Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

24 de dezembro de 2019

SEM TEMPO


A Comissão Editorial do Blogue deseja a todos os seus Leitores Boas Festas e um 2020 com Sabedoria, Força e Beleza. Transcreve-se, com a devida vénia e respectiva autorização, um poema de Adilson Zotovici.

SEM TEMPO

A quem crê que o tempo escasso
Que sua  vida é correria
Que em demasia o cansaço
Pra viver a confraria

Penso ser breve embaraço
Esse estado que injuria
Longe pois, d’algum fracasso
Quiçá tosca sincronia

Veja o plano que ora faço
A um profícuo dia a dia
O caminho, passo a passo,
Com fulcro da maçonaria

Infinito abre o compasso
Se aberto com mestria
Que mostra tempo e espaço
E a régua dita a quantia

Aprumado, mão de aço,
Com destreza e ousadia 
No cinzel vibra o maço
No desbaste à cantaria

Se em bom nível o braço
O labor não arrepia
Para esquadrejar bom traço
Com zelo e sabedoria 

Decerto obreiro baço
Com desídia, letargia ,
Não verá místico laço
Que terá em companhia

Livre pedreiro toca o passo
No tempo, que é serventia,
Que sem porfia é erro crasso
Do fiel da simbologia !

Adilson Zotovici

21 de dezembro de 2019

Solstício de Inverno 2019


O Solstício de Inverno vai acontecer às 4h, madrugada do dia 22 de Dezembro de 2019. É o início do inverno em Portugal e em todo o hemisfério norte, e do verão no hemisfério sul. É o dia mais curto do ano ou, a noite mais longa. A partir desta data, a duração do dia começa a crescer. Por isso, na Antiguidade, o Solstício de Inverno simbolizava a vitória da luz sobre a escuridão, ou o triunfo da vida sobre a morte.

12 de dezembro de 2019

Irmãos da MAÇONARIA e Bons Primos da CARBONÁRIA


Irmãos da MAÇONARIA e
Bons Primos da CARBONÁRIA
(ou a Revolução de 5 de Outubro de 1910, em PORTUGAL)

Abreviaturas
Barr’.’ – Barraca
C’.’ P’.’ – CARBONÁRIA Portuguesa
Carv’.’ – Carvoeiro
Cant.’ – Canteiro
Ch’.’ – Choça
Gr’.’ Firm’.’ – Grande Firmamento
Mes’.’ – Mestre
Mes Subl’.’ – Mestre Sublime
Rach’.’ – Rachador

Sinais utilizados
Sinal n.1
“…<  >, entre parênteses angulares <estão> palavras subentendida, mas não explícitas, no texto original…” 
Sinal n.1 FREDERICO LOURENÇO, “BÌBLIA, Vol. I - NOVO TESTAMENTO – Os Quatro Evangelhos”, QUETZAL, 1ª Edição-2016, 5ª Reimpressão-2017: p 49

Sinal n.2
“…em ITÁLICO…”
Sinal n.2 textos de outros Autores


1. Abordagem Histórica do movimento  CARBONÁRIO e seus Ascendentes

Os Historiadores ensinaram-nos que, no século XVI, “…os lenhadores se terão introduzido em ITÁLIA com os exércitos de FRANCISCO I, em 1515, organizando-se em grupos de 20 Homens, as chamadas Vendas, submetidos a uma Venda Suprema…” (1).
Esta práctica foi, muito mais tarde, reproduzida pelos “…carbonari <que se reorganizaram> como sociedade secreta em Nápoles <(ITÁLIA)> tendo como fim a luta contra a ocupação “Napoleónica”…” (2) e, como nos explica JOÃO MEDINA, dando suporte aos “…partidários de FERNANDO de BOURBON que combatiam as tropas do rei de Nápoles, cunhado de NAPOLEÃO. Viviam refugiados nos Abruzos e na Calábria estes carbonari ou “carvoeiros” italianos…” (3).

6 de dezembro de 2019

HISTÓRIA, Presépios de todo o ano


HISTÓRIA
Presépios de todo o ano
António Valdemar
14 DEZ  15H / CENTRO DE CONGRESSOS E REUNIÕES

 O jornalista e investigador António Valdemar, membro da Academia das Ciências de Lisboa, apresenta no CCB uma palestra focada num conjunto de presépios portugueses dos séculos XIV e XVI, levando-nos a descobrir a sua representação simbólica e o seu conteúdo humano.

4 de dezembro de 2019

Centenário Nascimento Jorge de Sena


Embora com algum atraso não podia a Comissão Editorial do Blogue deixar de assinalar o Centenário do Nascimento de um dos mais lúcidos Pensadores da Literatura Lusa.

