A Comissão Editorial do Blogue deseja a todos os seus leitores, no ano que vai entrar, aquilo que Séneca pediu aos Romanos, ou seja, e cita-se...procurem a felicidade de verem morrer os vossos vícios antes de vós próprios…
A Comissão Editorial do Blogue deseja a todos os seus leitores, no ano que vai entrar, aquilo que Séneca pediu aos Romanos, ou seja, e cita-se...procurem a felicidade de verem morrer os vossos vícios antes de vós próprios…
Com a devida vénia, e respectiva autorização, transcreve-se este Soneto de Adilson Zotovici, aproveitando a Comissão Editorial do Blogue para desejar a todos umas Boas Festas.
O DIA DE NATAL
Se reflexão, aforismo,
Eu creio que real, verdade
Que milenar não por modismo
Em perenal continuidade
Parece afastar o egoísmo
Desperta a fé, a caridade,
Floresce o amor, o altruísmo
Fenece o rancor, a maldade
Sem preconceitos ou racismo
Todos brindam com igualdade
O islamismo, judaísmo...
Não só festa da Cristandade
Além até do ecumenismo
O Natal... é fraternidade !
Adilson Zotovici
O Solstício de Inverno ocorrerá no dia 21 de dezembro de 2020 às 10h02min, marcando o início da estação no hemisfério norte (a mais fria apesar da Terra vir a estar o mais perto do sol a 2 de janeiro). O sol neste dia de solstício estará o mais baixo possível no céu e aquando da sua passagem meridiana atingirá a altura mínima de 28°. A duração do dia no Solstício de Inverno é a mais curta. A 21 de dezembro de 2020 o disco solar nascerá às 07:51:19 horas e pôr-se-á às 17:18:23 horas em Lisboa, assim a duração do dia será de 09:27:04 horas. O Inverno prolonga-se por 88,98 dias até ao próximo Equinócio, a 20 de março de 2021.
Para a Secular Maçonaria representa o fim e o início de mais um Ciclo, ou seja, o Triunfo da Luz e da Vida sobre a Morte.
NADA DO QUE É HUMANO ME É ESTRANHO
…nihil humani a me alienum puto..
Públio Terêncio (185-159 a.C.) em “O Atormentador de Si Próprio”
Sempre pensei e continuo a pensar que se há lugar para dissecar o mais complexo dos paradoxos é, exactamente, na N∴A∴O∴, onde, uma vez iniciados, calcorreamos os diversos degraus infinitamente dispostos, mas nunca indefinidamente, ou seja, começando por mergulhar em Nós próprios vamos em direcção aos Outros e ao Universo. A Humanidade - que tema apropriado para vos transmitir as minhas reflexões. Hoje, sabemos muito mais do que na Antiguidade sabiam os Pais-Fundadores do pensamento, porém e pasme-se, os circuitos neuronais do nosso actual cérebro (quer o queiramos ou não, é a base material da espiritualidade dita humana) são, precisamente, os mesmos que existiam na Idade da Pedra. Se é assim, a pergunta surge de imediato: o que há-de novo e a mais? Bem, a mais, há uma enormidade de novidades que não caberiam em milhares de páginas, mas de novo, e este é o imbróglio, parece não haver nada de nada. Vou expor-vos algumas considerações que, depois de interiorizadas, nos levarão ao degrau seguinte, vale dizer, a vós, e ao cosmos para que a tríade essencial da Iniciação fique ligada, seja ela coerente e racional (à qual estou mais ligado) ou transcendente e emocional (a qual procuro entender). Assim:
1- Graças ao pioneirismo de um cientista português (de seu nome António Damásio) os estudos sobre a fisiologia e patologia cerebral deram um passo de gigante (claro que, e como escreveu I. Newton, apoiado em muitos outros gigantes) no que diz respeito à base anatómica do seu funcionamento.
2- Paralelamente, cognitivistas, antropologistas, psicólogos do comportamento e filósofos, foram acompanhando e reorganizando os processos já conhecidos, acrescentando ou truncando as frases e certezas ditas, mas agora experimentadas.
