Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

29 de junho de 2025

Séc. XXI - Actualização da Maçonaria versus Sociedade, ou o caminho da Incerteza

  




Séc. XXI - Actualização da Maçonaria versus Sociedade, ou o caminho da Incerteza



 

I - Introdução

A Maçonaria, uma das mais antigas e enigmáticas instituições fraternais do mundo, carrega consigo séculos de tradição e uma forte conexão com valores como a Liberdade, Igualdade, Fraternidade e aperfeiçoamento individual   da pessoa humana. A maçonaria não é uma religião, sendo contudo muitas vezes associada a crenças espirituais. É contudo uma instituição que transmite os seus conhecimentos, membro a membro,  através de rituais carregados de símbologia e alegorias

A Maçonaria ao longo da sua história, tem procurado adaptar-se às sucessivas mudanças sociais e culturais, ao mesmo tempo, que tenta preservar os princípios e valores que a definem. No século XXI, o impacto das novas tecnologias e a modernidade dos costumes e novas hábitos e ideias sociais representarão um novo e enorme desafio para a Instituição. Estas notas que vos apresento procuram explorar / perspectivar a forma como a Maçonaria poderá lidar com a revolução digital e as novas «modas» sociais, bem como interiorizar e envolver-se nas novas tecnologias, quanto baste, sem perder a sua essência, enquanto tal.

A Maçonaria sempre foi uma fraternidade que promoveu a convivência num ambiente restrito, seres humanos (na altura só homens) livres e de bons costumes, devidamente selecionados, em que o Simbolismo e o Rito desempenham um papel fundamental na formação dos membros. O uso de ferramentas tradicionais como o compasso, o esquadro, a régua, o malhete e o cinzel simbolizam o aperfeiçoamento contínuo do ser humano, algo que, à primeira vista, pode parecer distante das inovações tecnológicas actuais, mas é através das distintas simbologias e orientações apresentadas, que encaminhamos os nossos passos rumo ao nosso aperfeiçoamento humano, bem como o de toda a Humanidade. Todavia, o mundo moderno está cada vez mais digital, e a Maçonaria, com o seu histórico de adaptação e evolução, enfrenta também o desafio de integrar as inúmeras e novas oportunidades decorrentes das novas realidades, sem perder tradição que a distingue e caracteriza,  no mundo moderno.

Recorde-se que, curiosamente, um dos primeiros pontos de contacto da Maçonaria com as novas tecnologias foi a digitalização dos seus processos internos. Históricamente, a comunicação entre as lojas maçónicas era feita por correspondências em papel ou cartão (físicas), com um alto grau de confidencialidade e protocolo. Hoje, com a expansão das plataformas digitais, muitas dessas práticas passaram a ser realizadas por meios electrónicos, como «e-mails» e sistemas de gestão de dados ou de base de dados (por vezes sem os devidos SWs de controlo anti-fraude /ciber-crime, diga-se em abono da verdade). Os novos processos de troca de informação e comunicação facilitam e agilizam quer a gestão interna das organizações, quer  a comunicação entre os membros, economizando tempo e reduzindo custos operacionais. 

Contudo, esta transição também traz enormes desafios e preocupações, que devem (e quase sempre foram foram) ser tidas  em conta, desde o início das respectivas implementações,  tais como a necessidade de manter a segurança das informações e garantir que os valores de confidencialidade e discrição da Maçonaria sejam preservados no ambiente digital, já que, como costuma dizer-se, «uma vez no digital, no digital para sempre». Ferramentas de criptografia e sistemas de autenticação avançados têm sido adoptados, no entanto dada a proliferação de SW maligno de intrusão e suporte ao ciber-crime (utilizados pelos «hackers» e pirataria),  não é possível garantir que os dados sensíveis permaneçam protegidos a 100%. Este é um dos principais pontos a ter em atenção, quer por parte das organizações actuais, quer  sobretudo e cada vez mais, para as futuras.

Importa igualmente analisar e confrontar abertamente, qual o papel que a Maçonaria desempenhou e o que pode / deve vir a desempenhar  na sociedade e no país, e até globalmente no mundo «digital» que entrelaça actualmente o planeta,  em que nos inserimos. Referimo-nos essencialmente (mas não só) à corrente «liberal / adogmática» a que estamos adstritos e que entre nós leva já mais de 2 séculos de existência ininterrupta. Neste tempo registaram-se  muitos avanços e adversidades, consequência dos regimes mais ou menos repressivos em que conseguimos afirmar-nos e/ou sobreviver,   em especial durante a Inquisição e o absolutismo monárquico e, mais tarde,  a  ditadura salazarista, pela sua violência e duração. 

Neste já longo percurso, devemos ter um imenso orgulho no facto do GOL ser a 2ª obediência mais antiga da Europa continental em funcionamento ininterrupto (logo a seguir ao GOdF).  Por certo poderíamos ter feito mais e melhor, mas também somos consequência quer de várias insuficiências / faltas de apoio, a nível do país, quer da envolvente geo-politica local e internacional, que nos tem envolvido ao longo da história e a que não podemos permanecer alheios, antes e depois da liberdade de Abril…


II – Maçonaria versus Democracia 

Têm sido responsáveis pelo avanço civilizacional e humanista dos três dois séculos, apesar das duas terríveis guerras mundiais do Séc.XX , mas que agora  os novos extremistas de direita, querem voltar a colocar em causa, utilizando os métodos do passado,  travestidos de camuflado pseudo-democrático e «iliberal».

