Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

28 de março de 2021

A Saúde Pública: que reforma?

 Com a devida vénia e respectiva autorização transcreve-se este artigo de opinião do Dr. Mário Jorge Neves


A Saúde Pública: que reforma?

A Saúde Pública é hoje considerada uma atividade central de um sistema de saúde, mediante a realização de estudos epidemiológicos necessários para orientar com mais eficácia a prevenção dos riscos para a saúde, bem como a planeamento e avaliação da saúde que deve ter por base um sistema organizado de informação de saúde, de vigilância e de ação epidemiológica.

Promover a saúde, prevenir as doenças, organizar os serviços e dinamizar o envolvimento comunitário são os esteios da Saúde Pública.

Em 1988, a OMS definiu a Saúde Pública “ como um conceito social e político que visa a melhoria da saúde, uma maior longevidade e um crescimento da qualidade vida de todas as populações através da promoção da saúde, da prevenção das doenças, assim como por outras intervenções relativas à saúde”.

Até à eclosão da pandemia do Covid- 19, a Saúde Pública era vista pela generalidade dos cidadãos como sinónimo da mera intervenção legal dos delegados de saúde a nível das vistorias.

Com a pandemia e o incansável trabalho das equipas multiprofissionais da Saúde Pública no combate diário contra as cadeias de contágio, verificou-se uma forte tomada de consciência de que esta importante área dos serviços de saúde desempenhava um papel insubstituível na preservação dos níveis de saúde das populações.

A pandemia tem já um elevadíssimo custo humano, social e económico.

A nível político, tem colocado a descoberto a verdadeira “essência “ de diversos atores do panorama nacional.

À medida que este combate ganhou novos e mais complexos contornos, surgiram tentativas para aproveitar as dificuldades inevitáveis daí resultantes e delas retirar dividendos político-partidários.

Uma das consequências da atual situação pandémica foi colocar a nu as diversas fragilidades das sociedades, a começar pelos seus serviços de saúde e demais políticas públicas.

20 de março de 2021

Equinócio da Primavera 2021

Em 2021 o Equinócio da Primavera ocorre hoje às 09:37 horas. Este instante marca o início da Primavera no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 92,7465 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de junho às 03:32 horas.

Celebrar a Renovação é a implicação simbólica deste fenómeno físico.

16 de março de 2021

Regularidade» /Adogmatismo - A Maçonaria no Séc. XXI – que perspectivas?

 


«Regularidade» /Adogmatismo  - A Maçonaria no Séc. XXI – que perspectivas?»

 (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) sobre o tema da «Regularidade vs Adogmatismo» e, atento esse contexto, sobre que perspectivas se colocam hoje para a evolução da Maçonaria no Séc. XXI.

Este é talvez um dos temas mais debatidos entre os investigadores que se têm debruçado sobre a história e a situação actual da Maçonaria, porque a necessidade de reconhecimento da “regularidade” entre Potências, tem sido usada pela GLUI e a maçonaria anglo-saxónica como forma de exercer e expandir o seu poder e porque o apego ao sentido dogmático ou não dogmático da prática maçónica foi, e continua a ser, um dos mais importantes elementos de diferenciação dos dois principais ramos da Maçonaria mundial.

Como diz o historiador Roger Dachez,[1] foi em Inglaterra que as palavras “regular” e “regularidade” fizeram a sua aparição na linguagem maçónica. O sentido mais comum da palavra inglesa “regular” é «banal, corrente, standard».    A palavra “regular” distingue assim os maçons «normais», conformes ao estatuto corrente, que reconhecem uma autoridade oficial, face aos «irregulares» a quem não é reconhecido um estatuto normal.

No século XVIII, é regular em Inglaterra uma Loja que se submete à autoridade duma Grande loja e…. que lhe pague as capitações. Os Regulamentos Gerais da G.L.L., publicados nas Constituições de 1723, definem claramente no seu ponto VIII, este conceito: “se um número qualquer de Maçons resolvem entre eles formar uma Loja sem patente do Grão-Mestre, as Lojas Regulares não poderão considerá-los ou reconhecê-los como Irmãos conveniente e correctamente constituídos, nem aprovar as respectivas actividades ou decisões».