3- Quer os circuitos de neurónios-base das funções vitais inconscientes (respiração, batimento cardíaco, regulação da temperatura e funcionamento intracelular), quer os das funções vitais conscientes (o amor, o desejo, as artes, enfim, as emoções), estão hoje muito mais dissecados sabendo-se onde estão localizados e, sobretudo, onde decorrem as suas interacções e, a mais, o papel fundamental das neuro-hormonas e neurotransmissores que tanto inibem como acendem e propagam todos estes circuitos já conhecidos.
Com a devida vénia se transcreve a seleção do «Informativo CHICO DA BOTICA» - Edição 148 – 31 Out 2020”
MAÇONARIA 4.0? A MAÇONARIA DO AMANHÃ
“É necessário que o Maçom seja capaz de partir e de chegar. Muito importante é o partir como muito importante é o chegar, mas muito mais importante é o que será semeado ao longo dessa caminhada: sementes se converterão em frutos que haverão de alimentar a inteligência daqueles que os colherem”. (Raimundo Rodrigues)
“O futuro tem muitos nomes. Para os fracos é o inalcançável, para os temerosos, o desconhecido. Para os valentes é a oportunidade” (Victor Hugo)
Sem dúvidas estamos vivendo num mundo em permanente evolução, nas áreas de tecnologias e comunicações. O que é agora pode não ser daqui a pouco e temos que estar preparados para continuarmos a viver neste mundo. Muito lemos e ouvimos sobre a Indústria 4.0, que é um novo conceito de evolução, com bases em modernas e sempre actualizadas tecnologias, que tem na união de máquinas e sistemas inteligentes que possibilitam a criação de redes capazes de controlar módulos específicos de forma autónoma, ou seja, fábricas autónomas que irão possibilitar a redução da mão de obra, minimizar riscos por falhas humanas e proporcionar maior exactidão nos resultados esperados, e em especial em operações de maiores complexidades. Em suma, estamos falando de fábricas inteligentes, com a capacidade de operarem sozinhas, agendarem e realizarem manutenções, preverem falhas de processos, realizarem tomadas de decisão e adaptarem-se a imprevistos dentro duma cadeia produtiva. Por certo isto não se aplica na Maçonaria, mas toda a evolução que estamos passando afecta o seu desenvolvimento e teremos que nos adaptar unindo homem a tecnologia. Tanto no conceito de Economia 4.0 e Indústria 4.0 esta é a era do conhecimento e da inovação. Na Ordem o conhecimento sempre foi nossa meta agora temos que nos adaptar às inovações. Agora perguntamo-nos, o que tem a ver a Maçonaria com o que está a apresentar no mundo profano? Demos um crédito de visão de futuro aos participantes do encontro realizado em Londrina – PR, quando, em outubro de 2019 escolheram o tema “Maçonaria do Amanhã”, bem antes de termos pleno conhecimento da expansão da COVID-19 e actualmente pensar no amanhã sem incluir como uma das causas a actual situação de saúde pública mundial seria ilógico.
C O N V I T E
Meus irmãos , cunhadas , sobrinhos, meus amigos
Na próxima quinta feira dia 19 de novembro de 2020 às 20:00h (horário de Brasília) faremos a reunião em sala virtual para o LANÇAMENTO do meu novo livro de poemas “ VERSOS A MAÇO E CINZEL “ e terei imensa alegria e honra em vê-los e tê-los connosco, assim como seus convidados , amigos e familiares, pelo que sou grato. Segue o endereço da Sala virtual :
Topic: Lançamento do Livro "VERSOS A MAÇO E CINZEL" de Adilson Zotovici
Time: Nov 19, 2020 08:00 PM Sao Paulo - Brazil
Join Zoom Meeting
https://us02web.zoom.us/j/85739441867?pwd=U01GQVBrbXZCRWNNM09CenhnTWJuZz09
Meeting ID: 857 3944 1867
Passcode: 900301
Com a devida vénia se transcreve este artigo de opinião de Clóvis de Barros Filho publicado no Blogue «O Ponto Dentro do Círculo»
Vaidade e Orgulho
(Publicado em Setembro 2015, São Paulo por Luiz Marcelo Viegas)
A palavra VAIDADE tem uma origem curiosíssima. Ela remonta muito a uma ideia da vida em vão. Então, claro, quando é que vivemos bem? Quando conseguimos viver dentro daquilo que nos é mais favorável, onde somos mais talentosos, mais competentes e assim por diante. Quem se conhece acaba conseguindo se encaixar melhor, levará uma vida mais feliz, melhor e mais harmônica com o resto. O VAIDOSO é um ignorante em si mesmo, alguém que por não entender o seu lugar, não conhece suas próprias competências e habilidades e acaba pretendendo viver em um lugar que não lhe é devido. Por isso é um vício, um equívoco existencial. Muito importante nesse momento diferenciar a vaidade do orgulho.