A evolução civilizacional que tínhamos assumido no mundo ocidental, como conquistada e relativamente estável (ou mesmo irreversível,  após a derrota do eixo fascista, em 1945), está cada vez mais ameaçada pelas novas realidades, resultantes da globalização sem regras, originada pelo progressivo controlo do poder económico, oligárquico e supra-nacional, sobre o poder político nacional e internacional. 

Como reação à geral incapacidade (ou falta de vontade)  politica em inverter a situação (incapacidade, incompetência e corrupção manifestada por vários actores politico-económicos), movimentos populistas e extremistas - religiosos e/ou fascizantes - começaram a ressurgir nas últimas três décadas. Tendo obtido crescente apoio nos últimos anos (com as eleição de Trump,  Victor Orban, Bolsonaro, e agora novamente Trump, entre outros) e aproximando  Marine LePen  cada vez mais do caminho que, segundo ela,   lhe abrirá a entrada triunfal no palácio do Eliseu (felizmente frustado até hoje), mas dado como certo nas próximas eleições presidenciais em França. 

Adicionalmente já temos até regimes autodenominados «iliberais», instalados na Hungria e na Chéquia e em risco de instalação na Roménia e Bulgária, isto para referir só a Europa.... Se nada for concretizado para lhes tirar argumentos e os combater com mais eficácia, a «peste» já se  alargou à Itália e à Polónia (bloqueada apenas pelas últimas eleições, onde foi eleito Tusk e agora com o apoio à Ucrânia, após a invasão da Rússia). É  muito possível que Espanha, Alemanha (onde a extrema-direita fascizante ficou em 2º lugar, nas últimas eleições)  Aústria,  até mesmo o nosso país (com base nos recentes resultados eleitorais (de que as sondagens já  davam eco), sejam os próximos candidatos. Recorde-se também que nos últimos anos, no que chamávamos de paraíso nórdico europeu, tem havido, desde os últimos quinze anos e até hoje,  governos de coligação da direita com a extrema-direita, (devido à grande subida dos extremistas,  principalmente face à questão dos emigrantes e perdas do valor de subsídios e reformas dos cidadãos locais, entre outras)

Platão escreveu que a democracia inevitavelmente tem a tirania como sua sucessora, por causa dos excessos de liberdade. Sejamos porém um pouco mais mais optimistas e lembremo-nos que Winston Churchill afirmou, numa das suas frases mais divulgadas: “A democracia é  a pior forma de governo, com a excepção de todas as demais” ou: 

“A democracia é  o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor do que ela!”.. Contudo temos de reconhecer que até se podem considerar optimistas, pois não nos podemos esquecer que bestas imundas como Hitler (& outros)  se instalaram no poder, por via democrática. 


III – No futuro, que desafios?

De um modo geral, não foi fácil a sobrevivência até ao ao presente (perseguição e proibição pelas ditaduras absolutistas, Igreja totalitária e extremistas de direita) e, no entanto a Maçonaria adogmática e liberal aí está firme,  apesar da «balbúrdia» e razoável confusão em que está mergulhada no presente.  Devido ao surgimento cada vez maior de pequenas «obediências» (fruto de cisões, muitas vezes artificiais, normalmente para satisfazer as vaidades e ambições dos «líderes» que as acabam por dirigir). Para além disto continuamos a perpetuar a  já tradicional, absurda e permanente clivagem da Maçonaria Universal, entre a chamada «regularidade» anglo-saxónica (dogmáticos) e a «irregularidade» continental (adogmáticos e laicos). No entanto  quem declarou em 1877 a «irregularidade» foram os britânicos, que assumiram a cisão por motivos que podemos considerar dignos de uma verdadeira organização dogmática (obrigação da crença em Deus e na sua manifestação revelada), sendo reconhecidos, a partir daí, como tal, o que em termos práticos se traduziu na manutenção ou até no aprofundamento do seu controlo imperial da Maçonaria (leia-se império britânico e EUA). 

Como referimos inicialmente, com a Globalização e o seu suporte  à sociedade planetária digital, desenvolveram-se a robótica, a nanociência, a realidade virtual, a mecatrónica, as neurociências e demais avanços, sobretudo a IA Inteligência Artificial (entre outras). O mundo mudou e está a mudar a uma velocidade acelerada e a maior parte de nós ainda não percebeu que já entrámos numa nova era, suportada numa evolução tecnológica dificilmente imaginada,  trinta ou quarenta anos atrás.

No passado a Maçonaria, de forma mais ou menos estruturada, foi-se expandindo pelo mundo, quase sempre a par com alguma agitação política, que de certa forma alavancou  a organização, provocou cisões, rivalidades  e guerrilhas internas de toda a espécie, originadas pela perniciosa prevalência dos valores profanos na mentalidade de vários Irmãos e até responsáveis (vaidade, mentira,  carreirismo, ambição desmedida e ganância de poder, etc).  