2 de dezembro de 2019

Orlando Ribeiro


Sobre o meu Nome Simbólico 

ORLANDO RIBEIRO
Só no interior da câmara de reflexão, aquando da minha iniciação, me dei conta que tinha de escolher naquele momento, um nome simbólico. Na densidade emocional do momento várias foram as possibilidades emergentes: Miguel Torga (poeta, escritor); Fernando Pessoa (poeta, escritor); Jorge Dias (antropólogo/etnólogo); Michel Giacometti (etnomusicólogo), Freud, Darwin, entre outros. Tinha contudo, preferência por uma identidade/identificação portuguesa e animada por pensamento científico; decidi por uma personalidade portuguesa, que apenas na última década tive melhor conhecimento e que, estranhamente é pouco conhecida, mesmo no meio académico interdisciplinar.
Orlando Ribeiro foi um ilustre geógrafo e historiador português nascido em Lisboa a 16 de Fev. de 1911 e falecido em 17 de Nov. de 1987 (viveu 76 anos); teve uma infância partilhada entre a cidade de Lisboa e Viseu (naturalidade dos pais) e sempre se sentiu ao mesmo tempo “filho da grande cidade portuária e descendente dos camponeses e serranos da Beira interior”. Desta dupla origem decorre talvez, tanto o interesse precoce pela Geografia das cidades como, mais ainda, pela diversificada vida do campo e pelas majestosas paisagens a ele associadas. Partilho com Orlando Ribeiro, o facto de o campo na minha infância e juventude, ter sido palco de livre vagabundagem, infindas aventuras e explorações por olivais, ribeiras e serranias; fascínio da descoberta de tudo o que é coisa ou bicho, e que deixa na vida um rasto sensorial de magia e encanto marcado por cheiros, sons, imagens e afectos (isto, é para mim é o Sagrado, a comunhão plena entre o “Eu” e o “Meio”, em sentimento de pertença). O segredo do Homem é a própria infância, escreveu o psicanalista João dos Santos, o que dá conta da importância vital desta etapa da vida, tão frequentemente esquecida e mesmo desvalorizada.

Desafios para os direitos Humanos...


26 de novembro de 2019

TAPETE DA LOJA – Grau de Companheiro


TAPETE DA LOJA – Grau de Companheiro

Realizei este traçado, inspirado na prancha do nosso querido irmão Cândido, “O Que Eu Aprendi” de Março de 2017 e ancorado noutras fontes que estão registadas na bibliografia deste traçado. Enquanto maçom aprendiz depois do difícil trabalho de desbastamento da pedra bruta, foi-me, generosamente, concedida a possibilidade de prosseguir para os desafios destinados aos irmãos Companheiros, aceitando a missão de polir a pedra que procurei, tanto quanto me foi possível, desbastar enquanto aprendiz.
Com efeito, nesta nova etapa, compreendi que o trabalho de polimento a meu cargo enquanto Companheiro conduziu a um processo de transformação que culminou na emergência da pedra Cúbica, sempre com o propósito de atingir uma construção perfeita.
Tal como refere o nosso querido irmão Cândido, na prancha supramencionada, “convosco aprendi (…) a importância do trabalho em Loja, a qual designa uma comunidade de francos-maçons que se reúnem à volta do Templo numa perspectiva simbólica. A Loja é um santuário de aprendizagem mútua onde se aprende a exercitar a inteligência, a usar a razão, a praticar o bem e a justiça, e a aplicar as sábias leis da natureza.
E aprendi também que a loja é um espaço de trabalho, debate e aperfeiçoamento. Não só pessoal mas também colectivo. Não só para nosso bem mas para que aprendamos a fazer, e façamos, o bem para os outros.”
De facto, a passagem da perpendicular ao nível é o fim de um ciclo para o aprendiz, sendo, ao mesmo tempo, para o Companheiro o início de um novo caminho, sem o qual não seria possível atingir a plenitude maçónica.
A simbologia do Grau de companheiro está associada à representação numérica do 2º grau. Por outro lado, o companheiro passa ser iluminado pela Estrela Flamejante que integra a letra “G” no centro, associada à simbologia correspondente, que é considerada a de maior relevância neste grau.
No que respeita à simbologia associada ao número 5, é de sublinhar as cinco viagens realizadas enquanto aprendiz, de que necessitei para aprofundar os meus conhecimentos de modo a compreender e vislumbrar novos horizontes, designadamente no que respeita à Estrela Flamejante.

Tanto quanto pude compreender, no painel do Companheiro a Decoração do Templo é muito semelhante à que se verifica no Grau de Aprendiz com algumas alterações a Oriente e Ocidente.
A Oriente a Estrela radiante de cinco pontas com a Letra G no centro substitui o Triângulo luminoso. Na mesa mais próxima do 1º Vigilante colocam-se o Maço e Cinzel, o Esquadro e Compasso, a Régua e Alavanca, o Nível, a Trolha.que são, afinal,os Utensílios indispensáveis à prossecução das Cinco Viagens.
A Ocidente, ornamentam-se as paredes do Templo com os Cinco Quadros que integram as inscrições correspondentes de que falaremos mais à frente. Os dois primeiros Quadros, colocam-se no lado Norte, o primeiro Quadro próximo da balaustrada do Oriente e o segundo próximo do 1º Vigilante.