O ORGULHO é um afeto altamente positivo na existência por que no final das contas o orgulhoso é aquele que consegue identificar em si mesmo causas de alegria e isso, claro, é patrocinador de uma vida boa, por que quando você consegue identificar causas de alegria em si mesmo uma consequência imediata é identificar as próprias fragilidades. O Orgulhoso é sempre alguém que tem mais de si em si mesmo e portanto é necessariamente algo positivo. O vaidoso, na verdade, é um orgulho equivocado, é um orgulhoso que não se conheceu direito, um orgulhoso que não soube flagrar em si mesmo as reais causas de sua alegria.
A VAIDADE é uma tendência muito explicável por que os encontros com o mundo são potencialmente entristecedores e de certa maneira, na hora que você considera que o mundo que você encontra é o que é, inexorável, o que que poderia ser diferente para você não se entristecer. E aí, você conclui: VOCÊ MESMO! Então claro, o vaidoso é invariavelmente aquele que deseja demais não ser quem é justamente por que supõe que não sendo quem é evitará as tristezas e angústias que são concretamente as suas. Todo valor, seja um valor adequado a uma competência como no caso do Orgulho, seja um valor “transbordoso” e desalinhado como no caso da vaidade. Todo valor é uma construção social, resulta de um processo de socialização. É uma questão cultural e aí é que está o grande conflito que a filosofia clássica aponta. De um lado um apreço pela natureza que é a sua, em outras palavras é o que “Nietzsche” chamava de amor fati [1]. É você se reconciliar com o mundo como ele é, e aceitar-se como sendo como é, de certa maneira.
Doutro lado você tem uma sociedade, uma convivência e uma vida social que de certa maneira espera de você performances, espera de você a ocupação de postos, espera de você competências que nem sempre estão alinhadas com as tuas verdadeiras e naturais inclinações. No final das coisas pode-se imaginar o VAIDOSO como alguém “for ent” em sua aparência, mas no fundo é alguém que, ignorante de si mesmo, está disposto a VENDER-SE A SI MESMO EM NOME DOS ENQUADRAMENTOS SOCIAIS .
Autor: Clovis de Barros Filho
Nota
[1] – amor a algo.
Transcrito, com a devida vénia, do Correio do Ribatejo de 23.10.2020, este Artigo de António Valdemar.
Amália, sem Sucessores?
«A advertência de Eduardo Lourenço ao considerar que Amália «morreu no seu século e não passou desfigurada para um tempo que não era o seu»
O Fado na sua conceção intemporal, na sua expressão literária ou na sua expressão popular- e todas associadas á realidade social e cultural de sucessivas conjunturas- nos seculos XIX, XX e já agora no seculo XXI, tem sido objeto de estudos eruditos, de ensaios críticos ou de obras de criação literária da autoria de muitas personalidades ligadas á Academia das Ciências. Os exemplos multiplicam – se até chegarmos a Amália Rodrigues. Procuramos sintetizar, numa retrospetiva sumária, subordinada ao tema Amália, a Academia e Académicos os seguintes autores e respetivas obras: Teófilo Braga, em 1868, numa interpretação das raízes do povo português (que antecedeu investigações antropológicas e etnográficas de José Leite de Vasconcelos) deu honras de transcrição integral dos versos recolhidos na tradição oral («Chorai artistas chorai ...») que lamentam a morte da Severa. Henrique Lopes de Mendonça enalteceu o Fado e o introduziu (com a música de Alfredo Keil) nas estrofes de A Portuguesa que a Constituição da República, em 1911, transformou no Hino Nacional. Eça de Queiroz situou Lisboa na génese da invenção do Fado, enquanto Teixeira de Pascoais se pronunciou acerca das modalidades do Fado em várias localidades geográficas. Continua a emocionar a exaltação que Pascoais fez de Hilário em Coimbra. Logo no início do seculo XX, Júlio Dantas escreveu A Severa. Foi a reconstituição para o teatro (e depois para um romance) tal como o próprio Júlio Dantas assim caracterizou: da vida de «uma flor pura, desabrochada na lama», que se evidenciou a cantar o Fado, na Mouraria. «Tinha o orgulho de não ter um ódio de ninguém, de ser feliz com a sua liberdade, o seu Fado, o seu amor ao Sol».
