Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

4 de outubro de 2018

Impressões da iniciação.


 
 

(Editado pela Comissão Editorial do Blogue) foi proposto que eu me pronunciasse sobre a
“Primeira Impressão da Iniciação” o que farei seguidamente.

Os primeiros passos


A característica dos primeiros passos foi de expectativa e de algum mistério, face aos diversos movimentos em redor de um espaço, de olhos vendados. E foi também um momento de algum sofrimento por ter que estar algum tempo de joelhos sobre um tipo de material duro e irregular, que julgo terem sido várias (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) colocadas num degrau de forma sobreposta. Depois, por não me sentir previamente preparado, no decurso das diversas sessões em que participei seguidamente fiquei avassalado com os rituais levados a efeito, designadamente pela sua especificidade, linguagem própria e abreviada, e por isso impercetível, e extensão. E senti-me perdido, deixando de ir às (Editado pela Comissão Editorial do Blogue).
A insuficiência funcional, a incompletude. No (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), após um seu contacto pessoal, tenho participado com regularidade nas sessões da Loja, sentindo enorme apreço pelo evidenciado grau de conhecimentos e pela destacada formação cívica e moral dos seus membros, o que muito me agrada e que, de resto, corresponde à minha expectativa de iniciado. De todo o modo, interrogo-me sobre o nosso papel social. Isto é, grosso modo, as nossas sessões em Loja são caraterizadas pela prática do ritual, pelo tratamento de assuntos de expediente funcional (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), pela introdução e debate de temas específicos (pranchas), e pelo encerramento dos trabalhos. E neste contexto afigurase-me existir uma insuficiência funcional, uma incompletude na nossa forma de intervenção social. Explanando melhor o que penso, socorrer-me-ei dos artºs (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) da Constituição Maçónica, cujo teor do artº (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) é o seguinte:


A Maçonaria tem por fim o aperfeiçoamento da Humanidade através da elevação moral e espiritual do indivíduo. Não aceita dogmas e combate todas as formas de opressão sobre o
Homem, luta contra o terror, a miséria, o sectarismo e a ignorância, combate a corrupção e enaltece o mérito” (Ibidem).

Daqui se retiram, a meu ver, três conclusões em termos de princípios de atuação e intervenção maçónica enquanto Ordem universal filosófica e progressiva fundada nos princípios da Fraternidade e da Tolerância e constituída por uma aliança de homens livres e de bons costumes cfr. artº 1º (Editado pela Comissão Editorial do Blogue):
1- A razão de ser desta Ordem universal é o aperfeiçoamento da Humanidade, através da elevação moral e espiritual dos seus membros;

2- O fio condutor da intervenção desta Ordem universal, baseada na Fraternidade e na Tolerância humanas, assenta no combate a todas as formas de opressão sobre o ser humano, no combate ao terror, à miséria, ao sectarismo, à ignorância e à corrupção; e

3- A sua prática social carateriza-se pelo enaltecimento do mérito, pela entreajuda e a assistência entre os seus membros na procura do bem-estar geral, buscando o prestígio e apreço da sociedade através do exemplo moral e cívico dos seus membros, com observância do dever de sigilo maçónico (cfr. artigos 3º e 7º da (Editado pela Comissão Editorial do Blogue).
Ora, nas sessões que regularmente realizamos é indiscutível que a primeira conclusão extraída no parágrafo antecedente é plenamente concretizada através da apresentação e debate temáticos em razão de cada prancha constante da ordem do dia. A minha interrogação surge relativamente à segunda conclusão extraída, no tocante à prossecução do combate a todas as formas de opressão sobre o ser humano, no combate ao terror, à miséria, ao sectarismo, à ignorância e à corrupção.
Que fazemos nós para prosseguir tal combate, com consagração no artº 3º da nossa Constituição Maçónica ? Primeiro, no nosso seio, refletindo sobre tais seriíssimos problemas da sociedade, e depois no exterior. Qual a nossa prática interna e externa  relativamente ao combate a empreender no que a estas matérias diz respeito ? Na verdade, nenhuma intervenção me tem sido dado observar sobre tão relevantes matérias sociais, com consagração constitucional, e é nesta medida que se me afigura existir uma insuficiência funcional, uma incompletude na nossa forma de intervenção social que me parece dever ser apreciada e retirar da discussão as adequadas conclusões.
De resto, no que respeita à terceira conclusão acima retirada relativa ao enaltecimento do mérito, ao espírito de entreajuda, ao exemplo moral e cívico, e ao dever de sigiloentre os seus membros, nenhuma observação me é dado registar, pois constato uma preocupação regular na implementação de tais regras.
Em síntese, e no essencial, são estas as minhas impressões de iniciação.

Viriato, Apr.'.





 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário