Sugeriu-me o Ven:.M:. que pudesse dissertar sobre o significado de Egrégora porque, segundo ele, faria todo o sentido falarmos um pouco sobre o espírito e objectivos a atingir nas nossas Reuniões.
Pesquisando o tema, tentando perceber a mensagem que o Ven:.M:. pretendeu passar, pude chegar a algumas conclusões que convosco partilho e gostaria de colocar à discussão.
Primeiro a palavra. Provém do Grego Egrêgorein e significa Velar, Vigiar. Ao longo dos tempos ela foi utilizada para definir uma entidade resultante da soma da energia psíquica e emocional dos membros de uma qualquer assembleia reunidos por uma qualquer razão.
Naturalmente que esta ampla designação pode aplicar-se a todas as Reuniões de duas ou mais pessoas que se juntem para debater, analisar, contraditar, comungar qualquer conjunto de emoções veiculadas pela palavra, pelo silêncio, ou quaisquer outras formas de expressão.
Na Génese, no Livro dos Reis, Jafé criou o Céu e a Terra, e perante as trevas e o abismo, pairando sobre a águas, o G:.A:.D:.U:. disse – “Fiat Lux” e fez-se luz.
Poderemos considerar ser esta a Egrégora primordial?
Sendo Egrégora a energia da soma das vontades de duas ou mais pessoas só será possível entendê-la como uma Egrégora porque o G:.A:.D:.U:. é:
UNO pois não há quem o preceda
DUAL porque concentra o Alfa e o Ómega
TRIPLICE pois congrega a dogmática Santíssima Trindade, Pai, o Filho e o Espirito Santo, numa apropriação por parte dos Cristãos Romanos do conceito de Espirito que era a força de Yahweh, no Antigo Testamento, força essa que impelia os enviados a cumprirem a missão recebida. A partir do Novo Testamento passou a ser a força do Cristão.
Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)
23 de setembro de 2012
1 de agosto de 2012
Uma vida dedicada à causa da liberdade e da reunificação da Itália
José Garibaldi, maçom carbonário, nasceu em Nice a 4 de Julho de 1807 e morreu em Ceprera a 2 de Junho de 1882. Foi um guerrilheiro italiano, alcunhado de "herói de dois mundos" devido á sua participação em guerras de libertação na Europa e na América do Sul. Uma das mais notáveis figuras da unificação Italiana, ao lado de Guiseppe Mazzini, Garibaldi dedicou sua vida à luta contra a tirania.
Proprietário da embarcação Santa Reparata de 29 toneladas, Giuseppe Garibaldi passou dez anos da sua vida a bordo de navios mercantes onde chegou a obter licença de capitão. Seduzido pelas ideias socialistas de Saint-Simon, entrou em contacto com a sociedade secreta “Jovem Itália”, fundada por Guiseppe Mazzini , republicano e ardoroso defensor da unidade Italiana, que esperava alcançar por meio de um levantamento popular. Garibaldi abandonou o mar para participar dessa luta. Condenado à morte, refugiou-se em Marselha e em 1835 fuge para o Rio de Janeiro.
No Brasil, aproximou-se dos republicanos e tornou-se uma figura política proeminente. A revolução republicana do Rio Grande do Sul, conhecida pela revolução Farroupilha, é lembrada ainda hoje, em muitas lojas maçónicas brasileiras. Após quase uma década de luta, foi dispensado das suas funções pelo presidente Bento Gonçalves.
8 de junho de 2012
O silêncio do aprendiz em loja
O silêncio nunca traiu ninguém. Esta afirmação atribuída a Pascal, posiciona bem a questão do significado filosófico do silêncio, por dois motivos: O primeiro porque faz do silêncio um instrumento de fraternidade. Se o silêncio nunca traiu seja quem for, guardar silêncio é uma atitude solidária, fraterna, em relação aos outros. Não falar é não trair.
O segundo motivo é bem diferente: Afirma, mas pela negativa, indo assim no próprio sentido profundo do significado filosófico do gesto de silêncio. Observar silêncio, é praticar, ou afirmar uma acção, que é o silêncio pela ausência de outra acção, ou seja, o silêncio afirma-se pela acção de não falar.
Ao ficar calado, significo aos outros o meu afastamento, ou a minha recusa da prática das palavras, ou seja dou um sinal de ruptura ou pelo menos de conflito na comunicação com eles.
Mas o próprio silêncio é por si só um discurso, e um espaço com dimensões filosófica, e retórica muito fortes e porventura mais marcadas que muitas frases, por mais elaboradas que sejam.
13 de maio de 2012
Pires Jorge
Um nome que significa Responsabilidade, Tolerância e Solidariedade.
A escolha de um nome simbólico, que nos acompanhará em toda a nossa vida maçónica, tem um significado equivalente ao dos pais quando escolhem o nome dos seus filhos.
A minha opção foi PIRES JORGE. Porquê?
JOAQUIM PIRES JORGE nasceu em Lisboa, em 1907, filho de Pais Camponeses oriundos da região de Castelo Branco (Beira) que, entretanto, tinham migrado para a Capital ficando a viver na Ajuda. 1*
Integrado numa família de fracos recursos económicos começou a trabalhar com 11 anos de idade numa “Fábrica de Cortiça” donde saiu meses depois para ser “Aprendiz de Torneiro numa Oficina de Serralharia” tendo, com essa “profissão”, percorrido mais duas ou três outras oficinas. 2*
Posteriormente, após várias outras peripécias, concorreu à “Banda de Música da Armada” (dados os seus conhecimentos musicais desde os 10 anos, idade com a qual começou a tocar bandolim) onde foi “1º Clarinete e Saxofonista solista”; usufruiu, mais tarde, duma Pensão de Reforma pelo seu trabalho nessa Banda. 3*
• Da Responsabilidade na organização da luta pela Democracia
Nesse enquadramento militar acabou por participar na “Revolta de 7 de Fevereiro de 1927” na sequência da qual foi deportado para Angola (à data fazendo parte do chamado “Ultramar Português”) durante dois anos. Aí empregou-se na “Banda Municipal” (como Clarinete), deu aulas de música e jogou futebol. 4*
4 de maio de 2012
23 de abril de 2012
Viriato
I. Corria… mas devagar…o ano de 180, antes de Cristo.
Numa humilde cabana dos montes Hermínios, (hoje serra da Estrela) situados em plena Lusitânia, ouvem-se os primeiros gritos de um recém-nascido. É o sinal do início de uma grande aventura humana.
