Da Perpendicular ao Nível, até à Pedra Cúbica

Da Perpendicular ao Nível, até à Pedra Cúbica

Tal como referi (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) anteriormente em (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) “O Tapete da Loja – Grau de Companheiro”  …enquanto maçom aprendiz depois do difícil trabalho de desbastamento da pedra bruta, foi-me, generosamente, concedida a possibilidade de prosseguir para os desafios destinados aos irmãos Companheiros, aceitando a missão de polir a pedra que procurei, tanto quanto me foi possível, desbastar enquanto aprendiz. 
De facto, o trabalho de polimento representa, simbolicamente, um processo de transformação, cujo objectivo consiste em transformar a pedra bruta numa pedra Cúbica, com vista a erigir uma construção perfeita, sendo que essa construção constitui um desafio de aperfeiçoamento permanente, em que o Maçon se propõe superar as limitações e os apelos da vida profana, procurando, incessantemente, a luz e a sabedoria de modo a incorporar, entre outros, os princípios da Igualdade, Liberdade e Fraternidade que norteiam a maçonaria de uma forma global. 
Neste contexto, é indispensável o trabalho em Loja, uma vez que constitui, tal como referi, em trabalho anterior, um santuário de aprendizagem mútua onde se aprende a exercitar a inteligência, a usar a razão, a praticar o bem e a justiça, e a aplicar as sábias leis da natureza. A loja é, sem dúvida, um espaço de trabalho, debate e aperfeiçoamento pessoal e colectivo.
Com efeito, a passagem da perpendicular ao nível representa, para o Companheiro, o início de um novo desafio, cujo objectivo central consiste em atingir a plenitude maçónica.

O Companheiro (no segundo grau do percurso maçónico) é iluminado pela Estrela Flamejante e para chegar a este grau precisou de realizar cinco viagens que descrevi com detalhe no traçado acima referido
No que respeita à Decoração do Templo no painel do Companheiro é de sublinhar a Oriente a Estrela radiante de cinco pontas com a Letra G no centro. A Ocidente, as paredes do Templo integram Cinco Quadros com as inscrições correspondentes relacionadas com cada uma das cinco viagens supra mencionadas.

O trabalho do Companheiro é um trabalho de continuidade iniciado como Aprendiz, integrando, todavia, maior esforço intelectual, sendo que os ensinamentos neste grau remetem para o estudo do Homem, da Ciência, das artes e dos ensinamentos exotéricos.

Ao Companheiro compete verificar a perpendicularidade e o paralelismo, procedendo dessa forma ao polimento da pedra bruta com vista a alcançar a Pedra Cúbica. Nessa perspectiva, é essencial que incorpore no seu íntimo o livre pensamento destituído de preconceitos de modo a relacionar-se com a verdade, e aprofundar o conhecimento humano, mergulhando, para esse efeito, em si mesmo de forma a descobrir os mistérios e as raízes de sua própria personalidade.
Neste percurso o Companheiro, deve preparar-se para as responsabilidades inerentes ao Grau de Mestre. Nessa perspectiva, dispõe de novos instrumentos tais como a Alavanca, a Régua, o Compasso, o Esquadro, o Prumo e o Nível.
Uma das incumbências do Companheiro passa por saber manusear estes instrumentos para, desse modo, aprimorar a sua dimensão espiritual.
No decurso do trabalho de desbaste da Pedra Bruta, o Companheiro começa a libertar-se progressivamente dos vícios e erros da sociedade profana; aprendendo a pensar por si próprio, a exprimir livremente os seus pensamentos e, consciente da sua evolução, sente que lhe é dada uma nova oportunidade para continuar evoluir no contexto da Maçonaria.
Assim sendo, espero ser merecedor de ascender ao próximo grau, isto é, ao grau de Mestre, com o propósito de prosseguir neste processo de evolução individual e colectiva, sobretudo porque vivemos num mundo cada vez mais conturbado, onde a intervenção maçónica a nível global pode e deve ser mais um veículo de reequilíbrio, social, ambiental e económico.

De facto, creio que será neste contexto que os princípios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade se devem materializar através de acções concretas, com vista a que seja possível a construção de um Homem Novo, tal como se questiona o nosso irmão Magalhães Lima no traçado que todos tivemos o privilégio de ouvir e/ou ler.


Meridional Júnior, Comp:. 

Bibliographia

-Será possível a construção do homem novo?   Consultado na net em 28-02-2020
-As cinco viagens   Consultado na net em 21-11-2019
-Jules Boucher  –  A Simbólica Maçónica”, Editora Pensamento Ltda
- O Tapete da Loja – Grau de Companheiro