Contudo muitos Irmãos, felizmente, ainda persistem em assimilar os antigos ensinamentos de auto-aperfeiçoamento e evolução espiritual, construindo-se como verdadeiros Maçons. Por outro lado a Ordem também é, de modo geral, muito conservadora. Parece não contarem muito para ela os actuais avanços da ciência e os novos valores, atrasando normalmente  a sua aplicação até não poder evitá-lo (e mesmo assim com muitas lacunas – vidé a já longa novela do acesso às mulheres). Reconheçamos contudo que não é fácil juntar Modernidade com Tradição.

Como bem questiona o Ir:. H. Spoladore [9]: “Qual a função do Maçom no futuro? Social, cientifica, política, cidadão do universo? Ou será apenas de estudos e auto-aprendizagem e conhecimento? Qual será o conceito de fraternidade entre os maçons do futuro? Haverá potências como as conhecemos hoje? Qual será o conceito avançado do G.A.D.U.? “

Como será a Moral e a Ética no futuro? A Moral varia na cronicidade das épocas. O que é bom para a Ordem hoje, poderá ser mau daqui a 100 anos. Sendo a Moral o estudo e aplicação dos costumes da época e a Ética a ciência que estuda as regras pertinentes, cumpre questionar que parâmetros serão seguidos? Tudo será provavelmente bastante diferente. 

Acreditamos que talvez daqui a pelo menos 100 anos a Maçonaria existirá, mas quase por certo em moldes substancialmente diferentes dos actuais. Poderão existir eventualmente menos potências, geridas e suportadas por potentes e inteligentes sistemas computacionais, utilizando as últimas versões de SW e integrando plenamente os últimos desenvolvimentos da Inteligência Artificial (IA). Tudo poderá ocorrer de  forma muito diferente da actual ou até do que a nossa imaginação possa alcançar. Surge no entanto um obstáculo primordial, uma vez que a verdadeira Maçonaria só se aprende e pratica nas Lojas, como  «desmaterializar» este requisito  essencial? Será que poderemos vir a ter um robot a ler-nos pranchas de simbolismo e ritualística, ou até de ordem geral??

Ou, por  outro lado, com a previsível redução da aceitação das práticas maçónicas pelas Sociedades ocidentais, com a previsibilidade de decréscimo significativo do custo das aplicações e do acesso à «nuvem», poderemos assistir  a um maior «definhamento», por incapacidade de adaptação ao novo «meio digital» das maiores Obediências existentes actualmente. Esta redução de influência pode levar ao seu eventual enquistamento em micro-seitas,  estáticamente voltadas para o passado, olhando para o  «umbigo», cada vez mais esotéricas e agregadas por um líder autoritário (provávelmente após todos os eventuais contestatários, de mentalidade mais aberta, terem sido obrigados a sair...), que se irão desligando da sociedade real,  trabalhando "digitalmente" e desaparecendo gradualmente, vítimas da sua limitação e ineficácia. Temos esperança que tal não venha eventualmente a acontecer.

Os genes humanos continuarão a transmitir os mesmos caracteres programados de há duzentos mil anos atrás, apesar da evolução. As guerras, cada vez com armas mais sofisticadas, com armamentos de destruição em massa, justamente por causa da ambição, vaidade, inveja, mentira e outras qualidades «bestiais» que nos foram legadas através deles (genes), deverão perdurar, a não ser que sejam modificados pela ciência, como já alguns aventureiros pretendem. Perspectivam apagar neles todas as qualidades deploráveis ( neste enquadramento o enorme avanço tecnológico previsto, se mal usado, poderá contribuir para «programar» os genes, levando em extremo ao auto-extermínio da raça humana, na luta pela «raça pura»…, que nos recorda os miseráveis métodos de «aperfeiçoamento» dos nazis, nos campos de concentração...). Igualmente a ficção de alguns filmes «clássicos» da série guerra das Estrelas ou do Espaço, a isso «encaminha». 

O Homem, atendendo à sua natureza intrínseca e ao poder que poderá ser dado a dirigentes sem escrúpulos e radicais,  poderá usar a máquina para ter mais poder sobre os seus semelhantes, mas a máquina (de per si) não deverá ser capaz de fazer isso. 

Ao ritmo de desenvolvimento actual do software, a maioria das atividades tradicionais irá ser desactivada  nos próximos cinco a dez anos. Alguns casos actuais: o Uber é apenas uma ferramenta de software; não é proprietária de carros e, no entanto, é a maior «companhia de táxis» do mundo.  A AirBnb é a maior rede hoteleira do mundo, sem possuir um hotel sequer, a Ali-Babá é a maior cadeia de vendas na China, mas não tem armazéns, para já não falar da Google, Amazom, Apple, etc... .

Através da capacidade e potência quase ilimitada da Inteligência artificial, os computadores estão a tornar-se exponencialmente melhores no entendimento do mundo. 