Esta aventura virá ser primeiro uma lenda, depois um mito, mais tarde ainda: um verdadeiro símbolo.
Mas nesse primeiro dia de vida a preocupação maior, para os pais foi encontrar um nome para o bébé. O nome escolhido acabou por ser: Viriato.
As referências etimológicas têm origem no latim com um significado ambíguo: portador de adornos ou virias, braceletes… (mas como estamos em plena tribo lusitana não sei se esta será a melhor explicação…).
Ou será portador de virias, entendendo-se por virias, varas ou lanças?
Enfim…a lenda, o mito e o símbolo são as três vertentes de uma mesma realidade.
Sobre o herói Viriato, muito foi dito muito foi escrito, e muito foi, sobretudo inventado.
Mas concretamente, sobre as suas vitórias contra os romanos, existem relatos escritos como este:
Passo a citar: “o pastor Viriato é natural de Lobriga, hoje Vila de Loriga, no cimo da Serra da Estrela, bispado de Coimbra.
Ao qual, tendo 40 anos de idade, aclamaram rei dos lusitanos, e casou em Évora, com uma nobre senhora, filha de um aristocrata e negociante de gado chamado Astolpas no ano de 147.
Prendeu em batalha ao pretor romano Caio Vetílio, e lhe degolou 4000 soldados.
A Caio Lúcitor, daí a uns dias matou 6000.
Ao capitão Caio Plaucio, matou Viriato mais de 4000, junto de Toledo.
(Abro aqui um parêntesis: em prol da verdade histórica, esperemos que estes 4000 não sejam os mesmos da semana passada)
Mas continuando a citação: -reforçou-se o dito capitão e dando batalha junto a
Évora, prendeu 4000 soldados.
No ano 146 o pretor Claudio Unimano, lhe deu batalha e de todo foi destruído por Viriato que repartiu os despojos pelos soldados, pondo nos montes mais altos da Lusitânia os estandartes romanos.
II. Assim falava de Viriato, ou melhor assim escrevia o bispo-mor do reino de Portugal no ano de 1580.
Mas matar 4000 soldados romanos por semana, tendo isso acontecido de facto, não deve ter sido tarefa muito fácil.
11 de abril de 2012
O privilégio de ter conhecido Carlos Capelas
As memórias que guardo do Eng. Carlos Capelas quando eu era ainda um profano
Nos confins do tempo estarão os antigos processos usados na fundição em areia. Um desses antigos processos foi descrito pelo Engenheiro de fundição Carlos Capelas, num texto que escreveu sobre a construção do Templo de Salomão.
Neste excerto relativo à fundição das Colunas em bronze, Carlos Capelas diz o seguinte:
III – O fabrico das colunas
Infelizmente a Bíblia pouco nos diz quanto ao fabrico das Colunas, mas fala-nos acerca do seu construtor. E se o seu nome Hiram Abiff nos aparece numa obra com a importância da Bíblia, certamente era um artista multifacetado nas várias tarefas que teve de exercer como arquitecto, construtor, engenheiro, escultor, fundidor e gestor, dado que o Templo, por várias vezes teve milhares de trabalhadores.
Assim quanto às Colunas a Bíblia diz: “A primeira tinha dezoito côvados de altura; a sua periferia media-se com um fio de doze côvados. Tinha quatro dedos de espessura e era oca. A segunda coluna era semelhante à outra. Ele fundiu dois capitéis que tinha cinco côvados de altura e eram iguais. E estavam ornados de redes de malha e grinaldas em forma de cadeia; havia sete grinaldas para cada capitel. Para complementar dispôs em círculo, ao redor de cada uma das malhas, duas fileiras de romãs para armar cada um dos capitéis que cobriam as colunas. Os capitéis colocados sobre as colunas do pórtico, tinham a forma de lérias. Com quatro côvados de altura. Os capitéis colocados sobre as duas colunas erguiam-se por cima da parte mais espessa da coluna, além das redes em volta dos dois capitéis, havia duzentas romãs dispostas em círculo”.
Em conclusão as colunas eram iguais, e parece que cada uma delas teria as seguintes dimensões aproximadas: altura do fuste 9,45 m e espessura 80 mm. Isto quer dizer que os elementos da fonte estão certos, parece que o peso de cada uma das colunas em bronze era, aproximadamente de 25 toneladas.
Assim não só o peso de cada coluna, como o fabrico dos moldes em madeira, a preparação da areia de moldação, o fabrico do macho, isto é, o interior da coluna, a moldação de cada uma das peças, isto é, fuste, base e capitel, cada uma destas peças moldadas em areia e, certamente no chão para suportar a pressão da coluna líquida quando do vazamento. Depois o vazamento de toneladas de bronze líquido. A seguir a limpeza da peça, o seu cinzelamento e a colocação na vertical na posição definitiva, tudo isto na época em que foi feito, com a tecnologia existente e as ferramentas ao dispor, certamente que exigiram de Hiram Abiff e seus colaboradores, enorme esforço para se resolverem complexos problemas técnicos de engenharia e para se conseguir a obra de Arte das duas Colunas do Templo de Salomão.
Nos confins do tempo estarão os antigos processos usados na fundição em areia. Um desses antigos processos foi descrito pelo Engenheiro de fundição Carlos Capelas, num texto que escreveu sobre a construção do Templo de Salomão.
