em Lisboa, no Palácio Braamcamp, pela primeira vez, cerca de meia centena de IIr:., provenientes de QQuadr:. de OObr:. de várias Lojas da nossa Obediências, sobretudo das sediadas ao Or:. de Lisboa, com o objectivo de se centrarem no debate franco e sem constrangimentos, embora a coberto, das grandes questões que, na opinião dos organizadores do encontro e dos IIr:. presentes, independentemente das respostas que forem sendo, entretanto, encontradas, irão condicionar no futuro poderes, convicções, modos de estar e equilíbrios no seio da nossa Aug:. Ord:.  

        Assim, antes que nos confrontássemos com a erupção abrupta dos problemas, iniciámos o caminho lúcido e corajoso da sua identificação atempada com vista à busca de soluções tempestivas, suficientemente amadurecidas e metodicamente planeadas na sua aplicação prática. Todavia, a iniciativa levada a cabo no encontro de dia 25 de Novembro p:. p:., ao Or:. de Lisboa, e que hoje se replica aqui na região do Algarve, não deve ser entendida como um qualquer movimento ou acção rebelde à revelia das estruturas orgânicas do G:.O:.L :. e das suas Lojas. Pelo contrário, trata-se simplesmente de uma manifestação, fraternalmente endereçada às estruturas institucionais da nossa Aug:. Ord :., da sua base ao topo, sem excepção, que tem por propósito transmitir a toda a nossa Família Maçónica o nosso envolvimento e empenho na resolução dos delicados e difíceis desafios que os impactes profundos do processo de globalização e das alterações em curso, nalguns casos dramáticos, de natureza política, social, cultural, e por aí adiante, estão e irão continuar a ter no futuro da Maçonaria Portuguesa.  Nós não somos nem seremos uma ilha paradisíaca no meio da tormenta.

14 de janeiro de 2018

"AS CINCO GRANDES COLUNAS DO TEMPLO QUE AMEAÇAM RUIR"


Resumo da Peça de Arquitectura apresentada em Loja em Janeiro de 2018

INTRODUÇÃO
Como instituição Iniciática, em Maçonaria só os seus princípios e valores são imortais, sendo eles que informam e conformam, portanto, a Ordem. O resto é arrastado pelos acidentes da Natureza e do Acaso e pelas construções instáveis e falíveis do Homem e da História, por conseguinte, do domínio das Obediências.
A Ordem é, pois, infalível. As Obediências são contingentes.

PRIMEIRA COLUNA
 A falta de fortaleza nos alicerces de natureza iniciática da Obediência
SEGUNDA COLUNA
O actual universo limitado de alianças com outras Obediências e Potências
TERCEIRA COLUNA
As lacunas na integridade orgânica e funcional da nossa Obediência
QUARTA COLUNA
A relação de desigualdade comunicacional com o mundo profano
QUINTA COLUNA
As más práticas de administração da Obediência e das Instituições Para-maçónicas

José João, M:.M:.

11 de janeiro de 2018

A Ignorância é o Princípio da Sabedoria


Transcrito, com a devida vénia, do Blogue «O Ponto Dentro do Círculo»