Nos Estados Unidos os advogados jovens estão a perder o emprego [9], já que com o Watson (supercomputador da IBM) é possível conseguir aconselhamento legal dentro de segundos, com mais de 90% de exatidão quando comparados com  os actuais 70% de exatidão obtidos pelos advogados, pelos métodos convencionais. 

Watson está também a ajudar Enfermeiras técnicas no diagnóstico do cancro da mama, com uma exatidão de quase 100%. 

Com a significativa queda do preço das impressoras 3D nos últimos 10 anos, aliada ao enorme aumento de velocidade  (100 vezes mais rápida), muitas fábricas de sapatos começaram a imprimir sapatos em 3D e várias peças de reposição de aviões já são impressas em 3D em aeroportos remotos. Imagina-se que até o ano 2030, 15% de tudo será impresso em 3 D (incluindo casas). 

A partir de  2020/5,  a indústria automobilística tradicional começou a ser «demolida».  No futuro não haverá provavelmente mais necessidade de carta de condução ou de ser dono de um carro. Isso mudará para melhor as cidades (muito menos carros), além de que cerca de 90 a 95% dos carros actuais estarão completamente desactualizados, sendo até proibidos de circular pela poluição que provocam.

Para conseguirem resistir ao enorme confronto, as companhias tradicionais foram obrigadas a  adoptar uma técnica evolucionista e fabricam carros cada vez melhores, já híbridos e eléctricos, face aos 100% eléctricos de origem (a Tesla e actualmente as diversas marcas chinesas). Entretanto os fabricantes europeus e japoneses tentam adaptar-se pela vantagem tecnológica do «híbrido», na perspectiva do hidrogénio, de forma a manter a vantagem, pela adaptação evolutiva da sua estrutura base tecnológica analógica, evitando o domínio chinês no mercado eléctrico, quer nas baterias quer no potencial de matérias primas e metais raros que lhe estão inerentes (em que a China é o 1º produtor mundial). 

Por outro lado, a eletricidade tornar-se-á mais barata, especialmente via componentes complementares solar e eólica, que se juntam à hídrica tradicional. Teremos adicionalmente água potável abundante, através da  dessalinização da água do mar, a baixo custo. 

Quanto à Longevidade humana, possivelmente dentro de 40 anos a sobrevida média estará à volta dos  100 anos. Na Educação, com os tablets e smartphones cada vez mais baratos, cada ser humano,  poderá ter o mesmo acesso à educação e à informação, em qualquer lugar e a nível mundial, a começar pelas crianças, no pré-escolar. Necessitará, e isso é fundamental,  que lhe seja transmitida, previamente ou durante o primeiro percurso, o  mínimo de educação / conhecimento «digital», para distinguir informação, que gera conhecimento, do predominante «lixo digital». 

Com todas e tantas inovações tecnológicas, com o  poder económico e  a riqueza na mão de cada vez menos, a democracia corre o risco de se ir desfigurando em autocracias crescentes.  Os políticos são cada vez mais «telecomandados» pelo poder económico. O mesmo acontece com os cidadãos, em geral,  via da eficaz «anestesia» que os grandes meios de (des)informação, controlados por aqueles, propiciam. Tudo isto se passa  com a aderência inconsciente ou complacente  da maior parte dos cidadãos,  transformados em receptores passivos, sem que disso se apercebam. 

Se não surgir uma nova geração de políticos competentes, cultos e éticamente determinados (substancialmente diferentes da maioria actual), o que passará pela inevitável regeneração dos aparelhos partidários actuais e/ou surgimento de novos partidos com ideias democráticas mais «clean»,  abrangentes e sustentadas (em cuja formação a Maçonaria deverá ter um papel fundamental, pela «inoculação» dos seus valores), representando camadas da população mais mobilizadas e activas.  Se efectivamente estes desideratos não acontecerem, o futuro afigura-se-nos  cinzento, para não dizer mais escuro, adicionado pelos  crescentes núcleos dos populistas e extremistas de direita e dos seus companheiros «iliberais», provavelmente na altura, já deliberada e abertamente neo-nazis.

Sendo esta ameaça cada vez mais pertinente na Europa e no mundo, representa no entanto  uma oportunidade essencial para a Maçonaria estar mais perto e se entranhar na Sociedade, já que compete aos cidadãos «livres e de bons costumes», desmistificar, combater e anular com os argumentos da sua razão de ser as ameaças totalitárias e as cada vez mais gritantes desigualdades, em que a falta de solidariedade e apoio aos desempregados, aos mais fracos, aos idosos e porque não, ao meio ambiente, que a  todos afecta, se tornou a bandeira corrente da propaganda dos ideólogos do  ultra-liberalismo. 

Parece-nos pois um motivo essencial para que a  «velha» Maçonaria adogmática e liberal se una cada vez mais e sobretudo se reforce, em vez de se dispersar, pois tem aqui um campo primordial de intervenção, para que a Liberdade,  Igualdade e a Fraternidade subsistam e a Humanidade progrida, tirando partido, eficiente e livre,  dos novos meios e desenvolvimentos tecnológicos de que irão dispor. 