Neste excerto relativo à fundição das Colunas em bronze, Carlos Capelas diz o seguinte:
III – O fabrico das colunas
Infelizmente a Bíblia pouco nos diz quanto ao fabrico das Colunas, mas fala-nos acerca do seu construtor. E se o seu nome Hiram Abiff nos aparece numa obra com a importância da Bíblia, certamente era um artista multifacetado nas várias tarefas que teve de exercer como arquitecto, construtor, engenheiro, escultor, fundidor e gestor, dado que o Templo, por várias vezes teve milhares de trabalhadores.
Assim quanto às Colunas a Bíblia diz: “A primeira tinha dezoito côvados de altura; a sua periferia media-se com um fio de doze côvados. Tinha quatro dedos de espessura e era oca. A segunda coluna era semelhante à outra. Ele fundiu dois capitéis que tinha cinco côvados de altura e eram iguais. E estavam ornados de redes de malha e grinaldas em forma de cadeia; havia sete grinaldas para cada capitel. Para complementar dispôs em círculo, ao redor de cada uma das malhas, duas fileiras de romãs para armar cada um dos capitéis que cobriam as colunas. Os capitéis colocados sobre as colunas do pórtico, tinham a forma de lérias. Com quatro côvados de altura. Os capitéis colocados sobre as duas colunas erguiam-se por cima da parte mais espessa da coluna, além das redes em volta dos dois capitéis, havia duzentas romãs dispostas em círculo”.
Em conclusão as colunas eram iguais, e parece que cada uma delas teria as seguintes dimensões aproximadas: altura do fuste 9,45 m e espessura 80 mm. Isto quer dizer que os elementos da fonte estão certos, parece que o peso de cada uma das colunas em bronze era, aproximadamente de 25 toneladas.
Assim não só o peso de cada coluna, como o fabrico dos moldes em madeira, a preparação da areia de moldação, o fabrico do macho, isto é, o interior da coluna, a moldação de cada uma das peças, isto é, fuste, base e capitel, cada uma destas peças moldadas em areia e, certamente no chão para suportar a pressão da coluna líquida quando do vazamento. Depois o vazamento de toneladas de bronze líquido. A seguir a limpeza da peça, o seu cinzelamento e a colocação na vertical na posição definitiva, tudo isto na época em que foi feito, com a tecnologia existente e as ferramentas ao dispor, certamente que exigiram de Hiram Abiff e seus colaboradores, enorme esforço para se resolverem complexos problemas técnicos de engenharia e para se conseguir a obra de Arte das duas Colunas do Templo de Salomão.
2 de abril de 2012
Hugo Pratt
O Musée de la Franc-Maçonnerie em Paris, está a realizar uma exposição sobre Hugo Pratt (1927-1995) e a sua relação com a Maçonaria.
A mostra inclui mais de 40 aguarelas de Pratt e dezenas de pranchas originais, incluindo diversas do álbum Fábula de Veneza. De acordo com o jornal Le Monde, durante os seus últimos 20 anos de vida, Hugo Pratt fez parte da Loja Hèrmes em Veneza.
A exposição, Corto Maltese ou les Secrets de l'initiation, estará presente ao público até 15 de julho de 2012.
25 de março de 2012
Grande Oriente Lusitano corta relações com GLLP
O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), Fernando Lima, desmentiu hoje a notícia do semanário Sol, que dá conta que a cúpula das duas maiores obediências do País têm discutido uma fusão.
Desagradado com as declarações do grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal(GLLP), o grão-mestre do GOL adiantou ao DN que vai cortar as relações com a maçonaria regular. "Congelo as relações com a GLLP, enquanto o dr. José Moreno for grão-mestre da obediência", garantiu ao DN Fernando Lima. Tudo começou num almoço-debate no American Club, onde José Moreno disse que "o País precisa da sua maçonaria. Universal e una", criticando o facto de Portugal ser o País "com mais grão-mestres per capita". Surpreendido com as notícias de uma fusão entre as maçonarias, Fernando Lima só admite retomar as relações com a GLLP se José Moreno "vier publicamente desmentir que negociamos uma fusão".
Os últimos meses têm sido pautados por uma boa relação entre as duas maiores obediências maçónicas do País. A paz entre os irmãos das maçonarias regular (GLLP) e adogmática (GOL) chega assim ao fim. in:dn por Rui Pedro Antunes, foto: lusa
Desagradado com as declarações do grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal(GLLP), o grão-mestre do GOL adiantou ao DN que vai cortar as relações com a maçonaria regular. "Congelo as relações com a GLLP, enquanto o dr. José Moreno for grão-mestre da obediência", garantiu ao DN Fernando Lima. Tudo começou num almoço-debate no American Club, onde José Moreno disse que "o País precisa da sua maçonaria. Universal e una", criticando o facto de Portugal ser o País "com mais grão-mestres per capita". Surpreendido com as notícias de uma fusão entre as maçonarias, Fernando Lima só admite retomar as relações com a GLLP se José Moreno "vier publicamente desmentir que negociamos uma fusão".
Os últimos meses têm sido pautados por uma boa relação entre as duas maiores obediências maçónicas do País. A paz entre os irmãos das maçonarias regular (GLLP) e adogmática (GOL) chega assim ao fim. in:dn por Rui Pedro Antunes, foto: lusa
14 de março de 2012
A desmistificação de uma contradição
1. Todas as pessoas
são livres de opinar sobre o que quiserem, mas só algumas têm a competência
necessária para dirimirem, com autoridade, uma questão polémica. A Maçonaria
talvez possa permitir que os seus súbditos sejam católicos, mas não que os
cristãos sejam maçons, porque só a Igreja, pela voz autorizada do seu
magistério e da sua hierarquia, é apta para decidir se um fiel pode, ou não,
pertencer à Maçonaria.
