Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

16 de novembro de 2019

A Maçonaria e a Solidariedade – Conceito ou Concretização


A Maçonaria e a Solidariedade – Conceito ou Concretização

Conforme é consagrado no Regulamento Geral do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, no que respeita ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue...que haverá em cada Loja ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue..., sendo uma delas a Comissão de Solidariedade, e que, para além dos membros inerentes, podem ainda integrar outros membros eleitos pelas oficinas. Igualmente é estipulado ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue... que a Comissão de Solidariedade é composta, por inerência, pelo ex-Venerável, que preside, pelo Orador e pelo Irmão Hospitaleiro, competindo a esta comissão, como é definido no ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue...: dar parecer sobre os pedidos de auxílio, que forem apresentados; Apresentar propostas, em Loja, sobre a gestão e desenvolvimento do Fundo de Solidariedade; Visitar os Irmãos e familiares destes, doentes ou carenciados; Apresentar propostas de solidariedade sobre outras que sejam apresentadas.
Refere ainda o ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue... Cabe às oficinas auxiliar os seus irmãos necessitados, bem como os familiares destes; Que as Oficinas determinarão livremente a forma de constituir, desenvolver e aplicar um Fundo de Solidariedade, assim como compete, ainda, às Oficinas, apoiar, na medida das disponibilidades do Fundo de Solidariedade, instituições de solidariedade social de cariz para-maçónico ou outro.
Ao Irmão Hospitaleiro compete visitar os Irmãos doentes e familiares destes; Sindicar a situação financeira dos Irmãos que solicitem auxílio à Loja, comunicando à Comissão de Solidariedade o resultado; entregar quaisquer apoios concedidos pela Loja, depois de autorizados pelo Venerável, e, ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue...

Em termos da N:. A:. O:. é ainda estipulado no ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue.. (Da Solidariedade Maçónica) do Regulamento Geral do GOL que a Solidariedade Maçónica compreende tudo quanto diga respeito à beneficência, no tríplice ponto de vista moral, intelectual e físico, nomeadamente: O auxílio fraternal aos Maçons em dificuldade, bem como aos descendentes menores e outros familiares; A assistência aos desfavorecidos; O apoio e promoção de Instituições Para-Maçónicas de solidariedade social, de ensino, assistência médica, mutualidades, ou de outras áreas com fins sociais, existentes ou a criar.



Se este é o contexto enquadrador da Solidariedade da N:. A:. O:. não podemos olvidar as relações sociais desenvolvidas dentro da estrutura de uma L:. Maçónica. Conforme um trabalho levado a cabo por Daniel Vieira Pires, Edgar Reyes Jr. e João Paulo Barbosa Fernandes, da Universidade de Brasília, intitulado A Influência da Dinâmica Relacional na Gestão de uma Loja Maçónica, é destacada a importância da organização no que tange a formação e manutenção dos relacionamentos, sejam eles instrumentais, sejam eles sociais entre os seus membros. A estrutura indica a distribuição de poder na organização e influencia diretamente a sua capacidade de produzir resultados. As Lojas Maçónicas são assim as oficinas de trabalho onde se agremiam os Maçons. Relações mais densas facilitam o fluxo de informação entre os maçons, assim como uma maior coesão interna, além do desenvolvimento de laços de confiança.
A maior proximidade permite a transferência de conhecimentos e aspetos culturais da instituição. A coesão e a facilidade de desenvolvimento de confiança, associadas a presenças de membros da gestão atual e anterior com mestres novos permite argumentar que a partir deste subgrupo sairão os irmãos que irão compor as próximas administrações da L:. Assim a força de um laço pode ser explicada pela combinação da quantidade de tempo, grau de intimidade (confiança mútua) e reciprocidade existentes na relação. Aprendizes e Companheiros são os estágios iniciais na Ordem Maçónica, pela qual os laços demoram algum tempo mais a desenvolverem-se. Neste contexto, eventualmente haja uma priorização do contacto pessoal com IIr:. já conhecidos (eventualmente com os IIr:.que apadrinharam a sua indicação ou conhecidos do mundo profano).
Uma maior frequência à L:. implica gradualmente uma maior conexão com os IIr:. da mesma, assim como a feitura de viagens/visitas a outras lojas aumentam o potencial de aprendizagem, conhecimento da organização e maior conhecimento de IIr:. que reforçam o poder de ligação e de pertença à estrutura. Alcançado o grau de M:.M:. potencialmente detêm-se certo nível de conhecimento sobre os costumes, práticas, regras, normas e valores da L:. e da organização o que facilita o desenvolvimento de coesão com os demais membros da L:. ou Lojas. Ulteriormente a ascensão a graus superiores abre novas oportunidades de interação social e de mobilidade entre os diversos grupos dentro da Maçonaria, uma vez que permite o acesso a conhecimentos e costumes não compartilhados por todos os IIr:. da L:. Simbólica, aumentando assim as possibilidades de interação nesta.