16 de novembro de 2019

A Maçonaria e a Solidariedade – Conceito ou Concretização


A Maçonaria e a Solidariedade – Conceito ou Concretização

Conforme é consagrado no Regulamento Geral do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa, no que respeita ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue...que haverá em cada Loja ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue..., sendo uma delas a Comissão de Solidariedade, e que, para além dos membros inerentes, podem ainda integrar outros membros eleitos pelas oficinas. Igualmente é estipulado ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue... que a Comissão de Solidariedade é composta, por inerência, pelo ex-Venerável, que preside, pelo Orador e pelo Irmão Hospitaleiro, competindo a esta comissão, como é definido no ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue...: dar parecer sobre os pedidos de auxílio, que forem apresentados; Apresentar propostas, em Loja, sobre a gestão e desenvolvimento do Fundo de Solidariedade; Visitar os Irmãos e familiares destes, doentes ou carenciados; Apresentar propostas de solidariedade sobre outras que sejam apresentadas.
Refere ainda o ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue... Cabe às oficinas auxiliar os seus irmãos necessitados, bem como os familiares destes; Que as Oficinas determinarão livremente a forma de constituir, desenvolver e aplicar um Fundo de Solidariedade, assim como compete, ainda, às Oficinas, apoiar, na medida das disponibilidades do Fundo de Solidariedade, instituições de solidariedade social de cariz para-maçónico ou outro.
Ao Irmão Hospitaleiro compete visitar os Irmãos doentes e familiares destes; Sindicar a situação financeira dos Irmãos que solicitem auxílio à Loja, comunicando à Comissão de Solidariedade o resultado; entregar quaisquer apoios concedidos pela Loja, depois de autorizados pelo Venerável, e, ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue...

Em termos da N:. A:. O:. é ainda estipulado no ...Editado pela Comissão Editorial do Blogue.. (Da Solidariedade Maçónica) do Regulamento Geral do GOL que a Solidariedade Maçónica compreende tudo quanto diga respeito à beneficência, no tríplice ponto de vista moral, intelectual e físico, nomeadamente: O auxílio fraternal aos Maçons em dificuldade, bem como aos descendentes menores e outros familiares; A assistência aos desfavorecidos; O apoio e promoção de Instituições Para-Maçónicas de solidariedade social, de ensino, assistência médica, mutualidades, ou de outras áreas com fins sociais, existentes ou a criar.

14 de novembro de 2019

VAMOS À LOJA ...


Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve mais um Soneto de Adilson Zotovici
VAMOS À LOJA ...

Há um fulcral Templo Sagrado
Qual se desdobra em oficina
Com ferramental adequado
Que à grande obra se destina

Local a coberto, vigiado,
Tornado “em Loja” se ilumina
Onde coeso grupo irmanado
Empenhado reflete a doutrina

Há muito, bem Arquitetado
Buscar perfeição a rotina
A todo obreiro iniciado

Pra ter constância e disciplina
Cumprir o que fora jurado
Pois, lá se aprende e se ensina !

Adilson Zotovici

2 de novembro de 2019

"A Maçonaria no Séc. XXI - Sociedade, I.A., Automatização e Desemprego - Que fazer?


"A Maçonaria no Séc. XXI - Sociedade,  I.A., Automatização e Desemprego - Que fazer?

Para podermos refletir um pouco sobre o futuro, será importante caracterizar e contextualizar o passado e o presente nas suas fases marcantes, isto naturalmente de acordo com a minha perspetiva.
Passado – 
1. 2,5 Milhões de Anos os Autrolopitecus indiciam ser a separação dos nossos primos Símios. São hominídeos, que evoluirão para o Homo Erectus e para o Homo Habilis. Têm características semelhantes às nossas, mas apresentam uma massa encefálica cerca de 35% menor que a nossa.
2. 200 000 Anos – Existem várias espécies de Hominídeos, entre os quais o Homo Sapiens, todos mostram capacidades notáveis, mas um vai sobrepor-se a todos os outros
3. 70 000 Anos - Revolução Cognitiva. Não se sabe ainda porquê, mas um grupo a que agora chamaremos de Homo Sapiens Sapiens ganha capacidades cognitivas surpreendentes. Mais do que uma sofisticada linguagem, adquire capacidades de Abstração, de criação de realidades Imaginadas.
4. 30 000 Anos – Já há Homo Sapiens Sapiens em todo o Palneta. Vivem da Caça e da Recolha de frutos e bagas Silvestres. Deslocam-se permanentemente em grupos cada vez mais alargados.
5. 12 000 Anos – Sedentarizam-se estes Caçadores Recolectores e assistimos a outra Revolução, a Revolução Agrícola. Começam a acumular excedentes e a depender cada vez menos dos ciclos Climáticos.
6. 8 000 Anos – Primeiras Civilizações marcantes. Vale do Indo, Vale do Rio Amarelo e Vale do Nilo
7. 6 000 Anos Império Acadiano. Escrita, Organização Administrativa sofisticada e Poder Temporal, e Intemporal, devidamente aceites.
8. 4 000 Anos – Surge o Monoteísmo com profundo impacto nas civilizações do Alto e Baixo Nilo, e na zona do Tigre e do Eufrates.
9. 2 500 Anos – Gregos e Escola Jónica. Pela primeira vez um grupo de pensadores reflete sobre a realidade envolvente. Aristóteles chamava-lhes os que Filosofavam sobre a Natureza. Se lhes tivéssemos dado mais atenção, ficávamos a saber que a Terra orbitava o Sol, que era esférica, e até saberíamos o seu raio com um erro menor que 5%, que descendíamos de outra espécie, que o nosso Sol era apenas uma de muitas Estrelas, etc.,etc. São os antepassados diretos dos Cientistas atuais.
10. 2 200 Anos – Apogeu do Império Romano, 55 Milhões de Humanos sob a mesma Ordem, uma máquina de guerra impressionante. A Oriente apogeu do Império Han, 55 Milhões de humanos sob a mesma Ordem de um Imperador que homogeneizou o dialeto, inspirou-se em princípios Confucionistas e, para além do território Chinês, ocupou a atual Coreia e Vietname. Comerciou com os Romanos através da Ásia Central criando uma Rota, viria mais tarde a designar-se pela Rota da Seda.