2. Sobre esta
matéria, a verdade é que a Igreja não tem sido omissa. Já em 1738, com a
Constituição Apostólica In eminenti, de Clemente XII, a Maçonaria foi formal e
expressamente proibida aos católicos, sob pena de excomunhão. Desde então,
todos os papas confirmaram a radical e insolúvel incompatibilidade entre as
duas instituições. Leão XIII, na Encíclica Humanum genus, de 1884, reafirmou a
interdição dos fiéis aderirem à Maçonaria e, em mais 225 documentos, reiterou
até à saciedade esta condenação. O diagnóstico foi sempre o mesmo: são duas
visões insanavelmente divergentes no que respeita a Deus, ao homem, à verdade e
à liberdade. Também os papas actuais, nomeadamente o beato João Paulo II e
Bento XVI, mantiveram o mesmo veredicto que, portanto, se deve considerar
doutrina definitiva e irreformável da Igreja. Pelo menos enquanto a Igreja e a
Maçonaria forem o que são.
3. Também, do ponto
de vista canónico, não há lugar para dúvidas. O anterior Código, de 1917,
previa a pena máxima, ou seja, a excomunhão automática, para o católico que se
inscrevesse numa qualquer loja maçónica. O Código actual, de 1983, embora não
imponha de forma imediata essa sanção, que contudo também não exclui, esclarece
que um cristão que pertença à Maçonaria fica, ipso facto, em situação de pecado
grave ou mortal e, em consequência, privado da comunhão sacramental.
4. Como entender,
então, que alguém se afirme publicamente como católico e maçon? A expressão,
contraditória nos seus termos, só admite duas possíveis explicações.
6 de março de 2012
O fantástico Sir Isaac Newton
Ilustre Físico e Matemático que marcou para sempre a História da Humanidade, e marcou-a porque foi precursor de um método que até ele, não era natural, e só com ele teve as consequências, de todos, conhecidas.
De facto, com Newton, a Ciência pôde prescindir dos “sentidos” que muitas vezes nos limitam, ou enganam. Foi essa libertação dos sentidos em prol da dedução, reflexão e estudo, que me inspiraram a usar o seu nome.
Já anteriormente, eu apresentei um trabalho que falava de Newton. Muitos dos meus irmãos lembrar-se-ão de eu ter mencionado o seu famoso trabalho sobre a Terceira Lei de Kepler que condicionou a dedução da Lei de Gravitação Universal, o desenvolvimento da ferramenta Matemática que é o Cálculo Diferencial e Integral (Series and Fluxions), os seus trabalhos de óptica e a natureza ondulatória da luz (agora corpuscular), o impacto de todo o seu trabalho no nosso dia a dia como base da Engenharia, e a condensação disto tudo num Livro, talvez a maior Obra Cientifica até hoje escrita, de seu nome Principia Philosophie Matematica.
Mas muito para além desta Obra gostaria, agora, de vos falar do caminho até à data percorrido pela Ciência, muito graças à revolução de ideias que Newton provocou.
Mais, podemos afirmar que tudo o que Newton postulou estava errado e, ao mesmo tempo, afirmar que tudo o que Newton postulou estava rigorosamente correcto.
Sem entrar em detalhes que poderiam presumir alguma arrogância naquilo que pretendo transmitir, tentemos perceber de onde vínhamos antes de Newton, como ficámos depois dele e onde estamos agora.
Antes de Newton tivemos Aristóteles (Sec. IV a.C.) e Ptolomeu (Sec.I d.C.), mas também tivemos o pensamento da Escola Jónica. Se aceitarmos que Tales de Mileto viveu algures no século VII a.C., que a conquista de Mileto pelos Persas e, sobretudo, a religião, não permitiu que as ideias ali desenvolvidas, tivessem feito caminho, desde Ptolomeu, sobrarão cerca de 1 500 anos, limitados por dogmas, e pela ideia que o Homem obrigou que se fizesse de Deus, e do seu Universo.
Só que a verdade vence sempre, e em 170 anos tudo muda. Desde 1473, com Nicolau Copérnico, passando por Tycho Brae, Galileu Galilei, Johanes Kepler, rapidamente chegamos a Newton que nasce em Dezembro de 1642, ou Janeiro de 1643, dependendo do calendário que utilizarmos, Juliano ou Gregoriano.
E depois de Newton, a limitação da tecnologia deixou de ser crítica, porque a dedução e a abstracção, recorrendo à ferramenta natural da Física, a Matemática, permitiu que fosse possível elaborar princípios e leis cuja comprovação só seria verificada experimentalmente quando a Tecnologia o permitisse.
27 de fevereiro de 2012
O Maçom, a Sociedade e a Informação
Ilustração_Constantin Veluda - Roménia
Portugal tem cerca de 6.600 jornalistas profissionais, ou seja cerca de de 1 jornalista para 1.500 habitantes. Entendendo-se por jornalista, e para simplificar, um profissional, devidamente acreditado e em posse da sua carteira profissional. A profissão de jornalista tem vindo a sofrer uma forte exposição e consequentemente uma verdadeira erosão.As enxurradas da chamada comunicação, entendida no seu senso mais largo, inundaram a sociedade e, de algum modo, afogam a profissão.Este verdadeiro dilúvio de comunicação não tem, no entanto, um carácter estruturado e estruturante da informação, tão pouco respeita as regras éticas mais elementares.Este fluxo de comunicação é possível graças às capacidades incríveis dos novos canais electrónicos de transmissão de dados.Mas entre comunicação e informação existe um mundo.É um espaço de conceitos, regras e ética.Só o jornalista tem a obrigação de respeitar estes três dados, e pode vir a ser responsabilizado civil e penalmente, em caso de falta grave.
Por isso é necessário perguntar:
Assim sendo, quem é o jornalista?
