Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

25 de março de 2012

Grande Oriente Lusitano corta relações com GLLP

O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), Fernando Lima, desmentiu hoje a notícia do semanário Sol, que dá conta que a cúpula das duas maiores obediências do País têm discutido uma fusão.
Desagradado com as declarações do grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal(GLLP), o grão-mestre do GOL adiantou ao DN que vai cortar as relações com a maçonaria regular. "Congelo as relações com a GLLP, enquanto o dr. José Moreno for grão-mestre da obediência", garantiu ao DN Fernando Lima. Tudo começou num almoço-debate no American Club, onde José Moreno disse que "o País precisa da sua maçonaria. Universal e una", criticando o facto de Portugal ser o País "com mais grão-mestres per capita". Surpreendido com as notícias de uma fusão entre as maçonarias, Fernando Lima só admite retomar as relações com a GLLP se José Moreno "vier publicamente desmentir que negociamos uma fusão".
Os últimos meses têm sido pautados por uma boa relação entre as duas maiores obediências maçónicas do País. A paz entre os irmãos das maçonarias regular (GLLP) e adogmática (GOL) chega assim ao fim. in:dn por Rui Pedro Antunes, foto: lusa

14 de março de 2012

A desmistificação de uma contradição

1. Todas as pessoas são livres de opinar sobre o que quiserem, mas só algumas têm a competência necessária para dirimirem, com autoridade, uma questão polémica. A Maçonaria talvez possa permitir que os seus súbditos sejam católicos, mas não que os cristãos sejam maçons, porque só a Igreja, pela voz autorizada do seu magistério e da sua hierarquia, é apta para decidir se um fiel pode, ou não, pertencer à Maçonaria.

2. Sobre esta matéria, a verdade é que a Igreja não tem sido omissa. Já em 1738, com a Constituição Apostólica In eminenti, de Clemente XII, a Maçonaria foi formal e expressamente proibida aos católicos, sob pena de excomunhão. Desde então, todos os papas confirmaram a radical e insolúvel incompatibilidade entre as duas instituições. Leão XIII, na Encíclica Humanum genus, de 1884, reafirmou a interdição dos fiéis aderirem à Maçonaria e, em mais 225 documentos, reiterou até à saciedade esta condenação. O diagnóstico foi sempre o mesmo: são duas visões insanavelmente divergentes no que respeita a Deus, ao homem, à verdade e à liberdade. Também os papas actuais, nomeadamente o beato João Paulo II e Bento XVI, mantiveram o mesmo veredicto que, portanto, se deve considerar doutrina definitiva e irreformável da Igreja. Pelo menos enquanto a Igreja e a Maçonaria forem o que são.

3. Também, do ponto de vista canónico, não há lugar para dúvidas. O anterior Código, de 1917, previa a pena máxima, ou seja, a excomunhão automática, para o católico que se inscrevesse numa qualquer loja maçónica. O Código actual, de 1983, embora não imponha de forma imediata essa sanção, que contudo também não exclui, esclarece que um cristão que pertença à Maçonaria fica, ipso facto, em situação de pecado grave ou mortal e, em consequência, privado da comunhão sacramental.

4. Como entender, então, que alguém se afirme publicamente como católico e maçon? A expressão, contraditória nos seus termos, só admite duas possíveis explicações.


6 de março de 2012

O fantástico Sir Isaac Newton


Ilustre Físico e Matemático que marcou para sempre a História da Humanidade, e marcou-a porque foi precursor de um método que até ele, não era natural, e só com ele teve as consequências, de todos, conhecidas.

De facto, com Newton, a Ciência pôde prescindir dos “sentidos” que muitas vezes nos limitam, ou enganam. Foi essa libertação dos sentidos em prol da dedução, reflexão e estudo, que me inspiraram a usar o seu nome.
Já  anteriormente, eu apresentei um trabalho que falava de Newton. Muitos dos meus irmãos lembrar-se-ão de eu ter mencionado o seu famoso trabalho sobre a Terceira Lei de Kepler que condicionou a dedução da Lei de Gravitação Universal, o desenvolvimento da ferramenta Matemática que é o Cálculo Diferencial e Integral (Series and Fluxions), os seus trabalhos de óptica e a natureza ondulatória da luz (agora corpuscular), o impacto de todo o seu trabalho no nosso dia a dia como base da Engenharia, e a condensação disto tudo num Livro, talvez a maior Obra Cientifica até hoje escrita, de seu nome Principia Philosophie Matematica.
Mas muito para além desta Obra gostaria, agora, de vos falar do caminho até à data percorrido pela Ciência, muito graças à revolução de ideias que Newton provocou.
Mais, podemos afirmar que tudo o que Newton postulou estava errado e, ao mesmo tempo, afirmar que tudo o que Newton postulou estava rigorosamente correcto.
Sem entrar em detalhes que poderiam presumir alguma arrogância naquilo que pretendo transmitir, tentemos perceber de onde vínhamos antes de Newton, como ficámos depois dele e onde estamos agora.
Antes de Newton tivemos Aristóteles (Sec. IV a.C.) e Ptolomeu (Sec.I d.C.), mas também tivemos o pensamento da Escola Jónica. Se aceitarmos que Tales de Mileto viveu algures no século VII a.C., que a conquista de Mileto pelos Persas e, sobretudo, a religião, não permitiu que as ideias ali desenvolvidas, tivessem feito caminho, desde Ptolomeu, sobrarão cerca de 1 500 anos, limitados por dogmas, e pela ideia que o Homem obrigou que se fizesse de Deus, e do seu Universo.
Só que a verdade vence sempre, e em 170 anos tudo muda. Desde 1473, com Nicolau Copérnico, passando por  Tycho Brae,  Galileu Galilei, Johanes  Kepler, rapidamente chegamos a Newton que nasce em Dezembro de 1642, ou Janeiro de 1643, dependendo do calendário  que utilizarmos, Juliano ou Gregoriano.
E depois de Newton, a limitação da tecnologia deixou de ser crítica, porque a dedução e a abstracção, recorrendo à ferramenta natural da Física, a Matemática, permitiu que fosse possível elaborar princípios e leis cuja comprovação só seria verificada experimentalmente quando a Tecnologia o permitisse.