Pesquisando o tema, tentando perceber a mensagem que o Ven:.M:. pretendeu passar, pude chegar a algumas conclusões que convosco partilho e gostaria de colocar à discussão.
Primeiro a palavra. Provém do Grego Egrêgorein e significa Velar, Vigiar. Ao longo dos tempos ela foi utilizada para definir uma entidade resultante da soma da energia psíquica e emocional dos membros de uma qualquer assembleia reunidos por uma qualquer razão.
Naturalmente que esta ampla designação pode aplicar-se a todas as Reuniões de duas ou mais pessoas que se juntem para debater, analisar, contraditar, comungar qualquer conjunto de emoções veiculadas pela palavra, pelo silêncio, ou quaisquer outras formas de expressão.
Na Génese, no Livro dos Reis, Jafé criou o Céu e a Terra, e perante as trevas e o abismo, pairando sobre a águas, o G:.A:.D:.U:. disse – “Fiat Lux” e fez-se luz.
Poderemos considerar ser esta a Egrégora primordial?
Sendo Egrégora a energia da soma das vontades de duas ou mais pessoas só será possível entendê-la como uma Egrégora porque o G:.A:.D:.U:. é:
UNO pois não há quem o preceda
DUAL porque concentra o Alfa e o Ómega
TRIPLICE pois congrega a dogmática Santíssima Trindade, Pai, o Filho e o Espirito Santo, numa apropriação por parte dos Cristãos Romanos do conceito de Espirito que era a força de Yahweh, no Antigo Testamento, força essa que impelia os enviados a cumprirem a missão recebida. A partir do Novo Testamento passou a ser a força do Cristão.
Mas pode também ser TRÍPLICE para todas as religiões, se entendermos que é composta pela Verdade, pela Justiça e pela Paz.
Todas estas entidades reunidas numa única força conjugaram energia numa Egrégora primordial e fez-se Luz.
Este conceito amplo atravessa a história da Humanidade que sempre progrediu quando se agregou. O Homem é um animal gregário e é a resultante positiva da vontade do grupo que faz avançar a comunidade.
O debate sobre o objectivo comum, que pode ir do mais primitivo instinto de sobrevivência, sempre presente, até à forma mais sofisticada de criação de vontades que resultam de métodos de discussão e análise, crescentemente sofisticados, todos eles são Egrégoras.
Isto é verdade numa Empresa, num Exército, num País, mas também, numa família, num Clube, numa Organização Fiosófica ou outra.
Se aceitarmos que Egrégora é a energia resultante da soma de entendimentos, reflexões e conclusões sobre, um ou vários, temas abordados numa assembleia de homens será de esperar que numa reunião Maç:. a Egrégora seja profundamente positiva e relevante.
E é sobre este ponto que temos que reflectir.
Ao contrário do gigantesco talk-show que é a nossa sociedade, onde dentro de algum tempo poderá acontecer que se mate a própria mãe em directo e ao vivo para se receber dinheiro para comprar o que não faz falta, de todo, as nossas Reuniões são, obrigatoriamente, um momento que é a antítese de tudo isto.
Mesmo misturando deformação profissional profana, permitam-me que arrisque sugerir que não seria mau conseguirmos uma medida de intensidade de cada Egrégora que regularmente produzimos.
Sabendo que Energia por unidade de tempo nos dá uma medida da potência e que um ser humano em repouso dissipa cerca de 100 W, ou 1 Joule/s. Sabendo ainda que no limite das suas capacidades físicas um ser humano poderá dissipar Energia de cerca de 1 500 W, para avaliarmos a potência total de uma Egrégora teremos que ter em conta, não só a capacidade, mas também a disponibilidade que cada um de nós tem para contribuir para a Energia da Egrégora.
Tudo isto seria simples se, ao invés de estarmos em L:., estivéssemos num ginásio.
Estando em L:. o nosso contributo intelectual é mais dificilmente mensurável. Talvez analisarmos a Energia consumida ao longo de um percurso e aí estamos a falar da grandeza física, trabalho. Como também é possível avaliar a quantidade de energia dissipada por uma lâmpada de determinada potência, ou, a variação de intensidade de radiação quando nos afastamos da fonte, poderemos concluir:
· Sempre que elaboramos sobre temas marginais e dissertações mundanas, a grandeza trabalho é diminuta, porque a falta de conclusões a que se chegam não justifica a energia despendida ao longo do percurso.
· Sempre que interrompemos o normal funcionamento da L:. com comentários laterais, algumas vezes, despropositados porque imprecisos, não contribuímos com Energia e atrasamos o andamento normal dos trabalhos, logo menos energia num maior espaço de tempo, menor potência.
· Sempre que nos afastamos demasiado da fonte, dissertando sobre dados não comprovados, a intensidade de radiação diminui, logo a luz tende a desvanecer-se
Como todos os M:.Q:.Ir:., em todos os graus e qualidades compreenderão, este exercício não passa de uma leve ironia pseudo-retratando e pseudo-medindo aquilo que não é mensurável e tratável do modo proposto.
Serve esta ironia para nos levar a reflectir sobre a forma e sobre o conteúdo das nossas intervenções e comportamentos neste nosso trabalho maçónico.
De facto a Egrégora será sempre uma energia de valor significativo quando, todos, de forma coordenada, conseguirmos aportar valor e dimensão a cada reunião que fizermos.
Quando os trabalhos findam, o sentimento geral tem que ser de satisfação e regozijo porque a Egrégora libertou uma quantidade de Energia que nos alterou positivamente.
Como todos sabemos essa Energia será tanto maior quanto melhor for o andamento dos trabalhos, quanto mais profunda for a forma como abordamos os temas tratados, quanto mais sintéticos conseguirmos ser para transmitir uma maior quantidade de ideias no menor espaço de tempo e quanto mais clara e simples for a maneira como conseguimos expor o que pretendemos expor, por respeito a todos, e à clareza das ideias e rigor dos princípios.
Estas são as razões que nos levam a estar uns com os outros e seria fantástico que neste novo ano maçónico as nossas Egrégoras tivessem sempre potências acima de 0,7 TW (TeraWatt).
Porquê este valor ?!
Porque se aceitarmos que um ser Humano em repouso dissipa 100 W e existem 7 000 Milhões de seres humanos, então a humanidade no seu conjunto agrega 700 000 Milhões de Watt ou 0,7 TW.
E isso é o MUNDO.
E se isso é o Mundo, nós reunimo-nos para melhorar o Mundo.
Será que com esta medida conseguimos entender melhor a dimensão daquilo que aqui vimos fazer?
Tenho muita esperança que sim.
Mais, sei que sim!!
Isaac Newton M:.M:.
setembro de 2012
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