Vejamos a definição dada pelo sindicato:
“Jornalista é o profissional de informação com responsabilidade editorial, que trabalha factos, acontecimentos e conhecimentos com vista à divulgação em órgãos de comunicação social sob forma de mensagem objectiva”.
22 de fevereiro de 2012
1817 - Morrer pela Liberdade
Depois de tomar Lisboa, Junot é rejeitado pela Maçonaria portuguesa como seu representante, tenta então tornar-se “Rei de Portugal” e governar segundo uma constituição do tipo francês. Por seu lado, Gomes Freire de Andrade integra a Legião Portuguesa que parte ao serviço de Napoleão e da França.
Entre 1807 e 1814, serve o país que invadiu o seu, que o saqueara e que lhe infligiu uma guerra desumana.
Dona Mathilde de Faria e Mello, foge em 1808 com Gomes Freire, mulher casada, foi sua dedicada companheira até à sua morte. “A Mathilde tem sido constante companheira dos meus trabalhos; a pobre rapariga, depois de vender tudo quanto tinha, levava-me dinheiro para me livrar de aflições”, escreve Gomes Freire.
A missão da Legião Portuguesa fora concluída em 1814. Gomes Freire pediu então para regressar a Portugal, mas a permissão para o regresso demorou, valeu-lhe o talento político do seu primo direito D. Miguel Pereira Forjaz, um dos secretários mais poderosos da Junta Governativa.
Sujeitou-se a um processo de reabilitação que o declarou “livre de toda e qualquer mácula”. Apesar disso Gomes Freire tinha consciência que poderia ter sido considerado traidor à pátria, por ter servido o país que estivera em guerra com Portugal e durante o período que ela durou.
Raul Brandão, na obra Conspiração de 1817, editada pela primeira vez em 1914, refere sobre ele:
“Aluga em Lisboa ao cimo da rua do Salitre, junto ao chafariz do Rato, uma casinha onde vive com Mathilde de Mello. Instalação sumária: uma sala com um canapé estofado, algumas cadeiras de palhinha, dois ou três quadros com moldura de pau-santo. Na casa de jantar uma banca de madeira do Brasil, dez cadeiras chamadas tripeças, e no escritório uma banca de pau-preto e duas estantes de pinho com 395 volumes. A relação donde extraio estas notas desce a minúcias de beleguim (depreciativo de oficial de diligências): na pobre casa de Gomes Freire há 6 pratos e travessas de pó de pedra e 15 pequenos, 17 de guardanapo, cinco cálices para vinho e seis para licor, dois copos para agua, uma garrafa de vinho branco e cinco xícaras sem pires. E além destes utensílios vulgares (não xícaras) explica minuciosamente o solicitador entre parêntesis, quatro castiçais de casquinha e três pequenas bandejas lavradas — e fatos, casacos velhos, doze lenços de assoar e duas espadas”.
Entre 1807 e 1814, serve o país que invadiu o seu, que o saqueara e que lhe infligiu uma guerra desumana.
Dona Mathilde de Faria e Mello, foge em 1808 com Gomes Freire, mulher casada, foi sua dedicada companheira até à sua morte. “A Mathilde tem sido constante companheira dos meus trabalhos; a pobre rapariga, depois de vender tudo quanto tinha, levava-me dinheiro para me livrar de aflições”, escreve Gomes Freire.
A missão da Legião Portuguesa fora concluída em 1814. Gomes Freire pediu então para regressar a Portugal, mas a permissão para o regresso demorou, valeu-lhe o talento político do seu primo direito D. Miguel Pereira Forjaz, um dos secretários mais poderosos da Junta Governativa.
Sujeitou-se a um processo de reabilitação que o declarou “livre de toda e qualquer mácula”. Apesar disso Gomes Freire tinha consciência que poderia ter sido considerado traidor à pátria, por ter servido o país que estivera em guerra com Portugal e durante o período que ela durou.
Raul Brandão, na obra Conspiração de 1817, editada pela primeira vez em 1914, refere sobre ele:
“Aluga em Lisboa ao cimo da rua do Salitre, junto ao chafariz do Rato, uma casinha onde vive com Mathilde de Mello. Instalação sumária: uma sala com um canapé estofado, algumas cadeiras de palhinha, dois ou três quadros com moldura de pau-santo. Na casa de jantar uma banca de madeira do Brasil, dez cadeiras chamadas tripeças, e no escritório uma banca de pau-preto e duas estantes de pinho com 395 volumes. A relação donde extraio estas notas desce a minúcias de beleguim (depreciativo de oficial de diligências): na pobre casa de Gomes Freire há 6 pratos e travessas de pó de pedra e 15 pequenos, 17 de guardanapo, cinco cálices para vinho e seis para licor, dois copos para agua, uma garrafa de vinho branco e cinco xícaras sem pires. E além destes utensílios vulgares (não xícaras) explica minuciosamente o solicitador entre parêntesis, quatro castiçais de casquinha e três pequenas bandejas lavradas — e fatos, casacos velhos, doze lenços de assoar e duas espadas”.
A Maçonaria dos negros americanos
Em 1775, um americano de raça negra com o nome de Prince Hall (1735/1807), metodista e divulgador religioso, foi iniciado em Boston na companhia de mais 14 homens livres de raça negra, numa loja de constituição irlandesa.
Prince Hall criou a primeira loja de negros da América, a Loja
Africana nº 1, em 1775 e foi-lhe conferida a patente nº 495 pela Grande
Loja dos Modernos de Inglaterra, dada a recusa da Grande Loja de
Massachusetts.
Em 1791, esta Loja Africana nº 1 constituiu-se em loja mãe com o nome de Grande Loja Africana da América do Norte, da qual Prince Hall foi o primeiro grão-mestre. Em 1808, um ano após a morte de Prince Hall, ela adoptou o nome distintivo e emblemático de Grande Loja Prince Hall, Maçons Livres e Aceitos de Massachusetts, que dará origem à designada maçonaria de Prince Hall.