A cadeia de união oferece igualmente a criação de uma egrégora de solidariedade entre os M:.. Aquando da iniciação o novo iniciado é convidado a formar um elo desta Corrente, símbolo do vínculo entre o céu e a terra, símbolo da coesão da loja, e de fraternidade entre todos os seus membros, sua significação é, assim, idêntica, ela liga todos os elementos. Ela aproxima os corações ao mesmo tempo em que os corpos e simboliza a Universalidade da Ordem. É a comunhão dos espíritos que participam de uma mesma obra. De todos os ritos, a Cadeia de União é, talvez, o mais importante, perfeitamente expresso em alguns versos “que vem do Passado e tende em direção ao Futuro”. A Cadeia de União, símbolo da coordenação de toda coletividade, de ação comum, de Solidariedade. É dada a oportunidade a nós, maçons, de refletir hoje mais que ontem, e ainda menos que amanhã sobre nossa prática da solidariedade e, sobretudo, nosso dever permanente de fraternidade. A maçonaria é reconhecida por seu espírito de corpo e de solidariedade. O maçom não tem por dever, em todas as circunstâncias ajudar, esclarecer e proteger seu irmão, mesmo com o perigo de sua vida; os maçons prestam efetivamente o juramento de dar socorro e assistência a um irmão em necessidade. A maçonaria tem por dever estender a todos os membros da humanidade, os laços fraternais que unem os maçons sobre toda a superfície do globo. A solidariedade e a ajuda mútua serem foram em nossa Ordem as grandes regras que devem ser exercitadas com muito discernimento.
Ao nível de Loja, poder-se-ia ressalvar o papel do Irmão Hospitaleiro, cujo papel nem sempre é valorizado. Colaborador direto do VM, ele deve conhecer a situação de cada um dos IIr.´. da loja e suas famílias. A ele cabe, à medida que tenha recolhido as informações sociais que lhe competem, orientar todos os IIr.´. que tenham necessidade de uma intervenção ou de um apoio. Com relação a isso, e sempre de acordo com seu VM, ele deve apontar sem demora os casos difíceis que ele não tenha podido resolver sozinho.
Existe outra forma de solidariedade, totalmente imaterial desta vez, que consiste em ajudar moralmente os irmãos. Esta solidariedade é exercida no dia-a-dia, na busca da verdade e do aperfeiçoamento, a pesquisa iniciática e uma pesquisa coletiva. Ela é, ao mesmo tempo, o objetivo e a força da maçonaria. Se ele quer assumir plenamente seu cargo, o Ir:. Hospitaleiro deve tomar consciência da importância da tarefa que lhe foi confiada. Por sua ação, ele sublinha o caráter universal e filantrópico da Maçonaria, e é assim que ele figura em um bom lugar na lista de Oficiais de todas as Lojas do mundo inteiro. Encontra-se sempre entre os maçons, homens devotados que tiveram o coração para se dedicar a socorrer os Irmãos menos afortunados, suas viúvas, seus órfãos; um bom número de homens, de irmãos que sacrificam uma parte de seu tempo, de seu lazer para praticar a virtude da solidariedade. O universalismo maçónico é o sentimento, assim como a solidariedade dos maçons com o conjunto da Fraternidade humana. Este sentimento de solidariedade, que o Maçom não pode elidir, mesmo dentro do quadro de sua pesquisa interior, deve-se manifestar concretamente no mundo profano. No mundo profano, “Maçonaria” é sinónimo da dependência dos homens, uns em relação aos outros, dependência que faz com que os indivíduos sejam parte de um mesmo todo. A solidariedade e a ajuda mútua sempre foram em nossa Ordem as grandes regras que devem ser exercitadas com muito discernimento.
Em suma, e tentando responder à pergunta A Maçonaria e a Solidariedade- Conceito ou Concretização? Responderia é Conceito e Concretização. Conceito pelo que anteriormente pensamos ter ficado explanado na contextualização do articulado do Regulamento Geral do GOL, na importância do desenvolvimento da solidariedade em Loja (s) entre os IIr:,, na importância da cadeia de união e na importância do Ir:. Hospitaleiro, mas igualmente sobre a “teorização” do pensamento da Solidariedade Universal Maçónica. A Concretização fica-se pela operacionalização do Conceito que podemos observar em IIr:.Maçons que muito trabalharam, senão em prol da humanidade, pelo menos em prol daqueles que puderam beneficiar da sua ação ou intervenção, de que me escuso a relembrar por serem sobejamente conhecidas.
No que respeita à nossa L:. em particular não só a solidariedade esteve sempre presente nos corações e ações dos IIr:., e escuso-me novamente a relembrar situações de solidariedade que foram tidas entre IIr:., independentemente de tal como foi acima aflorado, existirem normalmente uma maior relação mais forte entre alguns IIr:. Não obstante, esta temática da Solidariedade deveria ser alvo de um maior aprofundamento em L:. e futuro Congresso Maçónico pelo que possamos fazer no futuro não só entre nós mas junto da sociedade profana.

Magalhães Lima, M:. M:.






1 comentário:

  1. Caríssimo Irmão Magalhães Lima ....belíssimo trabalho ! em que pese seu conteúdo
    ser intrínseco à nossa Arte Real, o irmão , com sabedoria, sublima com mestria sua essência.
    Terei imenso prazer em lê-lo na íntegra em nossa Loja, destacando sua autoria e oriente.
    Grato por compartilha-lo conosco.
    Ir:. Adilson Zotovici - ARLS Chequer Nassif-169 Oriente de São Bernardo do Campo-SP- Brasil

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