Uma Força de baixo para cima tem de emergir ainda mais, o que poucos Grão-Mestres ainda não perceberam, e será sómente pela união e parceria que a Maçonaria poderá exercer uma acção bastante maior, como lhe compete, a nível da Sociedade, da Universidade e da Cultura, já que no passado andou «sempre à frente do seu tempo». Tal é urgente e essencial  quando se acentua cada vez mais o crescimento dos diferentes extremismos,  que as actuais pandemias e guerras e os seus profundos efeitos a nível económico e social, irão agravar, se nada for feito para os isolar, resolver e atacar correctamente.

Será com trabalho e realizações em prol da sociedade, valorizadas e reconhecidas pelos cidadãos,  que os Grão-Mestres e demais corpos dirigentes (bem como toda a Maçonaria em geral) serão obrigados a enquadrar-se, pensando menos na utilização e exibição das suas ricas alfaias e mais nos Homens e Mulheres que terão de enquadrar, na contribuição possível para a resolução dos problemas mais graves que afectam as sociedades e a  humanidade em geral.

Haverá templos maçónicos como os conhecemos hoje? Terminarão as guerras? Haverá paz e compreensão entre os homens? O ser humano vencerá a «besta» que tem dentro de si?  Vencerá a agressividade, a vaidade e a vã ganância de poder? 

Os cientistas admitem que o potencial mental do homem esteja em 10% ou até menos, do total e que a capacidade mental poderá chegar até 40 a 50%. E quando o homem tiver todo este poder mental não se julgará Deus ou o G.A D.U? Ou será o contrário? Quando o homem tiver esta capacidade mental ele tornar-se-à  melhor, compreendendo que as guerras são inúteis. Vencerá a ancestralidade animal que tem dentro de si? [8]

Todavia, isto é  apenas especulação, pois até lá ainda muita água irá correr… . 

A Loja, além do inesgotável espaço de liberdade que representa, é também um lugar onde se transmite uma Tradição, e onde se espera que os mais velhos a continuem a propagar e representar, interpretando-a e comunicando-a aos mais novos, não esquecendo o ritual. 

Sendo a transmissão individual e cada um de nós diferentes, ninguém caminha à mesma velocidade, nem no mesmo nível de desenvolvimento. Isto nada tem a ver com o valor dos indivíduos, pois cada um é essencial para a construção do edifício do seu templo individual. Todos os Maçons são pedras indispensáveis na construção do Templo, e se houver uma pedra fraca ou deficientemente enquadrada, os outros devem consolidá-la. Quando não existe igual acesso ao conhecimento (diferente em cada Irmão), tem de existir respeito e atenção,  face ao desejo de progressão individual dos Irmãos, que assim o pretendam.

Manuel Pinto dos Santos [1] considera que, no caso da Maçonaria: “2 - Efectivamente é pensar que existe democracia em Loja, quando os Aprendizes, e os Companheiros são proibidos de votar, quer na escolha dos seus oficiais, quer nas deliberações tomadas, quando se sabe que a maioridade  civil é bastante para o acto de votar nas eleições profanas. 3 – Também a escolha dos Adjuntos dos Grão-Mestre por este, e por vezes dos membros  que compõem o Conselho da Ordem – conforme as Obediências – ou de alguns ou de todos os oficiais da Loja por parte do Venerável, demonstra que a regra democrática tem que ceder em nome de outros interesses, nomeadamente os ligados à variante iniciática. 4 – Determinado tipo de Maçonaria manteve-se activa em países ditatoriais ou totalitários, sendo legalmente permitida, como por exemplo em Cuba, durante o regime castrista.

Em que momento nós, maçons,  evocamos concretamente a democracia republicana?

No Rito Francês (e identicamente no R.E.A.A.) no momento da iniciação, durante a elaboração do testamento filosófico, pede-se ao requerente que trabalhe e identifique os deveres do homem para consigo mesmo, com a sua família, a sociedade e a Humanidade.

Posteriormente, pouco antes de fazer o juramento, o Venerável Mestre alerta:  “o compromisso que vai assumir não contém nada que possa ferir a consciência ou prejudicar a obediência às leis”.

No Rito Escocês, por proposta do Venerável, o iniciando promete trabalhar com zelo,  constância e regularidade na obra da Maçonaria,  procurando a Verdade,  respeitar e amar os Irmãos e ajudá-los  e também a pôr em prática  a lei da Solidariedade humana, doutrina moral da Maçonaria, protegendo os fracos, praticando a justiça para com todos, a dedicação para com a Pátria e para com a Família  e a dignidade para consigo próprio. 

No ritual de banquete do Rito Escocês – R.E.A.A., cito a segunda saúde: “em honra da Nação Portuguesa,  ao povo a quem pertence a soberania e  à representação nacional e aos poderes estabelecidos pela Constituição Portuguesa», terminando com “À glória e à prosperidade de Portugal” 

E por último, óbviamente, o nosso lema: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. 

Este ano, porém, às questões prementes das  desigualdades, da  paz, das «novas» guerras e do terrorismo, bem como à destruição ambiental do Planeta, sobrepõem-se também  na minha reflexão. O surgimento dos partidos políticos e organizações de ideologia pró-nazi e de extrema-direita,  representam uma ameaça pungente à democracia (que nos faz relembrar quase automaticamente, o que se passou há um século atrás, no centro da Europa). Como incentivar os cidadãos a redescobrir o espírito cívico e os meios para exercer plenamente a sua soberania, através duma democracia consistente e actuante? Como voltar a fortalecer as Democracias?