O Silêncio e a Pedra Bruta, no percurso do Aprendiz

 

"O Silêncio e a Pedra Bruta, no percurso do Aprendiz",

Observando o caminho que me fez chegar até aqui, atento às vicissitudes que os tempos nos impuseram, por via das medidas sanitárias e que nos afastaram do templo, dos novos costumes e novas regras de funcionarmos, deixo este contributo para uma pequena reflexão sobre o “Silêncio e a Pedra Bruta, no percurso do Aprendiz”.

O Silêncio

Desde o primeiro momento, da Câmara de Reflexão até ser recebido como aprendiz maçon, já no templo, este mesmo silêncio é-nos imposto durante a aprendizagem. 

Já o lugar do Aprendiz é na coluna norte, na setentrião, numa posição de retração que lhe é imposta, ele observa e escuta a luz lunar, opera silenciosamente as suas reflexões interiores, aprende a  entrar em comunicação consigo mesmo. É a descida ao longo do fio de prumo para que, quando chegar a hora, possa utilizar a palavra certa com os outros. 

O silêncio revela a arte da escuta e o respeito do outro. Saber reter a sua palavra quando é imprudente exprimi-la, saber guardar o silêncio frente a frente a uma pessoa que não é capaz de compreender, é o primeiro passo em direção ao autodomínio. Guardar o segredo e permanecer fiel ao seu compromisso são os dois eixos maiores a seguir. Pretender impor sem discernimento, uma verdade ou um conceito a uma pessoa que não está em condições de o receber é um erro manifesto, porque sem compreendê-lo só pode ter uma atitude hostil e preconceitos por causa do problema ou da perturbação percebida. 

2 de março de 2021

A BIOÉTICA em contexto de PANDEMIA

 


 “A BIOÉTICA em contexto de PANDEMIA (2019 A 2021)”

1/ INTRODUÇÃO

Ousei propor, e fui compreendido por quem me sugeriu este Tema, outro Título para esta minha “falação” (como dizia o saudoso Fernando LOPES-GRAÇA) que realce a importância da BIOÉTICA, isto é, do raciocínio ÉTICO no que diz respeito ao Ser Humano.

Há que assumir que experimentamos, cerca de “…8,4 mil milhões de indivíduos…” (1) neste tempo presente, um estilo de Vida diferente do “nosso habitual” pois a PANDEMIA (2) provocada pelo Coronavirus SARS-Cov-2 invadiu, à escala GLOBAL, o quotidiano do Ser Humano pondo em causa a sua própria sobrevivência.

Se recuarmos no tempo Histórico constataremos que no “…Período Paleolítico…o espírito nómada era a regra...” (3) e que a esse se seguiu a chamada Revolução Neolítica com a qual “…se passou à <vida> sedentária propiciada pela descoberta de duas técnicas fundamentais, a cultura da terra e a domesticação dos animais <o que levou a que> nos povoados neolíticos <portanto, concentrações urbanas> os Seres Humanos vivessem em relação íntima com os animais convertidos em ajuda…para o cultivo da terra e em suplemento proteico na sua alimentação…” (4)

Sucede que a contaminação Viral decorre de Reservatórios naturais que são os animais (que alimentam a sua própria existência) e de espécies Susceptíveis de serem contaminadas, como os Seres Humanos, que perpetuam a sobrevivência Viral à custa destes últimos cujo sistema Imunológico não está, ab initio, preparado para se defender. Portanto, “…a proximidade entre os animais e os indivíduos <(Seres Humanos)>...permite concluir que as infecções Epidémicas…são devidas, em geral, à alteração ou <à> rotura dos equilíbrios Ecológicos…” (5) A peculiar Inteligência da espécie Humana “…permite-lhe estender o seu domínio ao conjunto da Natureza…<e considerar> que todas as outras espécies biológicas têm de estar ao seu serviço…” (6)