MONUMENTO 'CONTRA A IGNORÂNCIA'
A 5 de Outubro em Vieira de Leiria foi inaugurada esta estátua/monumento, de autoria do escultor Fernando Crespo, natural de Vieira de Leiria, com traços de inspiração maçónica, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Vieira de Leiria e financiada pela Câmara Municipal da Marinha Grande. A escultura tem seis metros de altura, num manifesto contra a ignorância e em homenagem à República, Fernando Crespo é também o criador do coração de aço de 12 metros inaugurado em Fátima aquando da visita do Papa Francisco em 2017, imaginou uma nova obra composta por duas figuras neoclássicas iguais: uma dourada que se apresenta de pé sobre uma moldura quadrada, e outra escura, sob essa, de cabeça para baixo. “Todo esse conjunto assenta numa pirâmide, cujo vértice está a dez centímetros da figura que está ao contrário. É como um perigo latente, uma fragilidade. É uma metáfora, como se fosse uma vítima que está quase a ser punida por estar confinado a um espaço de ignorância”, descreveu o autor. Segundo o escultor, “a ignorância é um grande estigma” e “a República veio resolver parte do problema. Infelizmente as coisas têm-se vindo a degradar”, lamenta, justificando dessa forma a associação do novo trabalho ao 5 de Outubro, dia da inauguração. “Esta é a linguagem, facilmente entendível, que entendi para consagrar a República, o que é o conhecimento para o indivíduo e a limitação do conhecimento para o mesmo indivíduo”, sublinha. A peça será instalada no local onde existiu a antiga escola primária de Vieira de Leiria, que Fernando Crespo frequentou esse estabelecimento de ensino, entretanto “demolido há vários anos”. No mesmo espaço ficará a peça escultórica que evoca “a liberdade que o conhecimento traz”, em oposição “ao confinamento cultural, com as consequências que a falta de cultura tem”. Iniciativa de uma comissão de ex-alunos, a obra serve ainda de “homenagem ao ensino e aos professores do ensino primário”, incluindo o antigo docente de Fernando Crespo, Fausto Augusto Linhares, que merecerá distinção especial no dia da inauguração. A propósito do trabalho pensado para a Vieira de Leiria, o artista critica “o estado da cultura” no país. “Esta escultura e o seu aparecimento são paradigmáticos. Só é possível porque eu dei o que pude, para deixar ali uma marca”, diz Fernando Crespo, explicando que cedeu gratuitamente o trabalho, ficando a cargo do município da Marinha Grande pagar os materiais. “Estou a cumprir a minha obrigação cívica e artística para com o país e para com a República. Não sou artista do regime. Esses estão protegidos e, em tempo de crise, os municípios fazem ajustes diretos de valores perfeitamente disparatados. Não posso deixar de sentir alguma indignação”, acrescenta.
Com a devida vénia e respectiva autorização, transcreve-se mais um Soneto de Adilson Zotovici:
EFLÚVIOS
Exala tão bom perfume
No Augusto Templo Sagrado
De livres pedreiros costume
E desde há muito pairado
Não dum incenso que defume
Um ambiente pesado
Pra clarear um negrume
Por algum rancor criado
Mas, bons eflúvios em volume
Fulcro do grupo irmanado
Qual irradiado lume
Essência do iniciado
Pelo aroma se presume...
Da Verdadeira Luz emanado
Adilson Zotovici
Revolução ou Evolução no Grande Oriente da Bélgica?