Nietzsche disse que “a sabedoria é um paradoxo”, já que “o homem que mais sabe é aquele que mais reconhece a vastidão de sua ignorância”. O pensamento do filósofo alemão corrobora com a máxima socrática do “só sei que nada sei”, isto é, com a ideia de que a ignorância é o princípio do conhecimento e que, portanto, é necessário estar aberto à reflexão constante para que se possa atingir o mínimo de conhecimento e sabedoria.
Em um contexto como o nosso, em que há uma grande carga de informações, sobre os mais diversos temas, disponível, a ideia que correlaciona ignorância e sabedoria parece não fazer tanto sentido. O que se observa é a formação de um conjunto enorme de pessoas que se coloca como possuidor das verdades últimas sobre as coisas, ainda que essas verdades possam mudar constantemente e rapidamente de acordo com a melhor conveniência de quem as define.
Dessa forma, cria-se um ambiente inóspito para que o conhecimento possa se desenvolver, haja vista a sacralização feita pelos indivíduos das coisas que eles julgam como sendo verdadeiras e, por conseguinte, a impossibilidade de questionamento e de debate sobre certas coisas, dogmatizadas. Isso não significa que as pessoas não possam acreditar em algo com veemência ou que não exista uma verdade sobre as coisas, mas até mesmo quando acreditamos em algo, precisamos estar abertos ao novo, o que só é possível se estivermos abertos à reflexão e ao diálogo.
Em outras palavras, é preciso estar aberto a outras formas de pensar, para que problematizações possam surgir, a fim de ratificar aquilo que acreditamos (com mais embasamento e mais espaço discursivo) e/ou para que possamos observar, analisar e seguir novas perspectivas, até então desconhecidas. Nesse sentido, percebe-se que o outro, que pensa de forma antagônica à nossa, passa a ser considerado, o que estimula a interação entre situações contraditórias a partir de uma perspectiva dialética, ou seja, de abertura para o novo que possa surgir por meio do encontro estabelecido.
Essa relação dialética que se instaura com gênese no reconhecimento da ignorância, isto é, da compreensão da não completude sobre o conhecimento de todas as coisas, permite que o sujeito possa crescer intelectualmente, já que passa a possuir um horizonte com maior amplitude de alcance, além de evitar o enrijecimento dos conhecimentos e convicções, bem como, o desenvolvimento do individualismo, impeditivo para a compreensão, o respeito e o diálogo com cosmovisões e crenças diferentes das que possuímos.

Fechar-se em si mesmo e acreditar que não há nada a ser aprendido não denota convicção do que se acredita, mas antes, ignorância, pois – como falava Paulo Freire – “Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender”. Assim, para que consigamos atingir o mínimo de sabedoria é imprescindível que consideremos e busquemos a sabedoria que está no mundo, do qual não somos todo, mas apenas, parte.
Autor: Erick Morais

6 de janeiro de 2018

A Arte da Memória e a Maçonaria


Transcrito, com a devida vénia, do Blogue «O Ponto Dentro do Círculo»

Quando um candidato entra no caminho iniciático da Maçonaria, uma das primeiras coisas que ele descobre é que há uma grande quantidade de memorização envolvida. Os oficiais executam o ritual de memória, e longas palestras memorizadas lhe são apresentadas. Finalmente, talvez para sua consternação, ele descobre que deve memorizar um diálogo antes que possa avançar para o próximo grau.
Por que a memorização é tão importante em Maçonaria? Como a prática de decorar o ritual entra na Maçonaria? A memorização ainda tem valor nos tempos modernos? Considerando a importância tradicionalmente dada à memória na Maçonaria, surpreendentemente pouco foi escrito sobre isso. Uma busca em enciclopédias maçônicas e livros de referência revela praticamente nada.
Um dos poucos livros a lidar com as origens da memorização na Maçonaria é As Origens da Maçonaria, o século da Escócia 1590-1710, de David Stevenson[1]. Stevenson ressalta que as primeiras referências à memória na Maçonaria ocorrem nos Estatutos Schaw.
William Schaw foi nomeado Mestre de Obras do Rei para James VI da Escócia (mais tarde James I da Inglaterra) em 1583. Como Mestre das Obras, Schaw era membro da corte real e era responsável pela manutenção de todos os edifícios reais. Em 1598 e 1599, Schaw emitiu regulamentos para os serviços de construção na Escócia. Eles continham basicamente os regulamentos de saúde e segurança, mas também tratavam de regras para a organização dos pedreiros trabalhadores[2].
Os Primeiros Estatutos Schaw, de 1598, exigiam a seleção de Aintenders (instrutores) para cada novo companheiro em sua admissão. As atas iniciais das lojas de Edimburgo e Haven de Atchison mostram que geralmente eram os companheiros mais recentemente admitidos que eram selecionados como instrutores. Como os candidatos teriam que provar sua proficiência técnica antes de serem admitidos, parece razoável supor que a função de intendente era instruir o novo companheiro em trabalho secreto. Isto é confirmado pelo Manuscrito Dumfries no. 3 do século XVII, que diz:
“Então, deixe a pessoa que, então, é feita um maçom, escolher da loja um maçom que deve instruí-lo naqueles segredos que nunca devem ser escritos, e ele o deve chamará Tutor. Então seu tutor o levará para o lado e lhe mostrará todo o mistério, e, em seu retorno, ele pode exercitar com o restantes de seus colegas pedreiros.”[3]

