Com a devida vénia e respectiva autorização se transcreve este artigo do blogue Comp&Esq
Reinterpretar a Maçonaria ampliando o foco
Autor: Ivan Herrera Michel
Atendendo a que, como refere o autor: "a Maçonaria é um espaço de verdadeira construção para todas as pessoas sem qualquer distinção" o pequeno texto deste conhecido autor e dirigente maçónico sul-americano, é deveras oportuno e conciso para ajudar a pensar o modo como o tricentenário passado maçónico poderá ser (re)visitado por forma a melhor preparar a Maçonaria para a resistência e simultaneamente adequação às profundas mudanças tecnológicas, sociais, filosóficas e culturais ao longo do Séc. XXI. O caminho já foi iniciado (não sem dificuldades) pelas mais importantes Obediências do ramo liberal/adogmático em pleno início do Sév.XX, resta agora seguir o caminho, aprendendo eventualmente com os erros. Se até a sempre rígida e dogmática corrente anglo-saxónica, liderada pela Grande Loja Unida de Inglaterra já se começou a movimentar, só nos resta seguir em frente com o processo inclusivo e filosófico, adequando os cuidados necessários para não subverter os princípios filosóficos e simbólicos fundamentais da Maçonaria, no nosso caso da corrente liberal (em particular).
(seleccionado do Blog «FreeMason.pt» de 09.Set.2024, por «Comp&Esq»)
Sei por experiência própria que é sempre um tema de debate fazer da interpretação da herança maçónica uma ponte entre o seu passado tricentenário e o futuro que se aproxima, num mundo cuja evolução filosófica e tecnológica parece mover-se num carro de corrida, mas a verdade é que a Ordem exige na maioria das suas instituições uma abordagem mais inclusiva e um maior respeito pela diversidade, mantendo inalterada a sua integridade ideológica, sem parecer que está a tentar forçar um elefante a entrar num Volkswagen.
Em suma, quando falamos dos rituais, símbolos e alegorias utilizados na Maçonaria, estamos a referir-nos a uma certa arte de luz e sombra que transmite os seus ensinamentos. Na verdade, a ideia principal é que sejam capazes de comunicar princípios filosóficos e morais que promovam, a nível psicológico, uma metamorfose construtiva ajustada a um princípio de realidade com complexidades infinitas.