No entanto e apesar do referido anteriormente, a democracia na Loja está, contudo muito presente:

A loja é soberana e orienta-se pelo princípio "um homem livre numa loja livre". Todas as responsabilidades são claramente delimitadas e electivas. Todos os irmãos Mestres são elegíveis para os diferentes cargos. O poder dos oficiais dignatários é muito limitado e as decisões são colegiais. Os estatutos e regulamentos da loja (que não podem contrariar, mas sim complementar, os da Obediência)  são votados pela loja e nenhum oficial tem autoridade para os modificar.  A liberdade de expressão de todos os MM:.MM:. está no centro do sistema. 

Pelo tradicional método de "concessão da palavra", todos têm a oportunidade de se expressar no espaço do Templo. Apenas as ideias podem ser contraditórias, como seria de esperar num conjunto de «homens livres e de bons costumes». O aspecto contraditório destes discursos ilustra um elemento muito importante do aspecto democrático da nossa Ordem: ninguém é obrigado a fazer ou dizer o que a sua consciência lhe nega, ou a defender o ponto de vista da maioria.

Por outro lado, não existindo campanha eleitoral, existe contudo sufrágio directo para a eleição do novo Venerável e do corpo dirigente da Loja, por um período de  um ou dois anos (dependendo das Lojas), e as Eleições são estatutária e obrigatóriamente anuais, sendo permitida uma recandidatura. Na verdade, o corpo dirigente cessante avalia o curriculum e características pessoais do novo Venerável,  que se propõe ao cargo, sendo tudo aprovado pela câmara do meio, reunida para validar uma escolha, que é tudo o que queremos, eventualmente não plenamente democrática (já que o Venerável candidato propõe a sua lista, desejavelmente após consulta aos diferentes mestres, quer  do quadro cessante, quer a dos restantes), votando no entanto os Mestres da Loja livremente (desde que não tenham mais de três meses de quotas em atraso) , segundo as suas preferências, a aprovação (ou não) de todos os elementos propostos.

No entanto, podemos abordar esta questão de um modo algo diferente, olhando para a fonte das regras (leis) às quais um grupo se submete. Se estas encontrarem a sua origem dentro do próprio grupo («Regulamento Interno»), pode-se qualificar o sistema como democrático (à falta de outra designação). Por outras palavras, um sistema também pode ser qualificado como democrático (no sentido amplo definido acima), desde que um grupo social não imponha as suas regras a outro grupo. Ou por extensão, desde que todos os que o desejem possam candidatar-se à gestão.

No Regulamento Geral da N:.A:.O:., os pilares da organização democrática estão estabelecidos com uma separação clara dos três poderes: legislativo, executivo e judiciário

Por outro lado, parece-me mais difícil associar democracia e Iniciação, ou seja no fundo democracia com Tradição.

A Iniciação é uma cooptação e, portanto, não é em essência democrática. Porém, é a Loja como um todo que vota sobre a aceitação de novos membros e, neste pormenor, não há diferença entre esta cooptação e eleição por sufrágio universal.

O único elemento alheio às exigências usuais da democracia é, para o profano, o caráter anónimo dos seus sindicantes. Isso pode ser muito sério quando (pelo menos) um irmão da loja levanta objecções e o profano, na ignorância  de quem o acusa e de que é acusado, não se pode defender. O trabalho dos irmãos sindicantes deve esclarecer a Loja para o estabelecimento da verdade e, assim, permitir que todos julguem com consciência e conhecimento de causa.

Então começa para o jovem iniciado,  um período de silêncio, e um direito na prática inexistente, o voto. Esse processo não é democrático à primeira vista, mas no entanto a  grande maioria dos Aprendizes acaba adquirindo o grau de Companheiro, para  posteriormente  alcançar a  mestria. Portanto, eles não estão, nem como indivíduos, nem como grupo social fixo, privados de acesso ao poder,  podendo considerar-se como fazendo parte do mesmo grupo (ainda que por antecipação) do que aqueles que, mais tarde, irão ter acesso à democracia interna.

Outro aspecto significativo das novas tecnologias na Maçonaria é o surgimento das chamadas “Lojas Maçónicas Virtuais”. Estas lojas operam online, permitindo que maçons de diferentes partes do mundo se conectem em tempo real, independentemente da localização geográfica. A pandemia de COVID-19 acelerou a adopção dessas plataformas, mostrando que a Maçonaria pode, sim, manter a sua fraternidade e rituais, apesar da distância.