O Grande Oriente da Bélgica (GOB), principal obediência maçónica do país e que conta com cerca de 10.000 membros divididos por 118 lojas, acaba de dar um passo fundamental na sua história de quase dois séculos – foi instalado em 1833, três anos após a independência da Bélgica. De facto, a Assembleia Geral do Grande Oriente adotou, neste domingo, 16 de Fevereiro de 2020, e por grande maioria, uma reforma dos seus estatutos e regulamentos que, entre outras modificações, agora permitirá que as lojas filiadas nesta obediência liberal e adogmática integrem mulheres no seu seio. Porquê esta mudança? Há vários anos que o Grande Oriente da Bélgica tem sido confrontado com pedidos de Lojas nele inscritas, principalmente de Bruxelas e sobretudo flamengos, com o objetivo de filiar “Irmãs”, ou de ir ainda mais longe, iniciando mulheres numa obediência que até agora permaneceu estritamente masculina no seu recrutamento. Esta transformação profunda, da qual não podemos dizer de momento qual será o seu real impacto – para além do aspeto simbólico da coisa -, permite ao Grande Oriente da Bélgica alinhar-se com o seu equivalente francês, que está implicitamente aberto à diversidade e à não discriminação há uma década. O Grande Oriente de França (GOdF), desde 2010, que concede às suas lojas a liberdade de iniciar mulheres, uma liberdade reivindicada há décadas, mas para a qual nunca houve uma maioria, antes de 2010, apesar do facto de que as lojas têm feito filiações selvagens desde 1990 – atraindo em troca, a ira da Obediência. No entanto, convém assinalar, isto não é suficiente, pois no caso do Grande Oriente da Bélgica, como no caso do Grande Oriente de França, pode-se estritamente falar de obediências mistas.
Equinócio de Outono 2020
No corrente ano, o Equinócio de Outono ocorrerá hoje, dia 22 de Setembro, às 14:31 horas. Este instante marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 89,813 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Dezembro às 10:02 horas.
Naquele instante o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. A palavra de origem latina aequinoctium agrega o nominativo aequus (igual) com o substantivo noctium, genitivo plural de nox (noite). Assim significa “noite igual” (ao dia), pois nestas datas o senso comum diz-nos que o dia e a noite têm igual duração. No entanto não é bem assim. Os equinócios estão definidos como o instante em que o ponto central do sol passa no equador e, por isso, efectivamente o centro solar nasce no ponto cardeal Este e põe-se exactamente a Oeste. Assim, entre o instante da manhã em que o Sol está a uma distância zenital de 90º e o instante da tarde em que se encontra novamente a uma distância zenital de 90º passam-se 12 horas. (Note-se que como a Terra avança na sua órbita ao longo do dia, o Sol não se mantém no equinócio todo o dia e isso leva a uma pequena alteração deste intervalo de tempo).
Para os Iniciados será uma Celebração da Renovação dos Ciclos da Natureza.
MMQQIIr:.
Há 47 anos, no dia 11.Set.73, morreu lutando pelos princípios e ideais que sempre o nortearam, não cedendo ao golpe fascista de Pinochet (preparado pela CIA e pelas oligarquias até aí dominantes), o nosso Querido patrono SALVADOR ALLENDE, não capitulando nem fugindo do cargo para que tinha sido legalmente eleito pela Unidade Popular (Presidente da República).
Honremos a sua memória e sobretudo os seus ideais e actos, que sempre praticou coerentemente.
Recebam um Forte TAF
Salvador Allende (M:.M:.)
Transcrito, com a devida vénia, este artigo de opinião de António Valdemar no Diário dos Açores de 11.09.2020
Antero, as horas do fim
“O contacto directo com a realidade levou-o a conhecer a vulnerabilidade da natureza humana. A inveja que morde, o ódio que envenena. O país real, por fora e por dentro: egoísmos ferozes, privilégios inexplicáveis. A impunidade absoluta. Os inúteis disfarces. A falta de vergonha. Manifestou as preocupações que o levavam a concluir que a crise era moral".