1 de novembro de 2019

"IRMÃOS"


Com a devida vénia se transcreve esta reflexão do Ir. NEWTON AGRELLA

"IRMÃOS"*

Situar-se na História impõe antes de mais nada buscar as origens. Diante dessa consideração, cabe registar que a palavra IRMÃO em Português provém  do Latim "GERMANUS" que significa “verdadeiro”.  Os romanos, falantes do Latim diziam  *"frater germanus"* para referir-se à “irmão verdadeiro”, ou seja;  filho do mesmo pai e da mesma mãe”.
FRATER         = Irmão;  GERMANUS  = Verdadeiro
No processo de derivação linguística que deu origem às chamadas "Línguas Neo-Latinas" ocorreram algumas dissonâncias em razão de influências geográficas, políticas, sociais e comportamentais dentre outras. Deste modo, a palavra IRMÃO nos idiomas Neo-Latinos derivou-se tanto do vocábulo "Frater" quanto de "Germanus", conforme exemplos abaixo:

Português     :   Irmão

Galego           :   Irmán

Espanhol       :   Hermano

Catalão          :  Germà

Italiano          :  Fratello

Francês         :  Frère

Romeno        :  Frate

Corso            :  Fratellu

Provençal     :  Fraire

Posto isso, cabe analisarmos o aspecto semântico da palavra IRMÃO.  A Semântica do ponto de vista  linguístico, é o componente do sentido das palavras e da interpretação das sentenças. No universo vocabular maçônico a palavra IRMÃO sempre caminhará de mãos dadas com o adjetivo FRATERNO ou com o substantivo FRATERNIDADE, posto que este último é um dos pilares que compõem a tríade maçônica: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

16 de outubro de 2019

Simbologia, Ritual e Transmissão na Maçonaria – porquê?


Simbologia, Ritual e Transmissão na Maçonaria – porquê?

A transmissão do conhecimento na Maçonaria envolve um problema de fundo de enormes proporções. E ele é o da memória. A dos homens, a da natureza e a das coisas.
A sua perenidade, aparentemente liga-se à sucessão das gerações de Lojas ao longo dos séculos, à capacidade de ordenar e registar as formas dos rituais, das siglas e das ideias. Mas só aparentemente a memória maçónica está ligada às Lojas e às Obediências. E porque ela se transcendeu há muito tempo, e se elevou além dos horizontes, a memória maçónica passou a reflectir uma ordem das coisas, que podemos tentar definir como uma ordem numénica. Uma memória da ordem do mundo e do universo.
Mas não se pense que desta forma a memória se tornou numa “pedra cúbica”, quero dizer, “acabada”. A memória maçónica, embora reflicta uma ordem cósmica, não se fecha sobre si mesma, porque a dinâmica da vida e a própria evolução do homem não têm fim. Ela é um reflexo da intrínseca fisiologia cerebral, do seu crescimento ao longo de milhões de anos, de um ponto de partida neurológico, que do instinto puro reptiliano se elevou às emoções mais exacerbadas e aos pensamentos mais abstratos proporcionados pelo sistema límbico. O que ganhámos com o crescimento do cérebro, foi em memória, mas igualmente na compreensão do universo e da natureza (physis) enquanto símbolos, forças e geometrias. Aprendemos a ler a realidade física e espiritual de forma simbólica.

Esta arte muitas vezes milenar, que os homens do paleolítico criaram nas longas noites das estepes e das florestas, e que os homens da última glaciação de Würm usaram para contar sob a forma de memória simbólica, o tempo de uma outra humanidade, esta arte passou desde então, a constituir o grémio fraterno dos pais, dos filhos e dos netos, dos clãs de uma humanidade na sua alvorada. Nessas noites, o céu e as estrelas, na sua extensão dos sonhos premonitórios, dos conventículos dos sábios e dos guerreiros, que dando força à iniciação dos novos e à continuidade dos velhos, bebendo do elixir da imortalidade, perceberam que a memória, a deles, não estava sujeita à morte, nem ao corpo físico, mas partilhava com o universo uma rede de ligações invisíveis, fundamentais à vida do próprio universo.