A premissa de uma loja maçónica online, no entanto, é um tema controverso. Alguns maçons defendem que o ambiente digital não é capaz de reproduzir a sacralidade e o simbolismo da interacção face a face, que é um dos pilares da prática maçónica. Alguns autores afirmam que é fundamental que as reuniões devem ser presenciais para fortalecer a cadeia de união entre irmãos e laços fraternais. Além disso, os rituais e a experiência de pertencimento a uma loja física, com a presença física de outros irmãos, são vistos por muitos como aspectos insubstituíveis. Por outro lado, outros argumentam que a virtualização pode abrir portas para um novo tipo de fraternidade global, acessível a pessoas que, por motivos de distância ou outros factores, não teriam como participar de uma loja tradicional. Há um ditado popular que afirma “não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe”, então, especular sobre o futuro é sempre tendencioso, mas é inevitável não especular a respeito de possíveis cenários.

As redes sociais e as suas plataformas, por sua vez, têm sido um campo de tensão para muitas instituições tradicionais, e a Maçonaria não é excepção. Enquanto algumas lojas preferem manter uma postura discreta nas redes sociais, outras têm adoptado uma abordagem mais aberta, utilizando plataformas na Google, Microsoft e outras, e ainda o Facebook, Instagram e YouTube para divulgar as suas actividades e desmistificar a imagem da Maçonaria.

O uso de redes sociais tem gerado debates sobre como equilibrar a transparência com o respeito à privacidade e aos mistérios da fraternidade. Se por um lado a presença nas redes pode ajudar a destruir mitos e promover a imagem positiva da Maçonaria, por outro lado, existe a preocupação de que a exposição pública excessiva possa enfraquecer o carácter reservado, discreto e exclusivo da instituição. Vejam por exemplo como são propagados sistemáticamente factos falsos sobre a nossa sublime instituição em alguns meios de comunicação.

As novas tecnologias têm um papel fundamental na educação e no aprimoramento contínuo, que são valores fundamentais da Maçonaria. Nesse sentido, as novas tecnologias oferecem oportunidades excepcionais para o crescimento pessoal e intelectual dos maçons. Plataformas de ensino a distância, webinars e cursos online permitem que os membros se aprofundem em áreas como filosofia, história, moralidade, e ética, sem as limitações físicas de encontros presenciais, proporcionando um aperfeiçoamento continuo.

Além disso, a Maçonaria tem aproveitado os recursos das tecnologias para promover o debate e a reflexão. Ferramentas como fóruns, grupos de discussão e podcasts têm servido como meios para que os maçons compartilhem as suas ideias e discutam temas relevantes, mantendo viva a tradição da aprendizagem colectiva.

Num mundo cada vez mais globalizado e interconectado, as novas tecnologias representam uma oportunidade para a Maçonaria expandir os seus horizontes, ampliar a sua fraternidade e continuar o seu trabalho de transformação pessoal e colectiva. No entanto, é essencial que a instituição não se perca de vista no meio de tanta inovação tecnológica. Os valores essenciais da Maçonaria, como a busca pelo conhecimento, a prática da moralidade, e o aperfeiçoamento do carácter, precisam ser preservados em qualquer adaptação às novas ferramentas digitais.

Assim, a Maçonaria encontra-se perante uma questão fundamental: como conciliar a sua rica tradição com os avanços tecnológicos? A resposta a essa pergunta será, sem dúvida, um dos maiores desafios da fraternidade no futuro. O mais importante, no entanto, é que como sempre, os maçons continuarão a buscar o equilíbrio entre o antigo e o novo, entre o passado e o futuro, mantendo viva a chama da fraternidade e do saber.


IV - Concluindo

A relação entre a Maçonaria e as novas tecnologias é complexa e multifacetada. Por um lado, as tecnologias oferecem vantagens significativas, como a melhoria na comunicação, o acesso a vasta bibliografia e recursos educativos e a possibilidade de expandir a fraternidade além das fronteiras geográficas. Por outro, a preservação dos valores centenários da Maçonaria, como o simbolismo, o ritual e a privacidade, exige uma abordagem cuidadosa e equilibrada. A Maçonaria do futuro terá que aprender a navegar entre a tradição e a inovação, aproveitando as novas ferramentas sem comprometer os princípios que a tornaram uma instituição respeitada ao longo de séculos.

Não é apenas um mero conceito abstracto toda a ritualística e presença física em loja, mas sim, um guia concreto para alcançar um virtuoso bem-estar interno. As práticas compartilhadas têm o poder de revolucionar a sua perspectiva e abordagem perante os desafios do dia a dia. Não podemos ceder diante dos dilemas e aflições da vida, não sejamos tão inflexíveis como uma pedra bruta a eventos que estão além do nosso controle, em vez de dissipar energia e preocupação desnecessária com factores externos e incontroláveis. Devemos ser maleáveis e aprender a concentrar a nossa atenção naquilo que de facto podemos infuenciar, as nossas atitudes e acções, num mundo imprevisível e em constante mutação, frequentemente com circunstâncias incontroláveis como eventos naturais, acções de terceiros ou decisões alheias. Os meios de comunicação são ferramentas fundamentais, a forma como serão utilizadas é a grande questão.

