Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

20 de dezembro de 2016

SOLSTÍCIO INVERNO



Pelas 10h44m de amanhã, dia 21 de Dezembro, o movimento dos Planetas em relação ao Sol proporciona-nos um Fenómeno Astronómico que ocorre quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do Equador numa declinação de 23º26’4’’ a Sul (perto do Trópico de Capricórnio) dando início ao Inverno no Hemisfério Norte (e Verão no Hemisfério Sul).

Para as Civilizações Primevas (muitíssimo antes do aparecimento das Religiões), este dia era o escolhido para as Iniciações por ser nesta ocasião (a maior noite do ano) que começavam os dias a serem maiores progressivamente marcando o início do Ciclo da Luz.

Associavam o Solstício de Inverno à morte, ao desconhecido e à escuridão surgindo, em oposição e sequência, o chamado Renascer que se transformou numa Regeneração, primeiro da natureza e depois do próprio Homem.
Estes fenómenos, por terem sido constatados e estudados antes de qualquer religião, eram considerados Pagãos, mas foram prontamente aproveitados por Filósofos e Teólogos que os associaram às ideias e dogmas que professavam.

6 de dezembro de 2016

Princípio Inabalável, Inexpressável e Infindável




Desde sempre que o sagrado ligado às religiões teve como companheiro de cabeceira (ou como a outra face da mesma moeda) o chamado sagrado laico. Este, devido ao escasso conhecimento científico foi ficando o irmão pobre, em contraponto ao outro que, devido às circunstâncias históricas, se tornou opulento e demasiado rico, aliás e mal comparado, como qualquer relação económica em que as assimetrias se evidenciam por múltiplas máscaras, sempre com os intervenientes de costas voltadas, agredindo-se mutuamente e sem a comunicação desejada.
Paulatinamente, com o conhecimento a medrar, vários pensadores de todas as áreas (filosofia, ciências humanas, teologia) foram separando o trigo do joio para que estes dois sagrados se unissem ficando a questão reduzida à semântica, isto é, o sagrado tem o mesmo significado em ambos por se tratar de um extraordinário fenómeno em que a saída do nosso pequeno Eu vai de encontro aos Outros e ao Universo. E, se nas religiões, os Outros se designam por Igrejas e o Universo por Deus, no laico, os Outros são aqueles que se religam em objectivos comuns (vide a N.’.A.’,O.’. com liberdade, fraternidade, justiça e tolerância) e o Universo poder-se-á designar por Cosmos, GADU ou simplesmente Luz ou mesmo Verdade Primordial.

O que é certo, é que desde os primeiros passos da humanidade, o sagrado se identifica com a luz (essencialmente Solar que tudo ilumina e dá brilho) e com o seu correlato (não menos adorado) a que se deu o nome genérico de trevas. Luz e escuridão numa oposição idêntica à dos sagrados (religioso e laico), vale dizer, de costas voltadas e incomunicáveis.
Serve esta introdução para me dedicar a uma das muitas vias para chegar a esse Sagrado ou Luz e que tem o nome de Iniciação.
Vou começar por posicionar o que é fenoménico, ou seja, dependente de uma existência corporal e psíquica e o que é verdadeiramente espiritual, quer dizer, o que harmoniza, liga e supervisiona o que é material e mental.