12 de outubro de 2019

Rogério Rodrigues-homenagem por Henrique Monteiro


Penso nele, neste momento, a discutir com São Pedro os méritos da entrada no céu. Mas, de acordo com a ética do Rogério, é ele que defende que lhe faltam qualidades e São Pedro que insiste em lhas lembrar.
O Rogério era assim. Já muitos o escreveram, mas poucos, talvez, o tenham conhecido tão bem quanto eu nas várias dimensões que teve. Foi um tremendo jornalista (torpedo, chamava-lhe a Fernanda Mestrinho); foi um poeta e escritor, que apenas a humildade natural e a vontade de se apagar e de ser crítico de si próprio não levou mais longe; foi um maçon exemplar, incorruptível e fraterno que adotou como nome simbólico Antero de Quental, com quem se há de encontrar na mão direita de Deus (o de quem o substitua).
Conheci-o há mais anos do que é justo dizer aos jornalistas novos. Nos tempos em que as redações tinham dinheiro, vagar e alegria. Sabíamos notícias à segunda e podíamos guardá-las três, seis, 10 dias. E se o Rogério tinha notícias. De todos os lados, de toda a gente. As suas fontes eram diversificadas e a sua escrita rigorosa. Um dia fomos ambos em reportagem ao Alentejo profundo, lá onde ainda não chegara o alcatrão, nem a luz, nem a água canalizada. Difícil, sabem, é o começo do texto que assinaríamos ambos. O Rogério virou-se para mim e disse-me: "escreve aí (eu escrevia à máquina mais depressa do que ele)": “Naquelas terras cujo pó nem as sandálias do diabo conheceram…” - e eu, que era já aquiliano, virei-me para ele e disse: “De onde te vem isso?”. E ele respondeu: “Da cultura."
Ah, sim! Porque o Rogério era poeta. Em 1972 publicara ‘Livro de Visitas’, um livro de poesia com uma dedicatória arrepiante ao seu irmão morto na guerra colonial, em Angola: “Ao Anísio Manuel Rodrigues - vivo; pelo Anísio Manuel Rodrigues – morto”
A morte não lhe era mais estranha do que a vida. O seu outro irmão, que ficara cego, morreria atropelado, em Lisboa. E ele, que estudara no seminário, em Macau, por mor de contos que não vêm ao caso, e que mais tarde se fizera à Filologia Românica, deu o salto para Paris, a fugir à tropa. Voltou quando um decreto permitiu que não fosse para a guerra quem fosse amparo de mãe, ou seja, tivesse já um irmão morto nas Forças Armadas.

1 de outubro de 2019

O Segredo


O SEGREDO

Quase não andava, saltitava com passinhos curtos com medo da própria sombra. Bigodinho fino exposto num lábio que parecia estar sempre a esconder-se, óculos redondos com aros de tartaruga, lentes grossíssimas tapando os olhos, tristes subentende-se. Corpo magro, esguio e furtivo, o Malaquias, circulava por entre os escombros das almas perdidas guardando-lhes os segredos que não eram secretos.
Segredo/Secreto? Substantivo e adjectivo, que de tão semelhantes conseguem ser, mesmo, quase opostos. Explico melhor: o Malaquias tinha um dom que era saber escutar com uma enorme paciência não interferindo nunca nos desabafos alheios, e isto, claro, valeu-lhe uma valente reputação junto de quem, secretamente, sofria as agruras de se situar entre os Outros e o Cosmos, coisa medonha de se enfrentar e em cujo resultado se constrói a persona, sim, a máscara que, passo a passo, edificamos para parecermos o que não somos ou como diria um aprendiz de S. Freud - ter uma personalidade. Se as ditas agruras fossem segredos, as pobres almas nunca os comunicariam, e se o fazem, então, ó semântica, querer-se-ão secretos?

Vejamos o que o Dicionário Digital Priberam da Língua Portuguesa nos diz:
Segredo (Latim secretum) -substantivo masculino; começa por coisa que não deve ser sabida por ninguém e logo a seguir expande-se dizendo que é coisa que se diz a outrem mas que não deve ser sabida por terceiros, mau, em que ficamos? Depois mais uns quantos significados, tais como, reserva, descrição, meio pouco conhecido de se fazer uma coisa, lugar da prisão onde se conservam os presos que devem estar incomunicáveis, esconderijo, conjunto de causas desconhecidas e finalizando com íntimo e âmago.
Secreto (Latim secretus) - adjectivo; separado, afastado, isolado, à parte, confidencial, que não é do domínio público, que não é conhecido, que não é visível ou facilmente acessível, que se não manifesta, solitário, reservado, sem divulgar algo, que não mostra emoções, intenções e pensamentos.

23 de setembro de 2019

Equinócio de Outono 2019


Equinócio de Outono 2019
Em 2019 o Equinócio de Outono ocorre no dia 23 de Setembro às 08:50 horas. Este instante marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 89,812 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 22 de Dezembro às 04:19 horas, contudo, só  no dia 26 de Setembro de 2019, é que haverá muito perto de 12 horas de luz solar directa no solo. Nesse dia o disco solar nasce às 07:27:26 horas e põe-se às 19:27:49 horas (em Lisboa), diferindo a duração do dia e da noite em apenas 23 segundos.

14 de setembro de 2019

Não Há Mais Nevoeiro


Depois de uma breve estadia em Portugal, o Poeta Adilson Zotovici expressou neste Soneto o que sentiu. Aqui o transcrevemos, com a devida vénia e respectiva autorização:

Segue uma singela homenagem pelo que vi e por  tantos momentos que  vivi alegremente em Portugal ...

F. PESSOA...NÃO HÁ MAIS NEVOEIRO 

Ó Portugal hospitaleiro
Pro meu canto vou embora
Em meu coração  brasileiro
Por encanto, de pranto é hora

Povo livre e vanguardeiro,
A igualdade em ti mora
De fraternidade és canteiro
Da Arte Real mundo afora

Nada vi por derradeiro
Que o poeta em versos ora
Em sua lira de outrora

Não há mais o nevoeiro
Dia e noite desde a aurora
Forte brilha o Sol agora

Adilson Zotovici

11 de setembro de 2019

46º Aniversário da Morte de Salvador Allende



Homenagem da Comissão Editorial deste  Blogue a um Digníssimo Representante da Espécie Humana.