Uma Força de baixo para cima tem de emergir ainda mais, o que poucos Grão-Mestres ainda não perceberam, e será sómente pela união e parceria entre as LLoj:. e o social, que a Maçonaria poderá exercer uma acção bastante maior, como lhe compete, a nível da Sociedade. Tão essencial quando se registam cada vez mais o crescimento dos diferentes extremismos,  que as actuais situações críticas da Guerra entre Israel e Palestina / Irão, Iraque, Síria e Rússia / Ucrânia, bem como as restantes em África e Oriente e os seus profundos efeitos a nível económico e social, irão agravar, se nada for feito para os isolar, atacar correctamente  e resolver.

Será com trabalho e realizações em prol da sociedade, valorizadas pelos cidadãos,  que os Grão-Mestres e demais corpos dirigentes (bem como toda a Maçonaria em geral) serão obrigados a enquadrar-se, pensando menos na utilização e exibição das suas ricas alfaias e mais nos Homens e Mulheres, e na contribuição possível para a resolução dos problemas mais graves que afectam as sociedades e a  humanidade em geral.

Haverá templos maçónicos como os conhecemos hoje? Terminarão as guerras? Haverá paz e compreensão entre os homens? O ser humano vencerá a fera bestial que tem dentro de si?  Vencerá a agressividade, a vaidade e a vã ganância de poder? 

Os cientistas admitem que o potencial mental do homem esteja em 10% ou até menos e que a capacidade mental poderá chegar até 40 a 50%. E quando o homem tiver todo este poder mental não se julgará Deus? Ou será o contrário? Quando o homem tiver esta capacidade mental ele tornar-se-à  melhor, compreendendo que as guerras são inúteis. Vencerá a besta que tem dentro de si? Compreenderá melhor o significado amplo do G.A.D.U.? [8]

Sendo certo que apenas perspectivamos o nosso futuro, podemos através dos dados que temos no presente, e analisando o fantástico avanço da ciência (praticamente já fora da nossa imaginação), fazermos uma pálida projeção de ideias baseadas naqueles dados, de como  poderá ser o porvir. Todavia, é apenas especulação, pois até lá ainda muito irá acontecer. 

A Loja, além do formidável espaço de liberdade que representa, é também um lugar onde se transmite uma Tradição, e onde se espera que os mais velhos representem, interpretem e comuniquem aos mais novos,  essa Tradição. 

Todos os Maçons são pedras indispensáveis na construção do Templo, e se houver uma pedra fraca ou deficientemente enquadrada, os outros devem consolidá-la. Aqui não existe igual acesso ao conhecimento, mas respeito e atenção,  face ao desejo de progressão individual dos Irmãos, que assim o pretendam.

Termino ainda com Churchill: “É inútil dizer que estamos a fazer o possível. Precisamos de fazer o necessário”, e também: “Qual o valor de viver, se não for lutar por causas nobres e tornar este mundo confuso um lugar melhor para aqueles que viverão nele depois de termos partido?”.  Esperemos sinceramente que estas afirmações se ajustem ainda mais ao futuro, ou no mínimo, que continuemos a construir nos nossos Templos os traçados que o permitirão manter, redesenhar, ajustar e alterar/construir (ou reconstruir…. ).

Será que iremos a tempo?

Salvador Allende  M:. M:.

(Maio.2025 e:.v:.)

(selecionado a partir do Blog «Comp&Esq»/ para Blog «R:.L:. Salvador Allende» - GOL:. , Lisboa)

Bibliografia

1 - “Dicionário da Antiga e Moderna Maçonaria” – Manuel Pinto dos Santos, Lisboa 2012

2 – “Democratie et Franc-Maçonnerie”  – L´Edifice.net@ledifice.net»”  – s/ autor expresso («X.M.»)

3 – “La Symbolique Maçonnique du Troisième Millénaire” - Mainguy,  Irène -– Éditions Dervy, 2006, Paris

4 – “Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie” – Daniel Ligou,  Éditions PUF, 2015 (3ªÉdition), Paris

5 – “L’Apprentissage Maçonnique - Une École de L’éveil» - Béresniak, Daniel, Éditions Detrad – 2009, Paris

6 – “Le Petit Dictionnaire de la Franc-Maçonnerie” -  Guy Chassagnard – Éditions Alphée, 2005

7 – “O Mundo de Amanhã – Geopolítica contemporânea” – Carlos Gaspar – Fundação FMS

8 –  “Avanços Tecnológicos e o Futuro da Maçonaria“ – Hercule Spoladore - Revista digital “ACML News” nr.3,      20.Ago.2017

9 – “Grand Orient.- las vérités do G.M. do GOdF” - ALain Bauer – Éditions Denoel, 2002.

10 – “A Maçonaria no Século XXI - algumas Interrogações” – Salvador Allende M:.M:. (Blog “Compasso  & Esquadro”)

11 – “A  integração nas Obediências  «Liberais» e a questão da «inclusão Feminina»  – Salvador Allende M:.M:. (RL:. Salvador Allende - GOL) - Set.2022

12 – “Para uma nova Ética Social em Pleno Século XXI” – Salvador Allende M:.M:. (Blog ““Compasso  & Esquadro””) – Ago.2022

13 – “Desafios que se colocam à Maçonaria e à NAO:. No Século XXI - Salvador Allende M:.M:. (blog ““Compasso  & Esquadro””)    Abril.2025

 

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