A primeira referência explícita ao uso da memória na Maçonaria está nos Segundos Estatutos Schaw de 1599:
“[O] Vigilante da Loja…testará a arte da memória e ciência dela de cada companheiro e cada aprendiz de acordo com a sua vocação e, caso tenham perdido algum ponto dela…pagará a penalidade como segue por sua preguiça…”
Aqui, Schaw está criando uma regra especial em que todos os membros da Loja devem ser testados anualmente quanto à capacidade de memorizar algo. Infelizmente, não está claro o que é, mas parece ter algo a ver com o ritual e as cerimônias da loja[4].
Nós sabemos pouco sobre o ritual na Escócia no período em torno de 1600. Os primeiros materiais escritos datam de cerca de um século depois. Quaisquer que sejam os detalhes do ritual, isso era visto de alguma forma ligado ao esotérico. Este pode ter sido um dos fatores que atraíam homens que não eram pedreiros para se juntarem à organização. Uma prova que mostra como a Maçonaria era considerada no início do século XVII é um poema de George Adamson, The Muses Threnodie, publicado em 1638, após a morte de Adamson, mas provavelmente escrito por volta de 1630. Contém as seguintes linhas:
Porque o que pressagiamos não está em bruto,
 Porque nós irmãos da Rosa Cruz;
 Temos a Palavra do Maçom e segunda vista,
 Coisas por vir podemos contar certo.[5]

3 de janeiro de 2018

Efemérides-Janeiro


Transcrito, com a devida vénia e respectiva autorização, do LIVRO DAS EFEMÉRIDES –HISTÓRICAS, POLÍTICAS, MAÇÓNICAS E SOCIAIS - 2016
Daniel Madeira de Castro Página 11