O vento revolve os plátanos e estremece as araucárias. A cidade começa a ficar mais húmida, as ruas mais vazias, ACENTUA – SE o peso das horas mortas, antecipando as noites intermináveis, repletas de fantasmas. A memória recusa a paz do esquecimento. Ponta Delgada despede-se do Verão e mergulha numa tarde baça, cor de zinco, cor de chumbo. Antero debate-se com atritos familiares. Debate-se com o tédio de viver e a incapacidade de ser feliz. Debate-se com a situação do País, em face do Ultimatum inglês. Debate-se com a derrota da revolução republicana do 31 de Janeiro. Debate-se, ainda, com o falhanço da Junta Patriótica do Norte, que surgiu para encontrar soluções e mobilizar vontades, perante a crise. Entregaram a presidência a Antero, mas nada pode realizar, enquanto assistia á debandada dos que a constituíram. Desistiu dos combates políticos e sociais. Da urgência de questionar as estruturas institucionais do regime, definir outras diretrizes, proceder a uma reforma do Estado e da Administração Pública. Incentivar o acesso à Europa e – sempre este objetivo enunciado na inauguração das Conferências Democráticas do Casino - permitir a abertura de Portugal ao mundo. Para formar o jovem e o cidadão. Pensar e intervir de forma ativa e responsável. O contacto directo com a realidade levou-o a conhecer a vulnerabilidade da natureza humana. A inveja que morde, o ódio que envenena. O país real, por fora e por dentro: egoísmos ferozes, privilégios inexplicáveis. A impunidade absoluta. Os inúteis disfarces. A falta de vergonha. Manifestou as preocupações que o levavam a concluir que a crise era moral: «o que se passou» - comentava, numa carta, a um amigo íntimo - «é a prova mais cabal do estado de prostração do espírito público, entre nós. Berrou-se muito e, afinal, chegaram as eleições, e toda a gente, movido cada qual por mesquinhos interesses, votou nos candidatos do Governo. Governo apoiado pela Inglaterra e que, nessa ocasião, estava lançando a polícia sobre os que faziam manifestações patrióticas». Refugiou-se, outra vez, em São Miguel. Talvez encontrasse a desejável tranquilidade. Mas a inquietação e a dúvida não cessavam: «E quando o pensamento, assim absorto, emerge a custo desse mundo morto/e torna a olhar as coisas naturais:/à bela luz da vida, ampla, infinita /só vê com tédio em tudo quanto fita/a ilusão e o vazio universais». Os seus olhos penetram quem os olha. Escreveu no poema para o in memorian de Zara, jovem irmã de um amigo: tudo é leve como a sombra sobre a água. Busca o invisível no visível. Multiplicam-se as perplexidades: «tropeço, em sombras, na matéria dura /e encontro a imperfeição de quanto existe». De rua em rua, concentro-me e revisito lugares da infância e adolescência, casas de amigos. Uns vivos. Outros mortos. «Aqueles que eu amei, onde estão? Idos, dispersos, / arrastados no giro dos tufões, / levados, como em sonho, entre visões, / na fuga, no ruir dos universos». Perdura ainda o essencial da malha urbana e surpreendo os últimos passos de Antero na antiga cidade: «as nuvens parecem fantásticas ruínas / ao longe no horizonte amontoadas». A respiração do mar provoca uma latente e contínua ansiedade. Tudo se converte em cinza de vida ardida. Oliveira Martins, com as informações de amigos comuns, afirmava a propósito do suicídio de Antero, numa carta a Eça de Queiroz: «cedeu por fim à tentação constitucional da sua vida. Morrer era-lhe uma obsessão. Matou-o principalmente o clima enervante de São Miguel, que estonteia o mais fleumático (...) Matou-o a sua imaginação exacerbada pelo capacete de ozone da ilha». Setembro morno e abafado. Antero resumia sucessivos percursos : “pó e cinzas onde houve flor e encantos/ e noite onde foi luz de primavera. /Olha a teus pés o mundo e desespera, /semeador de sombras e quebrantos». Que ficou, afinal, e que valha a pena? «Daquela primavera venturosa, /não resta uma flor só, uma só rosa. /tudo o vento varreu, queimou o gelo.” As interrogações esmagavam-no. E insistia: «Pura essência das lágrimas que choro/ e sonho dos meus sonhos! Se és verdade / descobre-te, visão, no céu ao menos!» Exausto. Dor e pavor. E apenas: «silêncio, escuridão e nada mais». Os passos de Antero aproximam-se do Campo de São Francisco. Ao fundo o mar e o Castelo: «junto do mar, que erguia gravemente/a trágica voz rouca, enquanto o vento / passava como o voo do pensamento /que busca e hesita, inquieto e intermitente/ junto do mar sentei-me tristemente,/ olhando o céu pesado e nevoento,/ e interroguei, cismando, esse lamento/ que saía das coisas vagamente/ que inquieto desejo vos tortura , /seres elementares, força obscura?/em volta de que ideia gravitais?/ mas na imensa extensão, onde se esconde-o inconsciente imortal, só me responde, -um bramido, um queixume , e nada mais...» Foi na tarde de 11 de Setembro de 1891.Tinha 49 anos. Estava desiludido. Traumatizado. Num acto de angústia e desespero, Antero decidiu o trágico encontro com a morte.Nua e crua. A escorrer sangue. Fora de casa.
Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve este Soneto de Adilson Zotovici:
UM ABRAÇO
Escrevo-te irmão amado
Com a saudade latente
Tanto quanto preocupado
Com essa crise vigente
Queria ter te encontrado
Porém, não cri ser prudente
Carente de todo cuidado
Esse resguardo da gente
Lembra-te do postulado
Que elos duma corrente
Distantes ou lado a lado
Assim, envio-te contente
Fraterno abraço apertado
Como se junto, presente !
Adilson Zotovici
Os Desafios da Tecnologia, o Covid_19 e a Dignidade Humana
I – Os desafios da Tecnologia
.1 - Síntese das últimas Evoluções Tecnológicas
Efectuando uma breve análise aproximada dos últimos 3 séculos, tempo de vida «oficial da Maçonaria Especulativa, verificamos a curiosa coincidência, ou talvez não (se recordarmos alguns dos objectivos técnico-filosóficos que vieram a desenvolver-se com o contributo directo e indirecto da «Royal Society»….), de que a Humanidade registou três importantes «Revoluções industriais», que vieram alterar mais ou menos profundamente as estruturas e os modelos sociais vigentes à época, nos diversos países, principalmente naqueles onde surgiu, e posteriormente nos que as vieram a adoptar.
A primeira ocorreu entre 1760 e 1840 e foi precisamente a invenção da máquina a vapor (o que nos recorda os primeiros teares mecânicos em Inglaterra, os primeiros comboios, entre outros). Por volta de finais do Seculo XIX iniciou-se a Segunda Revolução Industrial, impulsionada pelo surgimento da electricidade e mais tarde do motor eléctrico, dando início à chamada massificação da produção e da iluminação eléctrica.
Com esta última conseguiu-se um enorme aumento da produtividade, potenciada pela nova organização taylorista. A electricidade, o motor eléctrico e o motor de combustão (automóvel) tornaram-se as estrelas fluorescentes da época, a que veio juntar-se o avião. Era o admirável mundo novo, em que assentaram as primeiras décadas do século XX, apenas ensombradas pela 1ª e 2ª Guerras Mundiais:
A «Terceira Revolução Industrial» (que muitos consideram continuar ainda actualmente), começou na década de 1960, com a descoberta do transistor e da denominada «tecnologia do estado sólido», seguida da rápida e sucessiva miniaturização de componentes electrónicos. Em consequência, surgiram os primeiros circuitos impressos, e mais tarde os «chips», possibilitando (com outros componentes) o «nascimento» do novo e grande Computador («mainframe»), de controlo centralizado (normalmente característico das grandes empresas, centros de investigação e universidades).
Mais tarde, na década de 1970-80, surge em cena o célebre computador pessoal, a que posteriormente a Apple e a IBM deram grande impulso, tendo esta última criado (sem o ter percebido inicialmente) uma nova e poderosa indústria de SW (Sistemas Operativos e aplicativos), de que a Microsoft (e outros) foram os grandes beneficiários.
Esta é também denominada «Revolução do computador» ou «Revolução Digital», de cuja rápida evolução ainda estamos a sofrer as consequências, fortemente potenciada na década de 1990, pelo desenvolvimento da Internet, que registou, a nível global, uma expansão acelerada. Computador que, após consecutivos acréscimos de capacidade e processamento (a lei de Moore tem sido cumprida…), agora todos utilizamos como ferramenta essencial multi-uso, quer no trabalho quer em casa.