3 de setembro de 2019

Emídio Guerreiro-120 Anos


Vai realizar-se na próxima sexta-feira, dia 6 de Setembro, pelas 21H30, na sede da Associação de Socorros Mútuos Artística Vimaranense, em Guimarães, a inauguração de uma exposição alusiva aos 120 anos do nascimento de Emídio Guerreiro, titulada “EMÍDIO GUERREIRO - 120 anos do nascimento - Vimaranense, cidadão universal”. Na mesma altura far-se-á a apresentação de uma edição alusiva à sua vida de combatente pela liberdade.   
Emídio Guerreiro, que nasceu a 6 de Setembro de 1899, em Guimarães, foi um dos mais importantes combatentes da liberdade do século XX, tendo participado nas primeira revoltas contra a ditadura do 28 de maio, na Guerra Civil Espanhola, contra o fascismo franquista, na resistência francesa à ocupação nazi e na luta contra o Estado Novo salazarista, tendo ainda participado nas lutas da implantação da democracia pós-25 de Abril de 1974.           
Estarão presentes na inauguração da exposição e no lançamento da edição, muitas das instituições de Guimarães com quem Emídio Guerreiro teve ligações mais ou menos fortes, entre elas a Sociedade Martins Sarmento, a Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, o Círculo de Arte e Recreio, a Associação Convívio, o Cineclube de Guimarães e, claro, a Câmara Municipal de Guimarães.   
Muito nos honraria a sua presença nesta sessão, bem assim como a sua colaboração na divulgação deste efeméride.

A Presidenta da Direcção da ASMAV,
Eva Machado

24 de agosto de 2019

O Tesouro Oculto da Maçonaria



Transcrito, com a devida vénia, do Blogue opontodentrodocirculo.com este Artigo de Márcio dos Santos Gomes

O Tesouro Oculto da Maçonaria
Publicado em 22 de Agosto/Sao_Paulo 2019 por Luiz Marcelo Viegas

“A maior parte só vê a casca, e cedo se desilude; não conhece a amêndoa gostosa que se oculta no interior e torna-se o prêmio reservado aos estudiosos, que os aproxima cada vez mais da Iniciação Real” (Nicola Aslan)
Conta-se que um amigo do jornalista, contista, cronista e poeta brasileiro Olavo Bilac (1865-1918), abordou-o certa vez e pediu-lhe que redigisse um anúncio de uma chácara que pretendia vender e da qual o mesmo era conhecedor. Ali mesmo, o poeta apanhou um pedaço de papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo. Cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.“
Tempos depois, reencontrando o amigo, Olavo Bilac perguntou-lhe se havia conseguido vender a propriedade. De pronto ouviu a resposta: “Nem pense mais nisso! Quando li o anúncio é que percebi a maravilha que tinha nas mãos”.
Eckhart Tolle, na sua obra “O Poder do Agora” (2002), narra a história de um velho mendigo (da fábula de Tolstói), que passou mais de trinta anos sentado no mesmo lugar, debaixo de uma marquise, pedindo moedas aos transeuntes. Um belo dia um estranho perguntou-lhe o que tinha dentro da caixa que era utilizada como assento em todo aquele tempo. Respondeu o mendigo que não sabia, mas que imaginava não ter nada. Insistiu o estranho para que o mendigo desse uma olhada. Ao abri-la, com certa dificuldade, descobriu o velho que o caixote estava cheio de ouro.
Em outro contexto, Malba Tahan (1895-1974), pseudônimo do professor, conferencista, matemático e escritor do modernismo brasileiro, Júlio César de Mello e Sousa, nos relata em “O Livro de Aladim“ (2001), uma fantástica história chamada “O Tesouro de Bresa”, sobre a experiência de um pobre e modesto alfaiate da Babilônia chamado Enedim, que alimentava o sonho de achar um fabuloso tesouro escondido em algum lugar e tornar-se rico e famoso.

23 de agosto de 2019

AMÁLIA RODRIGUES, A GRAÇA


Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve mais um poema de Adilson Zotovici:

AMÁLIA RODRIGUES, A GRAÇA
Fico silente em meu canto !
Minha mente nua, aguçada,
Fitando a lua e mais nada
Filtrando contente seu canto

Ouço sua encantada voz
Elevando o tema e me encanto
Dando vida ao poema, vem pranto
Realçando a guitarra pra nós

E logo após vem imagem
Pairando saudosa, atroz,
Alçando qual albatroz
À sua eterna viagem

E meu coração calado
Infeliz pela passagem
Prediz  viva na  paragem
Que está aqui...bem ao lado !

Basta viver o momento
Ouvir que ecoa seu fado
Que há muito tem encantado
Como gaivotas ao vento

Amália, a Diva, a Graça !
Sempre viva, trazendo alento
Resplendendo mais seu talento
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Adilson Zotovici

13 de agosto de 2019

O Rito Francês, um Rito Laico


Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve este artigo de Maria Elvira Cipagauta publicado no blogue Jakim&Boaz.

