Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

8 de maio de 2024

SIMBOLOGIA DO TAPETE EM LOJA NO GRAU DE COMPANHEIRO

 SIMBOLOGIA DO TAPETE EM LOJA NO GRAU DE COMPANHEIRO 

Fazer a interpretação da simbologia do Painel é uma tarefa complexa e sempre inacabada. 

No centro do templo está o painel, é em torno dele que decorrem todas as cerimónias e à sua volta que os Irmãos vão exercitar as suas mentes e trabalhos como maçons especulativos livres e aceites. 

No grau de companheiro, temos de prosseguir os trabalhos e subir um pouco mais, como tal deixamos para trás os três degraus e passamos a ter cinco, significa, pois, que estamos a construir algo, evoluímos no nosso pensar e desenvolvimento de percepção das coisas em si. 

Ao completar o grau de companheiro atingia-se o cume da subida profissional nas corporações dos artesãos da construção dos grandes edifícios da idade media, esta era uma Maçonaria Operativa, aquela que antecedeu a Maçonaria Especulativa, que vigora actualmente. 

Até ao século XVIII somente havia dois graus reconhecidos na Franco Maçonaria, o Grau de Aprendiz e o de Companheiro, durante o período da Maçonaria Operativa o companheiro não era mais que o Aprendiz que serviu durante o período necessário e exacto para se tornar um trabalhador qualificado, com autorização para praticar o seu ofício. 

Com o tempo os mestres eram seleccionados de entre os companheiros com mais experiência e capacidade de liderança, para a condução dos trabalhos e os supervisionar, de forma que os mesmos decorram com a sua devida perfeição e correctos. 

As cinco viagens que o aprendiz faz na sua elevação a companheiro, estão metaforicamente representadas no painel do grau sob a forma de 5 degraus, que dão acesso ao templo onde ele vai ser recebido.

5 de maio de 2024

A Cadeia de União no Ritual Maçónico

 

A Cadeia de União no Ritual Maçónico

«Círculo que se forma no final de uma sessão ritual maçónica. Simboliza a universalidade da Ordem, a união de todos os IIr⸫ à superfície da terra. Uma corrente ou corda luminosa, a que se liga o universo, segundo Platão, corrente de ouro que une o céu e a terra, símbolo dos laços entre os dois extremos do bem. Foi também através das correntes de ferro e diamante, dos encadeamentos do discurso, que Sócrates uniu a felicidade dos homens à prática dos justos.»

É desta forma sintética, alegórica e aos ombros de dois gigantes, dos mais virtuosos da Antiguidade Clássica, que o nosso Ir⸫ José Adelino Maltez descreve este ritual, numa das suas obras.

A Cadeia da União é antiga, remontando à Compagnonnage – a corporação de pedreiros francesa do século XII – onde é conhecida como "cadeia da aliança".   

A formação da Cadeia de União constitui-se como coroamento de uma proveitosa sessão em L⸫, antecede o encerramento dos TTrab⸫ da L⸫ e, geralmente, ocorre apenas nas sessões no primeiro grau. Traduz-se num ato litúrgico que exponencia a fraternidade.

Os IIr⸫ retiram as luvas e reúnem-se, formando uma moldura circular em torno do Painel do grau e dos três pilares (Sabedoria, Força e Beleza). Cada Ir⸫ cruza o braço direito à esquerda para formar uma cruz simbólica de Santo André, unindo as mãos às do seu vizinho de ambos os lados, de modo que a mão direita agarra a esquerda do outro: o primeiro "cobre" e o segundo "apoia". Na tradição do Extremo Oriente, o lado direito corresponde ao yang, ou ao elemento masculino, sendo "o caminho do Céu", enquanto o esquerdo é o do yin, feminino, representando a Terra: "O Céu cobre e a Terra segura".

À medida que as mãos dos IIr⸫ são unidas para formar o círculo, cada Obr⸫ junta os calcanhares em esquadria e, encosta as pontas dos pés, direita e esquerda, correspondentemente com a esquerda e direita dos IIr⸫ adjacentes. O queixo está no peito, os olhos fechados e todos se concentram na "intenção do V⸫ M⸫", mesmo que ela não seja revelada. Os IIr⸫ permanecem silenciosos e meditativos.  

