Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

26 de outubro de 2025

Emproado

 

Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve este poema de Adilson Zotovici:


EMPROADO


 Ouvi dum livre pedreiro 

Há pouco iniciado 

Algo nada corriqueiro 

Que deixou-me intrigado 


Questionou em tom brejeiro 

O que vem após trilhado 

Como aprendiz, companheiro, 

Mestre e mestre instalado 


Que lhe pareceu grosseiro 

Após o trono deixado 

Nunca mais viu tal obreiro 

Em sua Loja sentado 

Será que o labor costumeiro

Com o malhete empunhado 

Que a mim sonho sobranceiro, 

Em verdade fardo pesado ? 


Respondi firme, ligeiro, 

Que é um trabalho Sagrado, 

Um período alvissareiro 

A quem com a luz contemplado 


Se nos deixou sorrateiro 

Precisa ser perscrutado, 

Se desídia do garimpeiro 

Por ouro de tolo cavado 


Erro comum no canteiro 

De não tê-lo observado 

Dia a dia, tempo inteiro, 

Quiçá um dissimulado ! 


Talvez um interesseiro 

Que atropelou o postulado 

Buscando fama ou dinheiro 

E se frustrou sem encontrado 


Quero crer por derradeiro 

Seja sim, um emproado, 

Que olvidou o valor primeiro 

Que eterno o aprendizado !!! 


Autor: Adilson Zotovici - (21072021)

(selecionado do Informativo “CHICO DA BOTICA” - Ano 20, Edição 199 – 31 Mai. 2025 )

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