O Rito Francês, um Rito Laico
O que define o Rito Francês é o seu sistema simbólico e ritual, mas  também a sua  identificação histórica com o G∴O∴D∴F∴. A história do Rito Francês sobrepõe-se à  historia maçónica francesa e belga, cheia de ruído e fúria, fortemente marcada pela história política, social e religiosa destes dois países.
A evolução dos seus rituais deveu-se a uma mudança  gradual, abandonando progressivamente as suas bases simbólicas,  para acompanhar a imersão cada vez mais profunda dos Grandes Orientes de França e da Bélgica na  luta política.
Antes de la Segunda Guerra Mundial, dentro do G∴O∴D∴F∴ foi decidido regressar gradualmente às preocupações  com os ritos e símbolos, permitindo o desenvolvimento do movimento iniciado por Arthur  Groussier,  Grão-Mestre do G∴O∴D∴F∴ em 1938, quem decidiu regressar às raízes do Rito Francês, sem se separar do  secularismo que se havia afirmado fortemente. O adogmatismo e a liberdade absoluta de consciência são  ponta de lança de uns Orientes modernos e activos, comprometidos na luta de ideias e de valores, no  coração do campo social.
O caminho até ao  secularismo foi  lento, mas progressivo. Entre os anos 1730-1740, la Grande Loja de França, precursora do G∴O∴D∴F∴, decidiu a inversão das colunas com o desaparecimento do  simbolismo e das  suas referências ao Novo e Antigo Testamento.

Em 1871, o Grande Oriente de Bélgica decidiu abolir a referência obrigatória a Deus e à imortalidade da  alma. Em 1877 o mesmo efectuou o Grande Oriente de França, retirando o livro da lei sagrada do altar de juramento. Em 1877 foi corrigida a seguinte redacção do Art. 1° da Constituição de 1865, do G∴O∴D∴F∴: "Os seus princípios são a existência de Deus, a imortalidade da alma e a solidariedade humana. Ele considera a liberdade de consciência como um direito que pertence a cada homem e não exclui nada nem ninguém pelas suas crenças”.  Esta afirmação foi modificada  pela seguinte forma: "Os seus princípios são a liberdade absoluta de consciência e a solidariedade humana."
A decisão tomada pelo G∴O∴D∴F∴ e pelo  G∴O∴D∴B∴ ao eliminar qualquer referência obrigatória a um princípio superior,  declarando-se  "adogmáticos",  provocou a ruptura definitiva com a maçonaria anglo-saxónica.
A referência obrigatória a estes símbolos foi eliminada  porque violava la liberdade de consciência e impedia que o maçom  fosse efectivamente um Homem Livre numa Loja Livre.
Em consequência, os Rituais foram postos de harmonia com as alterações que se acabavam de fazer à  Constituição.

29 de junho de 2019

Associação Portuguesa de Escritores


A Associação Portuguesa de Escritores (APE) atribuiu , por unanimidade, títulos de sócios honorários a seis personalidades com ”intervenção em domínios diversos da cultura portuguesa”, no dia 10 de Julho, anunciou hoje a associação.
O arquitecto Álvaro Siza, o jornalista António Valdemar, o fadista Carlos do Carmo, o ensaísta Eduardo Lourenço, o historiador José Augusto França e o actor Rui Mendes serão os "nomes maiores da cultura portuguesa", homenageados na cerimónia.
A entrega do cartão e diploma de sócio honorário irá decorrer num almoço num restaurante,  em Lisboa.

28 de junho de 2019

Homenagem a Ramon Machado de La Feria


27/6/1919 – Nasceu em Serpa, Ramon Machado de La Feria, filho primogénito do político e maçon Ramon Nonato de La Feria (ver foto abaixo), médico formado pela Universidade de Lisboa especializou-se como anestesiologista cardíaco. Republicano convicto, já quando frequentava o Liceu Camões, em Lisboa, ainda adolescente, era chamado amiúde ao reitor para receber advertências por causa da sua atividade de propaganda contra o regime político salazarista, nos anos 40 fez parte de um grupo de trabalho para a reforma do ensino secundário em Portugal e a convite de Mário Soares ingressou na direção académica do do M.U.D. Juvenil em 1946, combatente antifascista, apoiante dos centros republicanos, presidente da comissão cívica das comemorações do 5 de Outubro até à sua morte, preso pela P.I.D.E. várias vezes, condenado, cumpriu prisões políticas no Aljube e Caxias. Em 1952, foi preso como oficial miliciano participante numa revolta militar contra o regime de Salazar juntamente com o capitão Henrique Galvão e outros oficiais, permanecendo dois meses e meio novamente na Cadeia do Aljube e, depois, na Cadeia do forte Prisão de Caxias, em 1968  voltou a ser preso em Caxias, acusado, mais uma vez, de ser um dos responsáveis de uma ação militar contra o regime fascista, denunciou o assassinato em 1973 do estudante Ribeiro Santos, após o 25 de Abril de 1974 filiou-se no M.D.P./C.D.E. e, depois, no Partido Socialista.

Apoiante na oposição democráticas de todos os movimentos oposicionistas como o de Humberto Delgado. Iniciado maçon em fevereiro de 1973 em Lisboa por proposta do dr. Luis Ernâni Dias Amado, com o nome simbólico de Marat, foi presidente interino do Conselho da Ordem em 1975/76, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano de 1990/1993 quando reinstalou o Rito Francês, ganhando uma querela com o Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceite, de que era membro e que o suspendeu, teve atividade reconhecida de solidariedade na Ordem, para com todos os que dele precisassem. Em 25/7/1989 foi-lhe atribuída a comenda da Ordem da Liberdade. Na década de 90 instalou uma choça da Carbonária, a que presidiu, que teve existência efémera, na sequência de outra que se soube existir em meados dos anos 80. Faleceu vítima de doença prolongada e com insuficiência respiratória no Hospital Pulido Valente em Lisboa a 25/5/2003.