Por fim, o V⸫ M⸫ balança os braços três vezes, em conjunto com todos os IIr⸫, e depois largam as mãos e "quebram" a corrente. Seguidamente, todos os OObr⸫ retornam aos seus lugares.

A Cadeia de União visa a integração de cada membro na cadeia Maçónica Universal, que a todos une pelos elos inquebrantáveis da Fraternidade e Igualdade, já que é efectuada por todos os membros presentes em L⸫, sem distinção de Grau ou Qualidade.

Não existe um elo maior que outro, porque na Instituição Fraternal não cabem hierarquias nem proeminências; todos são iguais no direito, todos estão obrigados ao cumprimento de idênticos deveres.

Todos estão sintonizados e vibram num mesmo diapasão, numa presença indispensável à solidez da cadeia, responsabilizando-se individualmente pela respectiva continuidade.

21 de março de 2024

O equinócio da Primavera 2024

 


O equinócio da Primavera começou este ano na quarta-feira, 20 de Março de 2024. 

Este ano, o equinócio da Primavera começou na quarta-feira, 20 de Março de 2024. É uma data importante que muitos  aguardam ansiosamente, pois esperam que as árvores brotem e que a luz do sol aumente. E com razão: a partir de 20 de Março de 2024, entramos oficialmente na Primavera e ganharemos uma média de 4 minutos de sol por dia até 20 de Junho, no solstício de Verão.

 É um momento astronómico em que a duração do dia é igual à duração da noite. 

Em termos práticos, o equinócio vernal, mais conhecido por equinócio da Primavera, coincide com mais um degrau na transformação de nós próprios.


20 de março de 2024

Serviço Nacional de Saúde (SNS) e Liberdade, Igualdade e Fraternidade (LIF)



SNS e LIF

Proponho nesta Prancha abordar a problemática do SNS não do modo convencional, mas à luz da trilogia maçónica da Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Num SNS que sempre teve muitas carências, as carreiras médicas foram o suporte à qualidade dos cuidados, mas foram politicamente atacadas e deturpadas em várias circunstâncias.

Em 1993, na revista “O Cidadão” da Associação Portuguesa dos Direitos dos Cidadãos, nos números 1 e 2 da Revista quer eu próprio quer o Irmão :. José Martí publicámos artigos reflectindo a preocupação sobre a evolução do SNS. Se nessa época se justificava essa preocupação, com maioria de razão se justifica agora, atendendo à recente degradação do sistema.

Numa estrutura de livres pensadores, não se justifica que se pretenda unicidade de opinião sobre assuntos importantes, como é o caso do SNS, mas sim a procura da melhor solução para garantir a sobrevivência de um SNS, dentro da possível pluralidade de opiniões e de modelos organizativos.

Sendo o SNS um pilar fundamental do Estado Social, como Maçons devemos defender um serviço indispensável à população e que tenha algumas características fundamentais: A) Que tenha carácter social e que esteja garantido o acesso a toda a população, sem distinção do estado económico ou de privilégios. 

B) Que a qualidade dos cuidados esteja assegurada, através dos órgãos competentes e independentes do poder político, o que no caso é competência da Ordem dos Médicos.

C) A forma de organização pode variar, como se pode verificar pela experiência dos países evoluídos da velha Europa.

Tentarei de forma resumida dar exemplos de modelos europeus, em particular dos dois modelos mais emblemáticos, implantados há muitos anos e que se mantêm na sua essência, embora com acidentes de percurso e adaptações.

Salientemos desde já que actualmente não existem modelos de concepção pura.

Os modelos que vamos referir são ambos modelos de cobertura universal, que consideram a saúde como um direito de cidadania, sem custos directos para o doente. No entanto apresentam formas de financiamento e de exercício profissional diferentes. 

