Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

24 de agosto de 2019

O Tesouro Oculto da Maçonaria



Transcrito, com a devida vénia, do Blogue opontodentrodocirculo.com este Artigo de Márcio dos Santos Gomes

O Tesouro Oculto da Maçonaria
Publicado em 22 de Agosto/Sao_Paulo 2019 por Luiz Marcelo Viegas

“A maior parte só vê a casca, e cedo se desilude; não conhece a amêndoa gostosa que se oculta no interior e torna-se o prêmio reservado aos estudiosos, que os aproxima cada vez mais da Iniciação Real” (Nicola Aslan)
Conta-se que um amigo do jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918), abordou-o certa vez e pediu-lhe que redigisse um anúncio de uma chácara que pretendia vender e da qual o mesmo era conhecedor. Ali mesmo, o poeta apanhou um pedaço de papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo. Cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.“
Tempos depois, reencontrando o amigo, Olavo Bilac perguntou-lhe se havia conseguido vender a propriedade. De pronto ouviu a resposta: “Nem pense mais nisso! Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha nas mãos”.
Eckhart Tolle, na sua obra “O Poder do Agora” (2002), narra a história de um velho mendigo (da fábula de Tolstói), que passou mais de trinta anos sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise, pedindo moedas aos transeuntes. Um belo dia um estranho perguntou-lhe o que tinha dentro da caixa que era utilizada como assento em todo aquele tempo. Respondeu o mendigo que não sabia, mas que imaginava não ter nada. Insistiu o estranho para que o mendigo desse uma olhada. Ao abri-la, com certa dificuldade, descobriu o velho que o caixote estava cheio de ouro.
Em outro contexto, Malba Tahan (1895-1974), pseudônimo do professor, conferencista, matemático e escritor do modernismo brasileiro, Júlio César de Mello e Sousa, nos relata em “O Livro de Aladim“ (2001), uma fantástica história chamada “O Tesouro de Bresa”, sobre a experiência de um pobre e modesto alfaiate da Babilônia chamado Enedim, que alimentava o sonho de achar um fabuloso tesouro escondido em algum lugar e tornar-se rico e famoso.

23 de agosto de 2019

AMÁLIA RODRIGUES, A GRAÇA


Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve mais um poema de Adilson Zotovici:

AMÁLIA RODRIGUES, A GRAÇA
Fico silente em meu canto !
Minha mente nua, aguçada,
Fitando a lua e mais nada
Filtrando contente seu canto

Ouço sua encantada voz
Elevando o tema e me encanto
Dando vida ao poema, vem pranto
Realçando a guitarra pra nós

E logo após vem imagem
Pairando saudosa, atroz,
Alçando qual albatroz
À sua eterna viagem

E meu coração calado
Infeliz pela passagem
Prediz  viva na  paragem
Que está aqui...bem ao lado !

Basta viver o momento
Ouvir que ecoa seu fado
Que há muito tem encantado
Como gaivotas ao vento

Amália, a Diva, a Graça !
Sempre viva, trazendo alento
Resplendendo mais seu talento
A cada dia que passa !

Adilson Zotovici

13 de agosto de 2019

O Rito Francês, um Rito Laico


Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve este artigo de Maria Elvira Cipagauta publicado no blogue Jakim&Boaz.

O Rito Francês, um Rito Laico
O que define o Rito Francês é o seu sistema simbólico e ritual, mas  também a sua  identificação histórica com o G∴O∴D∴F∴. A história do Rito Francês sobrepõe-se à  historia maçónica francesa e belga, cheia de ruído e fúria, fortemente marcada pela história política, social e religiosa destes dois países.
A evolução dos seus rituais deveu-se a uma mudança  gradual, abandonando progressivamente as suas bases simbólicas,  para acompanhar a imersão cada vez mais profunda dos Grandes Orientes de França e da Bélgica na  luta política.
Antes de la Segunda Guerra Mundial, dentro do G∴O∴D∴F∴ foi decidido regressar gradualmente às preocupações  com os ritos e símbolos, permitindo o desenvolvimento do movimento iniciado por Arthur  Groussier,  Grão-Mestre do G∴O∴D∴F∴ em 1938, quem decidiu regressar às raízes do Rito Francês, sem se separar do  secularismo que se havia afirmado fortemente. O adogmatismo e a liberdade absoluta de consciência são  ponta de lança de uns Orientes modernos e activos, comprometidos na luta de ideias e de valores, no  coração do campo social.
O caminho até ao  secularismo foi  lento, mas progressivo. Entre os anos 1730-1740, la Grande Loja de França, precursora do G∴O∴D∴F∴, decidiu a inversão das colunas com o desaparecimento do  simbolismo e das  suas referências ao Novo e Antigo Testamento.

Em 1871, o Grande Oriente de Bélgica decidiu abolir a referência obrigatória a Deus e à imortalidade da  alma. Em 1877 o mesmo efectuou o Grande Oriente de França, retirando o livro da lei sagrada do altar de juramento. Em 1877 foi corrigida a seguinte redacção do Art. 1° da Constituição de 1865, do G∴O∴D∴F∴: "Os seus princípios são a existência de Deus, a imortalidade da alma e a solidariedade humana. Ele considera a liberdade de consciência como um direito que pertence a cada homem e não exclui nada nem ninguém pelas suas crenças”.  Esta afirmação foi modificada  pela seguinte forma: "Os seus princípios são a liberdade absoluta de consciência e a solidariedade humana."
A decisão tomada pelo G∴O∴D∴F∴ e pelo  G∴O∴D∴B∴ ao eliminar qualquer referência obrigatória a um princípio superior,  declarando-se  "adogmáticos",  provocou a ruptura definitiva com a maçonaria anglo-saxónica.
A referência obrigatória a estes símbolos foi eliminada  porque violava la liberdade de consciência e impedia que o maçom  fosse efectivamente um Homem Livre numa Loja Livre.
Em consequência, os Rituais foram postos de harmonia com as alterações que se acabavam de fazer à  Constituição.