JANEIRO

1742 — Iniciado maçon em Frankfurt numa Loja da Ordem Templária, Karl Gotthelf Hund, barão von Hund, onde lhe foram transmitidos os segredos da chamada Maçonaria Templária. Em 1760 fundou em Unwerden uma Loja e um Capítulo e sobre esta base criou a chamada Estrita Observância Templária, a qual se desenrolou numa assembleia das Lojas de Kholo em 1764, com quatro graus: Aprendiz, Companheiro, Mestre e Mestre de S. André, seguidos pela ordem interna: Escudeiro Noviço, Cavaleiro da Cidade Santa, Cavaleiro Professo e Grande Professo. Implantados em França a partir de 1773, sob as ordens do barão de Weiler, que constituiu vários diretórios distritais, elevado a Mestre em 20/2/1743.
1851 – Um grupo de lojas do G.O.L. liderados por João Rebelo da Costa Cabral criaram o Grande Capítulo Central da Maçonaria Lusitana.
1868 – Nascida na Irlanda em 1842 Edith O’Gorman, emigrou para os E.U.A. e juntou-se em 1862 às Irmãs da Caridade no St. Joseph Convent em Hudson City, onde tomou o nome de irmã Teresa de Chantal, neste mês fugiu do convento e escreveu em 1871 o livro O Convento Desmascarado, que se tornou um best-seller e foi mesmo editado em Portugal, onde descreveu a vida cruel e dura que viveu enclausurada, converteu-se ao protestantismo em 1869 e vendeu mais de 300 mil exemplares do livro, casou-se com William Auffrey, lastimou ter sido alvo de sucessivas tentativas de assassinato ao longo de 15 anos. Em Inglaterra gerou uma campanha dos anglicanos contra os conventos católicos e protestos pela violência vivida no seu seio. Morreu em 1919.
1875 — Saiu em Coimbra o primeiro número da revista maçónica O Reformador, de que foram publicados cinco números até maio, uma iniciativa local da Loja Perseverança.
1888 — Dado à Trav. do Guarda-Mor, em Lisboa, o nome de R. do Grémio Lusitano, por ação de Elias Garcia junto da C. M. de Lisboa (19/8/1937).
1904 — Inaugurado em Lisboa, o cinema Ideal, no Loreto, o mais antigo da cidade.
1910 — Fundada em Lisboa uma associação de inspiração maçónica, a Sociedade de Estudos Pedagógicos, na Rua da Fé, 53-1º, saída da Academia de Estudos Livres, com o objetivo de estudar o desenvolvimento da criança, nas suas diferentes componentes, extinta em 1935 legou o seu património à Sociedade A Voz do Operário. Além da qualidade da reflexão produzida em suas reuniões, também reuniu os principais nomes da pedagogia portuguesa do período. Entre seus cerca de 100 membros estavam Antônio Sérgio, Adolfo Lima, Ferreira Simas, Sá Oliveira, João de Deus Ramos (filho do poeta e inventor da cartilha João de Deus) e João de Barros, entre outros.
1912 – A Loja Montanha tomou a iniciativa de fundar a Univ. Livre, dirigida por Alexandre Ferreira, maçon.
1913 — Uma série de incidentes envolvendo a Loja Paz e o Conselho da Ordem do G.O.L., levou a intervenções policiais e judiciais, num processo que afetou o prestígio da Maçonaria, com assaltos, altercações e desvios de documentos.
1923 – Em Paris cerca de 2.000 comunistas afirmaram preferir o esquadro e compasso à foice e martelo, tendo o Conselho da Ordem do G.O. de França criticado fortemente “os maçons que obedeciam servilmente a uma organização dogmática, perdendo assim a sua qualidade de homens livres”.
1924 – Publicado em Lisboa o primeiro número da Lvsitania – Revista de Estvdos Portvgveses, até outubro de 1927, "Para além da alta importância que têm, ainda hoje, artigos eruditos como, logo na abertura da revista, o da directora acerca do judeu Uriel da Costa; ou os dois volumes temáticos – o camoniano e o in memoriam da, entretanto, falecida mentora da revista –; é de chamar a atenção para
a polémica aí fervilhante entre António Sérgio e António Sardinha e que se estendeu às páginas da Seara Nova e da Nação Portuguesa. Contaram-se entre os colaboradores Jaime Cortesão, Ricardo Jorge, Afonso Lopes Vieira, Jaime de Magalhães Lima, Reinaldo dos Santos, Joaquim de Vasconcelos, Pedro de Azevedo, Wenceslau de Morais, Manuel da Silva Gaio, J. Leite de Vasconcelos, etc.".
1926 – Publicada em Lisboa a revista quinzenal Ilustração, num total de 336 números até dezembro de 1939, dirigida por João da Cunha de Eça, revista de temática diversificada arte, literatura, história, moda, situação da mulher, com muitas ilustrações, de artistas de nomeada, como Abel Salazar, Carlos Reis, Emérico Nunes, Stuart Carvalhais, Jorge Barradas, entre outros. A colaboração literária é vastíssima, contando com artigos de Lopes de Oliveira, Ferreira de Castro, Ana de Castro Osório, António Sérgio, Aquilino Ribeiro, Jaime Cortesão, Mário Domingues, Teixeira de Pascoaes, entre muitos outros.