 Refiro-me ao modelo Bismarckiano, o mais antigo e criado na Alemanha em 1883 pelo governo conservador de Bismark e o modelo Beveridgiano que inspirou o NHS, criado em 1946 no Reino Unido, baseado no plano de 1942 de Lord Beveridge, politico liberal.

16 de janeiro de 2024

Bioética e Acção Maçónica no Espaço Europeu

 


Bioética e Acção Maçónica no Espaço Europeu

Falar em Bioética e Acção Maçónica pressupõe termos presente o significado do que estamos a falar pelo que começarei por aí


A) BIOÉTICA

Socorro-me da Sabedoria da Filósofa e "Eticista" Maria do Céu Patrão Neves para expor o seu Conceito:

"...O neologismo "bioética" sugere pela primeira vez, com pertinência, forjado por VAN RENSSELAR POTER - um Investigador norte-americano da área da Oncologia em MADISON  (EUA) - que publica, em Dezembro de 1970, um Artigo intitulado "BIOETHICS, THE SCIENCE OF SURVIVAL" o qual constituiria um Capítulo da OBRA que publica em Janeiro de 1971, a saber: "BIOETHICS: BRIDGE TO THE FUTURE".

Nesse mesmo ano, no mês de Julho, ANDRE HELLEGERS - um Obstetra holandês da Universidade de Georgetiown em WASHINGTON (EUA) - funda o "JOSEPH AND ROSE KENNEDY INSTITUTE FOR THE STUDY OF HUMAN REPRODUCTION AND BIOETHICS", assim introduzindo o termo "bioética" pela segunda vez, mas desconhecendo a sua utilização anterior..." (1).

Este neologismo - "bioética" - "é cunhado por POTTER e <por> Hellegers com um sentido distinto...inspirado pela preocupação comum de urgência de apreciação ética das consequências dos progressos científico-tecnológicos, respectivamente, para a Vida em geral e para o Homem em particular..." (2).

A BIOÉTICA é, pois, "...uma Ética aplicada à Vida..." (3).

Posto isto compreendemos que os atrás referidos progressos científico-tecnológicos em curso (e de forma tão rápida) possam ter provocado preocupação e, porventura , "choque" com os "Princípios Morais e Éticos" tidos em conta pela Humanidade de então.

Assim, em 1978, foi apresentado o "...Relatório BELMONT pela (primeira) "Comissão de Ética Nacional para a Protecção dos Sujeitos Humanos em Investigação Biomédica e do Comportamento"..." (4) que iniciou o seu trabalho (e motivou outros) acabando por ser sistematizado na OBRA "...PRINCIPLES OF BIOMEDICAL ETHICS" - dos norte-americanos TOM BEAUCHAMP e JAMES CHILDRESS -, publicado em 1979..." e onde são "...enunciados os quatro Princípios bioéticos essenciais, não só na Investigação mas também na Assistência Clínica e nas Políticas de Saúde:

a/ o respeito pela Autonomia...ou a obrigatoriedade do reconhecimento da capacidade que a Pessoa tem de se determinar...exigindo a regra da Veracidade...

b/ a Beneficência...ou a obrigatoriedade de um acção positiva no providenciarem de reais benefícios...exigindo a regra da Confidencialidade...

c/ a não-maleficência...ou a obrigatoriedade de não infligir qualquer mal intencionalmente...exigindo a regra da Fidelidade...

d) a justiça distributiva...ou a obrigatoriedade de proceder a uma distribuição equitativa de benefícios e encargos por todos os cidadãos...exigindo a regra da Privacidade... (5)

7 de janeiro de 2024

DIA DE REIS*

 Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve este poema de Adilson Zotovici

DIA DE REIS*


Lá no céu a Estrela Guia

Do Oriente a iluminar

Reis Magos em companhia 

Cá na terra a visitar


Com presentes de valia

Bom incenso para queimar

Ouro por Sua primazia

Mirra para purificar


Pra brindar a quem nascia

Num humilde, Sacro Lugar

Por sua Mãe Virgem Maria


Baltazar , Melchior, Gaspar

Levaram a JESUS que viria

No céu e na terra Reinar !


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif 169