Outras grandes lojas de negros foram criadas em seguida noutros Estados que acabaram por se fundir, em 1847, com a Grande Loja Prince Hall. Hoje, esta Grande Loja conta com cerca de 500.000 membros de 5.000 lojas que se encontram repartidas em 40 Grandes Lojas autónomas, quase uma por Estado, às quais se juntam outras existentes nas Bahamas, Haiti, República Dominicana, Libéria e, surpreendentemente, 3 lojas na Alemanha criadas no decurso da II Guerra Mundial e na dependência da Grande Loja de Maryland.
A Grande Loja Prince Hall pratica os ritos mais usuais nos Estados Unidos: York e REAA.
Mantém boas relações com outras obediências maçónicas americanas de negros como as Grandes Lojas de Sto, André, do Rei David, do Rei Salomão, de Enoch, do Monte Sinai, do Monte das Oliveiras e dos Maçons do Rito Escocês de S. Jorge.
A maçonaria dos negros americanos, como reflexo dos graves problemas existentes e da radicalização do movimento negro, esteve desde o início da sua criação envolvida nas causas sociais e humanas. Para muitos maçons negros, a situação não possibilitava somente a reflexão e o exercício da caridade diante da imensidão de desafios e do aumento da miséria dos guetos.
Em 1791, esta Loja Africana nº 1 constituiu-se em loja mãe com o nome de Grande Loja Africana da América do Norte, da qual Prince Hall foi o primeiro grão-mestre. Em 1808, um ano após a morte de Prince Hall, ela adoptou o nome distintivo e emblemático de Grande Loja Prince Hall, Maçons Livres e Aceitos de Massachusetts, que dará origem à designada maçonaria de Prince Hall.
Outras grandes lojas de negros foram criadas em seguida noutros Estados que acabaram por se fundir, em 1847, com a Grande Loja Prince Hall. Hoje, esta Grande Loja conta com cerca de 500.000 membros de 5.000 lojas que se encontram repartidas em 40 Grandes Lojas autónomas, quase uma por Estado, às quais se juntam outras existentes nas Bahamas, Haiti, República Dominicana, Libéria e, surpreendentemente, 3 lojas na Alemanha criadas no decurso da II Guerra Mundial e na dependência da Grande Loja de Maryland.
A Grande Loja Prince Hall pratica os ritos mais usuais nos Estados Unidos: York e REAA.
Mantém boas relações com outras obediências maçónicas americanas de negros como as Grandes Lojas de Sto, André, do Rei David, do Rei Salomão, de Enoch, do Monte Sinai, do Monte das Oliveiras e dos Maçons do Rito Escocês de S. Jorge.
A maçonaria dos negros americanos, como reflexo dos graves problemas existentes e da radicalização do movimento negro, esteve desde o início da sua criação envolvida nas causas sociais e humanas. Para muitos maçons negros, a situação não possibilitava somente a reflexão e o exercício da caridade diante da imensidão de desafios e do aumento da miséria dos guetos.
28 de janeiro de 2012
Opus Dei
Factos e Motivos Para Reflexão. De acordo com os Landmarks, “a Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa…”.
Em minha opinião, importa clarificar se deve existir uma leitura literalista destas disposições ou se elas devem ser entendidas no contexto adequado das nossas sociedades actuais.
Existem substanciais diferenças entre discutir questões políticas gerais ou questões de índole político-partidária, bem como entre discutir questões relativas às legítimas opções religiosas de cada um ou os instrumentos perversos de dominação obscurantista das consciências humanas.
Aspectos fundamentais do progresso social e humano dos últimos 2 séculos tiveram, em diversos países, a intervenção decisiva de maçons e das próprias Ordens maçónicas.
Ora, esta intervenção teve, inevitavelmente, um conteúdo político em torno de grandes princípios e valores do progresso civilizacional, que uniram vontades e energias de muitos maçons com diferentes posicionamentos partidários e religiosos no mundo profano.
Basta lembrar as seguintes lutas:
- Contra os extremismos políticos e absolutismo religioso;
- Contra as guerras;
- Pela liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei;
- Pela autodeterminação dos povos;
- Pelos governos representativos e democráticos;
- Pela justiça social e de igualdade de oportunidades para todos os cidadãos;
- Pela separação entre o Estado e a Igreja;
- O ensino ao alcance de todos;
- Pela supressão da miséria e da alienação humanas;
- Criação do registo civil;
- Criação de protecção social nas doenças profissionais.
Esta enumeração sintética permite verificar que a adopção de uma rígida posição de mera actividade especulativa, não complementada com a intervenção no mundo profano e na estrutura geral da sociedade, não possibilita à nossa Ordem ter um adequado papel no aperfeiçoamento moral dessa mesma sociedade, nem contrariar as forças que buscam a instauração de um qualquer sistema obscurantista de intolerância e fanatismo.
Aliás, acontecimentos ocorridos em vários países, inclusive no nosso, permitiram a instauração de regimes totalitários e opressores que custaram a vida de muitos cidadãos livres, a começar pelos maçons, e determinaram a proibição e perseguição das Ordens maçónicas.
Ainda recentemente, a realização de um violento atentado a um restaurante em Istambul onde se encontravam maçons, matando e ferindo diversos irmãos, revela um preocupante recrudescimento das actividades de grupos fanáticos religiosos.
Os termos em que o atentado foi reivindicado pela organização terrorista Al Qaeda, torna indiscutível que se tratou de uma acção premeditada e bem dirigida a um objectivo definido com a ameaça de que outras se seguirão.
14 de janeiro de 2012
Homenagem a Salvador Allende
Pinochet, traidor da maçonaria, não passou do grau de aprendiz, como nos diz o nosso Irmão Rodrigo Reyes Sangermani do Chile.
Em 1942 foi irradiado da Loja onde foi iniciado por falta de participação nas reuniões e do pagamento das quotas.
