SIMBOLOGIA DO TAPETE EM LOJA NO GRAU DE COMPANHEIRO
Fazer a interpretação da simbologia do Painel é uma tarefa complexa e sempre inacabada.
No centro do templo está o painel, é em torno dele que decorrem todas as cerimónias e à sua volta que os Irmãos vão exercitar as suas mentes e trabalhos como maçons especulativos livres e aceites.
No grau de companheiro, temos de prosseguir os trabalhos e subir um pouco mais, como tal deixamos para trás os três degraus e passamos a ter cinco, significa, pois, que estamos a construir algo, evoluímos no nosso pensar e desenvolvimento de percepção das coisas em si.
Ao completar o grau de companheiro atingia-se o cume da subida profissional nas corporações dos artesãos da construção dos grandes edifícios da idade media, esta era uma Maçonaria Operativa, aquela que antecedeu a Maçonaria Especulativa, que vigora actualmente.
Até ao século XVIII somente havia dois graus reconhecidos na Franco Maçonaria, o Grau de Aprendiz e o de Companheiro, durante o período da Maçonaria Operativa o companheiro não era mais que o Aprendiz que serviu durante o período necessário e exacto para se tornar um trabalhador qualificado, com autorização para praticar o seu ofício.
Com o tempo os mestres eram seleccionados de entre os companheiros com mais experiência e capacidade de liderança, para a condução dos trabalhos e os supervisionar, de forma que os mesmos decorram com a sua devida perfeição e correctos.
As cinco viagens que o aprendiz faz na sua elevação a companheiro, estão metaforicamente representadas no painel do grau sob a forma de 5 degraus, que dão acesso ao templo onde ele vai ser recebido.
Na primeira viagem, o Companheiro leva consigo o malhete e o cinzel, os quais representam a vontade e o livre arbítrio, o que significa que com vontade se chega ao livre-arbítrio.
Na segunda viagem leva consigo a régua e o compasso, ou seja, está à procura da harmonia e do equilíbrio, já que o caminho recto não nos deve deixar desviar da nossa linha de conduta de acordo com a harmonia do infinito, dando-nos assim o devido equilíbrio. Neste período verificamos a arte na sociedade, o embelezar do indivíduo na sociedade moral e social, a sua perfeição na prudência e na sabedoria.
Na terceira viagem além da régua o companheiro passa a ter uma alavanca, com ela, ele potência as forças e vence a inércia, ela torna-se um instrumento de inteligência, a régua continua a simbolizar a rectidão, o ideal e a nobreza que se deve ter, entender que nenhuma ciência deve ficar no desconhecimento, já que cada uma será a vertente que vai oferecer a virtude.
Na quarta viagem o companheiro acompanha-se pela régua e o esquadro, pois o esquadro é a união do nível com o prumo. Estes dois símbolos são a medida perfeita. Sendo assim vamos trabalhar a nossa pedra social e aperfeiçoar a nossa personalidade com a ajuda de todos os instrumentos antes transportados.
Na quinta viagem o companheiro já não necessita dos instrumentos anteriores pois demonstra que o mesmo já evoluiu o suficiente e possui desenvolvimento anteriormente descrito, este continua na mesma direcção, depois de desenvolver os seis instrumentos é-lhe dado um novo que vem representado pela letra G, ao deixar os instrumentos significa que domina os cinco sentidos o qual é representado pela estrela de cinco pontas, e por isso ascendeu para a actividade espiritual, cria capacidades de ouvir o silêncio.
Voltemos agora ao centro do templo e ao painel, aos seus elementos e à sua constituição:
Uma Orla – Esta protege todo o painel em si, lá estão marcados os quatro pontos cardeais os quais vão simbolizar a atracção Universal, e isso é realizado através da Fraternidade;
Cinco Degraus – Estes estão na parte inferior do painel e têm como finalidade a entrada no templo ao mesmo tempo que indicam a idade do companheiro. Durante esse período de idade ele faz a aprendizagem teórica e cria a prática da construção do seu edifício social.
