Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

30 de abril de 2019

Determinismo Histórico Versus Dialéctico


Determinismo Histórico Versus Dialéctico

Da fé cega à crença feita com base na experiência empírica vai um passo que o sensível determina pela lógica e pela inteligência. Foi o que os portugueses de quinhentos experimentaram pela primeira vez quando desafiaram a “teoria da terra plana” e a crença em realidades míticas geográficas e humanas que o sonho, a poesia e a religião impuseram pela lei da política e do domínio sobre os homens. Os portugueses disseram que a realidade era contrária às simples palavras e às crónicas, porque estiveram lá e viram.
Esta revolução epistémica e ontológica trouxe uma mudança radical em todo o modo de vida na Europa. As ciências nunca mais foram as mesmas e o confronto com outras culturas deu o estímulo para procurar a prova, o objecto, e para replicar a experiência. Com esta revolução os estilos mudaram quer na arte como nas letras. Mas nem todas as artes mudaram ou se revolucionam ao mesmo tempo. Cada uma tem um ritmo próprio, porque vê o tempo do homem a diferentes velocidades.
A história e principalmente a religião são campos de acção do homem, acção intelectiva e espiritual, que levam mais tempo a aceitar as reformas e que mais resistências oferecem às revoluções epistemológicas. O estilo da crónica histórica, de janela fechada e acomodada de ideias, manteve-se por mais tempo enquanto os textos de carácter científico fizeram o seu caminho rápido trazendo incómodo e causando ruído social e político. Os casos de Galilei Galilei e de Giordano Bruno são paradigmáticos na ciência experimental, na cosmogonia e na filosofia. O pensamento e o experimentalismo desenvolveram-se mas a história andou mais lenta ao ponto de Voltaire, que escreveu sobre filosofia e sobre história, ter de rever o estilo literário da época e da crítica histórica, para que dela se entendesse melhor o seu tempo e o seu pensamento. Assim o fizeram Diderot (1713-1784), Rousseau (1712-1778) e Montesquieu (1689-1755).

A Razão como mito do pensamento, aliada ao método científico emergiu como possibilidade única de fornecer verdades elementares, que embora não fossem definitivas e a muito custo determinísticas, foram ainda assim as bases do progresso do conhecimento. A edição da Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné (1751-1772) inaugurou esse processo do pensamento científico que contaminou a História positivamente, dando-lhe uma “razão” que ela nunca teve, um determinismo científico e social que o legado iluminista preparou para que mais tarde a Dialéctica de Hegel se manifestasse através de uma filosofia utilitarista e totalitária.

10 de abril de 2019

INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA -Um desafio BioÉtico


INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
-Um desafio BioÉtico

A vontade do Ser Humano em melhorar as suas condições de Vida tem sido constante; no entanto nos últimos séculos e, em particular desde àcerca de trezentos anos, essa preocupação tem adquirido uma maior celeridade.
No tempo distante da “…Antiguidade Grega…assistimos à emergência do Conhecimento  àcerca da natureza e do homem…<e, nessa altura>...Ciência e Ética não <eram> verdadeiramente discerníveis…” (1).
Se analisarmos o séc. IV a. C. encontramos SÓCRATES para quem “…não seria possível conhecer o Bem e não o praticar, na assunção de uma perfeita coincidência entre Conhecimento e Moralidade…”  enquanto que, para PLATÃO “…esta coincidência se mantém ainda que, ao ser projectada para um plano metafísico, se torne num ideal inalcançável (excepto por participação)…” (2).
Só no séc. III a. C., com ARISTÓTELES, “…opera-se uma clara distinção entre a Ciência como conhecimento teórico e a Ética como conhecimento práctico…” (3).
Muito mais tarde – no séc. XVIII – KANT “…rompeu com o intelectualismo moral ao estabelecer uma irredutibilidade entre a razão teórica e a razão práctica…<sendo que>…a razão teórica procura o Conhecimento, isto é, a relação de necessidade na natureza entre causas e efeitos e a razão práctica orienta o Homem no âmbito da indeterminação da liberdade em que esta se desenrola…” (4).
Mª CÉU PATRÃO NEVES afirma, concluindo,  que “…tal correspondeu a uma democratização da Moralidade cujo dever se passa a impor igualmente a todas as pessoas e sem que o nível de Moralidade dependa do nível de Conhecimento…” (5).

Não devemos esquecer, no entanto, a importância do “…Renascimento na formulação de um novo paradigma científico pautado pela exigência de demonstração racional de todo o Conhecimento, fundada na experiência…” o que, no séc. XVII – com FRANCIS BACON e RENÉ DESCARTES – “…se consolida…como método de comprovação de conhecimentos teóricos…” (6).
É no séc. XIX, e após AUGUSTO COMTE “…que,…devido à estruturação do método experimental, vários saberes se vão…constituindo como Ciências…assim se autonomizando da Filosofia, como interpretação racional do real…” (7).
Chegados ao séc. XX assistimos a um enorme desenvolvimento das ciências “…e…<às> suas promessas de um mundo melhor…” (8) até à Segunda Guerra Mundial no contexto da qual, coincidente com o grande conhecimento no âmbito da Física, sucede “…a deflagração das bombas atómicas de HIROSHIMA e de NAGASAKI…” (9), no Japão, como utilização política dos resultados científicos do “ Projecto MANHATTAN que visaria o desenvolvimento da produção de energia…<mas deu origem à>…produção de uma arma de destruição maciça, ímpar até hoje…” (10).

4 de abril de 2019

CHOREMOS! CHOREMOS! CHOREMOS!


CHOREMOS! CHOREMOS! CHOREMOS!

O corpo do N.'. Q.'. Ir.'. Infante D. Pedro (profano António Manuel dos Santos Arnaut) vai estar no Centro de Portugal a partir das 17H do dia de hoje, 3 de Abril de 2019 (e.'.v.'.).
A Cadeia de União pensa-se fazer pelas 21H30M.
O corpo sairá às 10H30M de amanhã, dia 4, para o crematório de Taveiro.
Saudações Maçónicas.

3 de abril de 2019

BASTA O SALÁRIO


Com a devida Vénia e respectiva Autorização transcreve-se mais um Soneto de Adilson Zotovici

BASTA O SALÁRIO

Ouvi sábio comentário
Qual senti com alegria
Dum velho mestre em plenário
Sobre a maçonaria ;

A mim basta o salário
Que jus faço dia a dia
Desde  recipiendário
Pelo labor à porfia

Por trabalho solidário
Que Grande Arquiteto guia
Com sapiente ideário

Nele está toda honraria
Laurel  é desnecessário
Tudo o mais é utopia !

Adilson Zotovici