Homenaje al Q:.H:. Salvador Allende en el 30° aniversario de su sacrificio
A propósito de una plancha enviada a las listas (ELAT) hace ya tres años.
Leído en tenida de 1er grado el 11 de septiembre de 2003
La sola iniciación no actúa por arte de magia ni menos por fuerzas sobrenaturales. La calidad masónica se obtiene a través del compromiso permanente por la verdad: Entrar a la masonería es fácil, lo difícil es que ella entre en mí.
El próximo jueves se cumplen exactos 30 años desde que los militares terminaran con el gobierno constitucional del presidente Allende.
Acerca los alcances políticos, históricos o sociales todos tenemos una opinión formada y un juicio definitivo de los hechos que no es el momento de discutir.
Sin embargo, la efeméride nos recuerda que ese día se unen los destinos de dos hombres que fueron iniciados en nuestros misterios, y que la historia los puso en bandos opuestos, sin embargo uno es un hombre que pese a estar vinculado indivisiblemente con estos acontecimientos históricos, es posible valorarlo en su calidad de masón ejemplar, demócrata y libertario.
En cambio, el otro que no supo o quiso asimilar los valores masónicos, actúa con la traición, la intolerancia y el autoritarismo.
A principios de 1941, teniendo 25 años y siendo recientemente destinado desde la Escuela de Infantería a la Escuela Militar, Augusto Pinochet Ugarte obtiene el grado de capitán, coincide con su ingreso a la R:.L:. Victoria N° 15 de San Bernardo, a instancias de compañeros de armas.
13 de janeiro de 2012
10 de janeiro de 2012
Comunicação do GOL
Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa
No difícil momento económico e social que Portugal vive e cujos efeitos na vida quotidiana dos cidadãos são infelizmente cada vez mais sentidos, é urgente saber orientar as energias para o que efectivamente é importante: a mobilização patriótica para as responsabilidades colectivas, num ambiente de paz, de esperança, de solidariedade e de coesão social.
O Grande Oriente Lusitano, fundado em 1802, além de ser a mais permanente instituição democrática portuguesa e a segunda mais antiga Obediência maçónica mundial em exercício continuado, não aceita ser envolvido em assuntos decorrentes de interesses empresariais conjunturais em que são projectadas posições anti-maçónicas que misturam velhas perspectivas anti-progressivas com pretensas abordagens pós-modernas enxertadas de algum aventureirismo intelectual pseudo-progressista.
Portugal conheceu em 1935 uma lei dita sobre “associações secretas” e é com mágoa que somos obrigados a denunciar, no Portugal de hoje, a retoma do projecto do então deputado do Estado Novo, José Cabral.
Sobre esse projecto, Fernando Pessoa escreveu no Diário de Lisboa de 4 de Fevereiro desse ano: “Provei neste artigo que o projecto de lei do sr. José Cabral, além do produto da mais completa ignorância do assunto, seria, se fosse aprovado: primeiro, inútil e improfícuo; segundo, injusto e cruel; terceiro, um malefício para o País na sua vida internacional.”.
Para aqueles que, recém-convertidos ou indiferentes ao Estado de Direito Democrático, defendem que a Maçonaria não tem sentido em democracia e quando muito o teria no combate aos autoritarismos – que, de esquerda ou de direita nunca suportaram a Maçonaria – é bom lembrar quantos totalitarismos nasceram em democracias e que a indiferença é a mãe dos que só despertam quando, já tarde, a opressão lhes bate à porta.
Os ataques à Maçonaria, sejam eles de ontem, de hoje ou de amanhã, vêm sempre eivados do mesmo ódio aos princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade e aos valores da Justiça e da Razão, verdadeiros alicerces do edifício onde se cultivam os Direitos Humanos.
Vivemos hoje na Europa o mais longo período de paz pela qual lutaram e morreram muitos maçons e para cuja construção a Maçonaria muito tem contribuído.
Para os que alimentam desejos e ilusões autocráticas e exclusivistas, é bom lembrar uma recente decisão de uma das mais vibrantes instituições europeias, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que cortou cerce mais uma tentativa anti-maçónica, desta vez ocorrida na região italiana de “Friuli Venezia Giulia”, onde uma lei de 15 de Fevereiro de 2000 obrigava os candidatos a cargos públicos dessa região a declararem “a sua pertença a associações maçónicas ou, em todo o caso, de carácter secreto”.
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem concluiu que aquela lei constituía uma “violação do artigo 14 (interdição de discriminação) da Convenção Europeia dos Direitos do Homem combinado com o artigo 11 (liberdade de reunião e de associação)”, condenando a Itália por ter permitido tal lei e atribuindo 5.000 € de indemnização por gastos ao queixoso (Grande Oriente de Itália).
A evocação deste acórdão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem não poderia ser mais oportuna no contexto recentemente gerado em Portugal em torno de uma questão em que uns por interesses gananciosos, alguns por vocação obscurantista e outros por oportunismo pseudo moderno querem fazer regredir direitos humanos arduamente conquistados e pelos quais, sem qualquer pretensão exclusivista, nem arrogância serôdia, continuamos na primeira linha da sua defesa e exaltação.
O Grão Mestre
Fernando Lima
No difícil momento económico e social que Portugal vive e cujos efeitos na vida quotidiana dos cidadãos são infelizmente cada vez mais sentidos, é urgente saber orientar as energias para o que efectivamente é importante: a mobilização patriótica para as responsabilidades colectivas, num ambiente de paz, de esperança, de solidariedade e de coesão social.
O Grande Oriente Lusitano, fundado em 1802, além de ser a mais permanente instituição democrática portuguesa e a segunda mais antiga Obediência maçónica mundial em exercício continuado, não aceita ser envolvido em assuntos decorrentes de interesses empresariais conjunturais em que são projectadas posições anti-maçónicas que misturam velhas perspectivas anti-progressivas com pretensas abordagens pós-modernas enxertadas de algum aventureirismo intelectual pseudo-progressista.