Cordão de Nós – O mesmo deverá ter cinco nós, pois representa a idade do companheiro;
Sol - Este estará representado à direita. É a iluminação da razão e do desenvolvimento do incompreensível, tornando-o compreensível;
Lua – Estará representada à esquerda, símbolo do antagonismo da natureza em si, gerando o devido equilíbrio;
Sete Estrelas – Estas representam as ciências liberais, que são elas a retórica, a dialéctica, a gramática, a música, a aritmética, a geometria e a astronomia. São ainda no seu significado de representação o número mínimo de Ir:. que deverão estar presentes em loja;
As colunas J e B no seu topo, em vez das romãs, passam a ter na coluna B a Esfera Terrestre e na J a Esfera Celeste;
O esquadro e o compasso – apresentam-se entrelaçados, o compasso aberto a fazer um ângulo de 45º, procuram simbolizar que o companheiro já atingiu o equilíbrio no que respeita a matéria e ao espírito este começa-se a abrir e com certa liberdade de raciocínio, vai encontrando o caminho que o tornará um livre-pensador, encaminhando-o para a liberdade da verdade;
Letra G – ela situa-se no centro da estrela flamejante, vai de encontro com a geometria, que é a ciência da construção fundamentada, a gravidade, pois nela existe uma força incomparável que faz unir os Ir:. Gnose, pois interroga as verdades eternas no seu ser;
Três Janelas – elas significam e situam-se da seguinte forma, uma a oriente, que é de onde nos vem a luz, outra na coluna sul, onde começa por haver alguma claridade ou luz, mas sendo esta ainda muito fraca, e outra no ocidente onde estão os aprendizes, e a escuridão ainda é total, as mesmas representam o V:.M:. com a sua sabedoria, o 1o Vig:. com a força e o 2o Vig:. com a sua beleza;
Pedra Cúbica – esta situa-se ao lado da coluna J, que trabalha o polimento da pedra, com a necessária ajuda do esquadro, do nível que procuram a igualdade da mesma, do prumo, que procura o equilíbrio, a retidão e a prudência, com a ajuda deste a pedra bruta passará a cúbica, ou seja, tornando-a perfeita;
Maço e Cinzel – Estes significam que quando aplicados a vontade com a inteligência, a ciência e a arte, consegue-se transformar uma pedra bruta em polida;
Alavanca e Régua - a régua é a rectidão a exactidão de conduta, tem 24 polegadas, pois representa o tempo que tem o dia e que não nos devemos desviar ao longo do dia, a alavanca significa a força e a coragem que o homem deve demonstrar na sua firmeza pela liberdade, vencer a resistência da inércia e desenvolver grandes trabalhos, sempre no ponto intelectual, dando segurança à lógica e a verdade;
Espada – esta está interligada com a 5ª viagem, ela visa a igualdade, o poder e a sua autoridade, procura ser também a coragem, a honra e o ser leal;
Pavimento de mosaicos – como sempre a loja será composta por um painel que terá como base no seu significado e simbologia a harmonia dos contrários;
Pórtico do templo – Esta é a entrada, a câmara do meio, isto é o umbral de luz, ou seja, onde entramos para atingir a perfeição e o conhecimento da verdade;
Estrela Flamejante – Ela é representada por cinco pontas, símbolo do companheiro que tem já algum grau de conhecimento, um pouco de espiritualidade e iluminação que faz com que a sua mente esteja aberta a diferentes formas de compreensão.
Assim irei finalizar com o parecer que dentro do meu humilde conhecimento neste momento, o qual quero e tenho de continuar a aperfeiçoar, moldar e construir.
É uma prancha no possível e definitivamente modesta, pois considero que os meus conhecimentos ainda continuam e terão de continuar em crescimento, poderiam e deveriam ser maiores, acredito que sim.
Seja qual for a prancha apresentada, será sempre uma prancha em crescimento, inacabada, pois o ser em si está sempre em actualização e em mudança e como tal devemo-nos atender ao momento em si. E preparar sempre o amanhã de forma correcta e com esperança de ser melhor.
Tal como Buda temos de recorrer ao nada, ao vazio, como caminho para chegar à derradeira experiência, e isto porquê? Para benefício e crescimento espiritual, e compreensão da matéria em si.
Budha Comp:.
Resp:. L:. Salvador Allende a Or:. de Lisboa
Muito bom Irmão companheiro...com sua permissão enviarei aos irmãos de minha Loja...GRATO
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