21 de junho de 2019

Solstício Verão 2019


Às 16.54 em ponto desta sexta-feira, 21 de Junho, começa mais um verão no hemisfério norte. Será nesse momento exacto, nem mais um segundo, que a Terra, na sua viagem através do espaço atinge a maior inclinação em relação ao Sol.
É celebrando este fenómeno Físico, o Solstício, que a Humanidade, desde os tempos primevos, tenta compreender o Universo. Maçónicamente, a simbologia é evidente por início e o fim de mais um ciclo vital.

16 de junho de 2019

CHOREMOS! CHOREMOS! CHOREMOS - GIMAMOS! GIMAMOS! GIMAMOS!

CHOREMOS! CHOREMOS! CHOREMOS - GIMAMOS! GIMAMOS! GIMAMOS!
O Sereníssimo Grão-Mestre José Luís Caramés Laje, acabou de passar ao Oriente Eterno em Oviedo, com um enfarte.
O funeral realiza-se amanhã em Oviedo.
O G:.O:.I:. e a Maçonaria Universal estão de luto por esta enorme perda.

4 de junho de 2019

O início da Aprendizagem na Construção do Maçom


O início da Aprendizagem na Construção do Maçom

Ao aceitar a tua candidatura, os IIr.’. (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), consideraram que além de bom comportamento e reputação, tens a cultura necessária para compreender os fins da Ordem e a energia moral para os cumprir. Entenderam também poder confiar na tua vontade de te superares e de fazeres de ti um homem melhor.
Como todo aquele que aspira ao privilégio da iniciação maçónica, apresentaste-te no Templo com uma venda nos olhos, símbolo da obscuridade em que vivem os profanos. Vieste meio vestido, meio despido, para sinalizar a tua inocência, e despojado dos metais que são causa de vício e perdição. E caminhaste amparado por mão amiga que te guiou para acalmar as tuas incertezas e ajudar a sair das trevas e buscar a luz.
E assim foi, porque a Iniciação só é possível se houver vontade e determinação de cada um em nascer para o mundo da verdade, sendo uma porta aberta ao conhecimento e à procura da justiça, da liberdade, da igualdade, da fraternidade e da tolerância.
Através do trabalho em Loja, descobrirás também que a riqueza das opiniões e contra-opiniões aqui expressas e defendidas contribui para a nossa própria formação, para a relação com os Outros e com o Universo, conduzindo-nos a uma reflexão que nos eleva.
Porque um Maçon é um livre-pensador e, como diz Oswald Wirth no prefácio à edição de 1931 do seu Livro do Aprendiz:
“Em vos iniciando em seus mistérios, a Franco-Maçonaria convida-vos a tornar-vos homens de elite, sábios ou pensadores elevados acima da massa dos seres que não pensam.
Não pensar é consentir em ser dominado, conduzido, dirigido e tratado, muitas vezes, como animal de carga.
É por suas faculdades intelectuais que o homem se distingue do bruto. — O pensamento torna-o livre: ele lhe dá o império do mundo. — Pensar é reinar.

30 de maio de 2019

Palavra do Orad:. - a propósito da INICIAÇÃO dum Prof:


Palavra do Orad:.
- a propósito da INICIAÇÃO dum Prof:. –

Comecemos por uma Pergunta:
- Que Profanos podem ser Maçons?
O Gr:. Or:. Lus:. – Maç:. Port:. / GOL não é uma sociedade de tertúlias; trata-se, sim, duma Instituição Iniciática que, ritualisticamente, proporciona (com a contribuição de Todos) uma melhoria individual que se vai repercutir, no mundo Profano, numa entrega cumulativa que conduzirá, também, a uma Sociedade consubstanciada na Fraternidade Universal.
Está, portanto, nas nossas mãos (isto é, na nossa capacidade de escolha no  mundo Profano) identificar quem tem qualidade para nos honrar com a sua presença mas não esquecendo que “…mais vale a qualidade do que a quantidade…” (1), que “…uma Loja não vale pelo número de cotizantes mas pelo valor intelectual das suas unidades...” (2) e que este (o valor intelectual) “…não se mede pelos estudos feitos ou pelos diplomas universitários obtidos mas é, sobretudo, necessário que procuremos espíritos abertos e inteligentes, carácteres firmes e de boa tempera...” (3).
A Maçonaria consubstancia, nos seus Princípios orientadores, :
- o dever da Beneficência;
- a partilha através da Solidariedade;
- a reflexão sobre a Igualdade no acesso;
- a tolerância como práctica de Liberdade de pensamento.
Muitas vezes se apela à Inteligência de cada um – a inata/potencial e a desenvolvida – mas poucas vezes se valoriza a Inteligência Intuitiva que, no entanto, “…é a faculdade humana, não estritamente “racional”, que nos capacita para “saltar” para um plano da Consciência <onde> a “forma” que o Cósmico adoptou em nós próprios, individualizando-se, encontra a “via de retorno” à realidade universal da qual provem. Esse seria o Conhecimento iniciático, que é incomunicável, “secreto”, enquanto experiência pessoal…” (4).
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22 de maio de 2019

HARMONIA MUSICAL


Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve mais um poema de Adilson Zotovici:

HARMONIA MUSICAL

Ouço com simpatia
Toda  obra musical
Que afine sintonia
Em própria hora e local

Se alegre ou sombria
Se antiga ou atual
Que traga harmonia
Vocal ou instrumental...

Porém, paradoxal
Gritante cantoria
Num canteiro laboral

Seleta melodia
Sinfonia em especial
Pede a maçonaria

Adilson Zotovici