Portugal conheceu em 1935 uma lei dita sobre “associações secretas” e é com mágoa que somos obrigados a denunciar, no Portugal de hoje, a retoma do projecto do então deputado do Estado Novo, José Cabral.
Sobre esse projecto, Fernando Pessoa escreveu no Diário de Lisboa de 4 de Fevereiro desse ano: “Provei neste artigo que o projecto de lei do sr. José Cabral, além do produto da mais completa ignorância do assunto, seria, se fosse aprovado: primeiro, inútil e improfícuo; segundo, injusto e cruel; terceiro, um malefício para o País na sua vida internacional.”.
Para aqueles que, recém-convertidos ou indiferentes ao Estado de Direito Democrático, defendem que a Maçonaria não tem sentido em democracia e quando muito o teria no combate aos autoritarismos – que, de esquerda ou de direita nunca suportaram a Maçonaria – é bom lembrar quantos totalitarismos nasceram em democracias e que a indiferença é a mãe dos que só despertam quando, já tarde, a opressão lhes bate à porta.
Os ataques à Maçonaria, sejam eles de ontem, de hoje ou de amanhã, vêm sempre eivados do mesmo ódio aos princípios da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade e aos valores da Justiça e da Razão, verdadeiros alicerces do edifício onde se cultivam os Direitos Humanos.
Vivemos hoje na Europa o mais longo período de paz pela qual lutaram e morreram muitos maçons e para cuja construção a Maçonaria muito tem contribuído.
Para os que alimentam desejos e ilusões autocráticas e exclusivistas, é bom lembrar uma recente decisão de uma das mais vibrantes instituições europeias, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que cortou cerce mais uma tentativa anti-maçónica, desta vez ocorrida na região italiana de “Friuli Venezia Giulia”, onde uma lei de 15 de Fevereiro de 2000 obrigava os candidatos a cargos públicos dessa região a declararem “a sua pertença a associações maçónicas ou, em todo o caso, de carácter secreto”.
O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem concluiu que aquela lei constituía uma “violação do artigo 14 (interdição de discriminação) da Convenção Europeia dos Direitos do Homem combinado com o artigo 11 (liberdade de reunião e de associação)”, condenando a Itália por ter permitido tal lei e atribuindo 5.000 € de indemnização por gastos ao queixoso (Grande Oriente de Itália).
A evocação deste acórdão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem não poderia ser mais oportuna no contexto recentemente gerado em Portugal em torno de uma questão em que uns por interesses gananciosos, alguns por vocação obscurantista e outros por oportunismo pseudo moderno querem fazer regredir direitos humanos arduamente conquistados e pelos quais, sem qualquer pretensão exclusivista, nem arrogância serôdia, continuamos na primeira linha da sua defesa e exaltação.
O Grão Mestre
Fernando Lima
9 de janeiro de 2012
“Ser maçom é uma honra, não é maçom quem quer” diz Arnaut
O
ex-grão mestre do Grande Oriente Lusitano-Maçonaria Portuguesa, António
Arnaut, falou à RTP Informação e defendeu que os maçons não devem ter
medo de tornar públicas as suas relações com a organização. “Ser maçom é uma honra, não é maçom quem quer”, disse António Arnaut.
ver entrevista à RTP Informação
ver entrevista à RTP Informação
Diógenes de Sínope, 404 a 323 a.C.
"A casa de Diógenes", Jean-Léon Gérôme_ 1860 |
Por ter sido acusado de falsificar a moeda local foi expulso da sua cidade Natal tendo escolhido Atenas para viver.
Foi um dos expoentes máximos de uma das Escolas Menores Pós-Socráticas (a Escola Cínica) fundada por Antístenes de quem foi discípulo apesar de este o ter rejeitado na primeira tentativa de aproximação daquele.
O nome desta Escola não tem uma origem precisa pois sugerem-se duas hipóteses:
1. deriva de um ginásio situado próximo de Atenas, o Cinosargo, onde Antístenes, o seu fundador, ensinava ou 2. derivada da palavra grega Kyon que significa cão.
A Semântica, com o tempo, alargou o significado da palavra «cínico» dando-lhe uma conotação actual que nada tem a haver com a antiga.
A Escola Cínica_ Os seguidores de Sócrates que não atingiram projecção, quer na Academia de Platão quer no Liceu de Aristóteles, juntaram-se em Escolas que foram denominadas como Escolas Menores Pós-Socráticas (Cirenaica, Megárica, Ilíaca e Cínica).
A Escola Cínica foi fundada por Antístenes de Atenas discípulo de Górgias e depois de Sócrates. Cultivaram a princípio a Ética Socrática mas desviaram-se para um exagero de desapego à Civilização. Desejavam um retorno à vida mais primitiva e mais próximo da natureza.
O Cinismo era definido como «um atalho para a virtude» em oposição à cultura erudita que requeria muito tempo de aprendizagem e saber. Este atalho, contudo, era um método muito rigoroso (askésis) que exigia exercício, prática, treino e disciplina.
Começaram por praticar a perseverança e a resistência e substituíram a mediação conceptual pelo exemplo e pela acção. O exercício e a fadiga eram capazes de habituar o homem a dominar os prazeres visto que são estes a amolecer o físico e o espírito pondo em perigo a liberdade.
Na liberdade da palavra (parresía) atingiram os limites da desfaçatez e da inconveniência e na liberdade da acção (anaídeia) se encontravam para com auto-controle, auto-suficiência e impaciência alcançarem «o bastar-se a si mesmo (autárkeia)».
Para eles os verdadeiros adversários existenciais eram o exílio, a pobreza de espírito, a fome e a morte usando a franqueza, a liberdade do discurso e o riso para os enfrentar.
Tinham como guias a Humildade, Frugalidade e Integridade.
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