Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

13 de dezembro de 2018

António Damásio


“Sinto-me nascido a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo...”, Fernando Pessoa
O que é que têm em comum o nosso Cérebro, a Educação e a Maçonaria?
A escolha do meu nome simbólico pretende integrar, entre outros aspetos, uma homenagem a António Damásio, uma referência mundial no estudo do cérebro humano.
O cérebro é uma massa cinzenta, enrolada como uma noz e com um peso de cerca de 1300 gramas.
Uma das maiores preocupações processadas pelo “cérebro” de um número crescente de pessoas (nas quais me revejo) está relacionada com a sustentabilidade do planeta e com o futuro das gerações vindouras.
Nessa perspetiva, procuro adotar nas minhas práticas, um dos princípios basilares da Sustentabilidade, segundo o qual o consumo dos recursos naturais para a satisfação das necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.
Um outro aspecto relevante na escolha do meu nome simbólico é a Educação. Com efeito, segundo o neurocientista António Damásio e de acordo com o seu novo livro A Estranha Ordem das Coisas, “se não houver educação maciça, os seres humanos vão matar-se uns aos outros”. É preciso educarmo-nos para contrariar os nossos instintos mais básicos, que nos impelem a pensar primeiro na nossa sobrevivência. Este autor alerta para o risco das lógicas de anti-imigração e para a ascensão de partidos neonazis de nacionalismo xenófobo. Para António Damásio, a forma de combater estes fenómenos “é educar maciçamente as pessoas para que aceitem os outros” .
De facto, o cérebro é uma das estruturas mais complexas e misteriosas do universo. Por outro lado, a maçonaria procura nos mistérios do universo e no fascínio pelo mistério um poderoso estimulante para qualquer ser humano progredir.
Um terceiro aspecto e particularmente fascinante é da possibilidade concedida pela maçonaria aos seus membro /neófitos, de escolherem o seu próprio nome maçónico. Segundo artigo  n.º1 da Constituição do Grande Oriente Lusitano, a Maçonaria é uma ordem universal, filosófica e progressista. Desta forma, promove a liberdade e amplia a possibilidade de escolha. Ao contrário que acontece com a família, onde atribuição de nomes não contempla, por razões obvias a vontade do nomeado.
A formulação da Identidade, desenvolve-se a partir da narrativa pessoal, constrói-se de acordo com interrogações cujas respostas moldam a formação da identidade do Eu: Quem sou eu e quem são os outros? Qual a origem, donde vimos e como vimos?

 A maçonaria adopta como divisa a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade, e como lema a Justiça, a Verdade, a Honra e o Progresso.
No que respeita ao progresso, é o cérebro que faz de nós aquilo que somos, ou seja, seres humanos que pensam, que amam, que dançam, que se comovem e que choram.
Por outro lado, mas, sempre a partir dentro, a maçonaria procura o aperfeiçoamento da humanidade através da elevação moral e espiritual do individuo, procurando, entre outros aspetos, a conciliação dos conflitos.
Em última análise, o neurocientista português António Damásio, inspirou a escolha do meu nome simbólico por se tratar de um dos mais brilhantes investigadores do mundo na área do cérebro, com enfoque na resolução de conflitos por intermédio da educação e da aprendizagem.
Um dos grandes desafios em qualquer processo de aprendizagem consiste no mistério que a vida encerra, na imponderabilidade, na curiosidade e na descoberta. Um dos maiores mistérios da natureza está dentro da cabeça de cada um de nós.
Quero despedir-me com uma tríplice palavra, uma metáfora numa figura geométrica conhecida por cá em particular. As palavras escolhidas para construção do meu triângulo, são a própria Maçonaria, o Cérebro e o pensamento de Antonio Manuel Damásio. Assim, como os pedreiros antigos construíam as suas catedrais, eu quero construir minha opção maçónica.
Procuro nesta associação de conceitos a luz no seio da escuridão esperando, encontrar-me enquanto ser humano com o auxílio do meu cérebro e da disciplina maçónica. 

António Damásio, Apr:.

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