Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)
28 de junho de 2019
Homenagem a Ramon Machado de La Feria
27/6/1919 – Nasceu em Serpa, Ramon Machado de La Feria, filho primogénito do político e maçon Ramon Nonato de La Feria (ver foto abaixo), médico formado pela Universidade de Lisboa especializou-se como anestesiologista cardíaco. Republicano convicto, já quando frequentava o Liceu Camões, em Lisboa, ainda adolescente, era chamado amiúde ao reitor para receber advertências por causa da sua atividade de propaganda contra o regime político salazarista, nos anos 40 fez parte de um grupo de trabalho para a reforma do ensino secundário em Portugal e a convite de Mário Soares ingressou na direção académica do do M.U.D. Juvenil em 1946, combatente antifascista, apoiante dos centros republicanos, presidente da comissão cívica das comemorações do 5 de Outubro até à sua morte, preso pela P.I.D.E. várias vezes, condenado, cumpriu prisões políticas no Aljube e Caxias. Em 1952, foi preso como oficial miliciano participante numa revolta militar contra o regime de Salazar juntamente com o capitão Henrique Galvão e outros oficiais, permanecendo dois meses e meio novamente na Cadeia do Aljube e, depois, na Cadeia do forte Prisão de Caxias, em 1968 voltou a ser preso em Caxias, acusado, mais uma vez, de ser um dos responsáveis de uma ação militar contra o regime fascista, denunciou o assassinato em 1973 do estudante Ribeiro Santos, após o 25 de Abril de 1974 filiou-se no M.D.P./C.D.E. e, depois, no Partido Socialista.
Apoiante na oposição democráticas de todos os movimentos oposicionistas como o de Humberto Delgado. Iniciado maçon em fevereiro de 1973 em Lisboa por proposta do dr. Luis Ernâni Dias Amado, com o nome simbólico de Marat, foi presidente interino do Conselho da Ordem em 1975/76, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano de 1990/1993 quando reinstalou o Rito Francês, ganhando uma querela com o Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceite, de que era membro e que o suspendeu, teve atividade reconhecida de solidariedade na Ordem, para com todos os que dele precisassem. Em 25/7/1989 foi-lhe atribuída a comenda da Ordem da Liberdade. Na década de 90 instalou uma choça da Carbonária, a que presidiu, que teve existência efémera, na sequência de outra que se soube existir em meados dos anos 80. Faleceu vítima de doença prolongada e com insuficiência respiratória no Hospital Pulido Valente em Lisboa a 25/5/2003.
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