Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

25 de outubro de 2016

A propósito do(s) conceito(s) de “Regularidade” na Maçonaria



 I – Introdução

Segundo Daniel Ligou (11), Regularidade é uma das noções mais complexas da Maçonaria já que os Maçons que se afirmam «regulares» não estão, mesmo entre eles, de acordo sobre os critérios de regularidade.
 
R.Dachez (4) refere que: “uma vez que na utilização maçónica, as palavras “regular” e “regularidade”, fizeram a sua aparição em Inglaterra, desde o início da maçonaria especulativa organizada, será à semântica inglesa que é preciso recorrer”. Por consulta do Oxford English Dictionary, temos, entre outros significados:

-”O carácter do que é uniforme» e “O que está conforme uma norma estabelecida e reconhecida, numa palavra «normal» ”. A palavra “regular” distingue assim os maçons «normais», conformes ao estatuto corrente e em vigor, que reconhecem uma autoridade oficial, face aos «irregulares» que não fazem parte desse estatuto.

É na segunda metade do século XVIII, no contexto da grande disputa pelo controlo da Maçonaria Inglesa, entre as duas Gr. Lojas rivais (G.L.L. – Grande Loja de Londres ou «Modernos» – 1717, e a G.L.A. ou «Antigos» - 1751/3»), que se deve compreender a primeira noção de “regularidade”.
Neste século, em Inglaterra é regular uma Loja que se submete à autoridade duma Grande loja e…. lhe paga as capitações. Em contrapartida os seus membros terão direito à Solidariedade dessa Gr. Loja, preocupação essencial aos maçons da época e que, nomeadamente nos «Modernos», deu origem à constituição dum comité de Solidariedade.

Neste quadro, os Regulamentos Gerais («General Regulations») da G.L.L., publicados nas Constituições de 1723, definem claramente aquele conceito, no ponto VIII: “se um número qualquer de Maçons resolvem entre eles formar uma Loja sem patente do Grão-Mestre, as Lojas Regulares não poderão considerá-los ou reconhecê-los como Irmãos conveniente e correctamente constituídos, nem aprovar as respectivas actividades ou decisões».

20 de outubro de 2016

A Cadeia de União e os seus Símbolos



Tem este pequeno estudo o objectivo de dar um contributo para o conhecimento de um acto de cariz litúrgico, da transmissão da chamada «Palavra do Semestre», quando na realidade a Cadeia de União, encerra um conjunto de conceitos mais vastos de natureza filosófica que se integram no R.’.E.’.A.’.A.’., como um dos alicerces da Nossa Augusta Ordem.

Na sua origem, encontramos vários ramos do conhecimento humano e raízes esotéricas e filosóficas, oriundas também da chamada Maçonaria Operativa, como são exemplos os Mistérios de Ceres, os Egípcios, Rosacrucianos, alquimistas e dos Essênios.

É um facto que a primeira descrição da “Cadeia de União” remonta a 1696, no Manuscrito de Edimburgo e aquilo que se aproxima do mesmo acto ritual, tinha como objectivo transmitir a “Palavra de Mestre”, que era nesses textos designada por Makaboe (macabeu=martelo).
No entanto, referências documentais precisas, à expressão “Palavra Semestral”, encontramo-las, em 28 de Agosto de 1773, data da instalação como Grão-Mestre do Grande Oriente de França, do Duque de Chartes, mais tarde duque de Orléans, passando a mesma a ser adoptada regularmente a partir de 1777.