Com a devida vénia e repectiva autorização se transcreve esta Reflexão publicada no Jornal Mensal "Cavaleiros da Virtude "-Ano IX nº 045-Novembro 2022.
Turbulência
Carlyle Rosemond Freire
M|I| CIM 307.07 - A|R|L|S| Terceiro Milênio nº7 - GOAL
Membro da Academia Maçônica de Ciências, Letras e Artes - AMCLA - Cad. 113
Se falarmos de forma científica, a turbulência nada mais é que um estado desordenado ou de agitação de um determinado fluido, onde os mesmos, com trajetórias irregulares do fluxo de ar e, com velocidades instantâneas e flutuações aleatórias, fazem um avião balançar.
Bom, em nossas vidas a turbulência pode ser considerada a mesma coisa, só que de forma simbólica, pois nem sempre é ou será um fluido o causador dessa turbulência. Costumamos dizer que nossas vidas estão turbulentas devido às agitações causadas por meios externos e, que não conseguimos controlar; seria uma analogia perfeita se não fosse algo parcialmente verdadeiro. Mas porquê tem dinossauros mortos na capa?
Então, para tentarmos compreender a ideia desta crônica, vamos voltarum pouco no tempo... ...os dinossauros foram extintos a mais de 65 milhões de anos e, segundo os paleontólogos, foi um período difícil para esses animais; e quando foi fácil para nós? Assim como hoje, era a lei do mais forte, a diferença é que atualmente existe uma falsa ideia de democracia, mas, que no final, manda quem tem o poder. Sim, mas não vim falar de democracia... a vida dos dinossauros no período mesozoico era cheia de turbulência, pois não havia a mínima certeza de absolutamente coisa alguma, já que a ideia era sobrevier no agora, sem pensar no porvir, e para isso, valia tudo. É importante lembrar que, historicamente, os fatores externos ao meio sempre interferiram de forma negativa naqueles que não souberam se adaptar. Infelizmente um fator externo como um grande meteoro não abre a possibilidade de adaptação, só extinção mesmo.
Supondo que a ficção de termos um Parque dos Dinossauros fosse verdadeira nos dias de hoje e, assim como na animação Zootopia, vivêssemos todos em harmonia. Como faríamos para removermos um corpo de um “Patagotitan mayorum”, de 77 toneladas, se o mesmo estivesse morto no meio de uma cidade? É aí que quero chegar. Há uma frase sempre proferida pelo Irmão Antonio do Carmo Ferreira (se fosse mencionar o currículo seria maior que a própria crônica), que diz o seguinte: “o problema não é matar um dinossauro, mas remover sua carcaça”.
Logo acima afirmo que as turbulências são causadas por meios externos, mas o que presenciamos ultimamente são pessoas com mentes fracas, sugestionáveis e com preguiça de pensar, o que faz com que as possíveis turbulências externas sejam amplificadas interiormente, provocando uma destruição ainda maior. Utilizando a frase do Mestre Dom Carmo, digo que temos uma mania deixar dinossauros mortos no nosso caminho, aumentando a turbulência.
Fica fácil de entender quando trazemos essa analogia simbólica para as nossas vidas e percebemos que somos um espaço cheio de dinossauros mortos. Vamos aos exemplos: quando um relacionamento termina (morreu o dinossauro), mas a pessoa insiste em lembrar-se das coisas que aconteceram (a carcaça permanece); quando você não está satisfeito com o salário, mas não procura algo melhor; quando um filho critica os pais, mas não procura seguir sua própria vida; ou seja, somos um terreno sagrado para guardar problemas. Ainda sim, preciso dizer que nem sempre uma turbulência ou um dinossauro morto pode vir de algo ruim, mas se causa preocupações e indefinições em nossas vidas, aí sim, vai ser um problema. Seriam muitos exemplos para mostrar que realmente é muito fácil matar um dinossauro, mas, pela dificuldade, é bem mais cômodo manter a carcaça apodrecendo no nosso caminho e continuar a reclamar das turbulências, muitas vezes ampliadas pelo fétido odor provocado por nossa própria mente. Então, fica a lição: mate o dinossauro, e para que não haja turbulência, remova-o do seu caminho aos poucos, mas remova.
Trabalho interessante a uma boa reflexão, do nosso erudito irmão Carlyle Rosemond, GM do GOAL ( Grande Oriente de Alagoas )
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