A Relevância da Cadeia de União no Ritual
I – Acerca do Ritual
A palavra Ritual tem origem no adjectivo latino «liber ritualis», sendo contudo um substantivo em português. Nas religiões (como na católica, p. ex.) é um livro litúrgico onde residem o conjunto das cerimónias do culto, de cariz essencialmente dogmático. Na Maçonaria designa semelhantemente um conjunto de instruções com determinado significado e coerência simbólicas, que se utilizam para coordenar, estruturando, a realização de uma Sessão.
A grande diferença é que na Maçonaria Liberal (ou Adogmática) o Ritual é interpretado sob uma perspectiva não dogmática, devendo ser seguido como auxiliar ao aperfeiçoamento maçónico individual, dando coesão e sentido de unidade ao trabalho em Loja. Este é motivo mais do que suficiente para que cada Apr:. deva seguir atentamente o ritual em cada Sessão, tentando perceber os ensinamentos e o simbolismo nele contido. Não é contudo obrigatório sabê-los de cor, contrariamente ao que acontece no ramo da Maçonaria dogmática ou anglo-saxónica, como por exemplo no Ritos Inglês de Emulação ou no de York.
Os Rituais são publicados (pelo menos nos graus simbólicos) pelas Obediências e o seu cumprimento coerente e rigoroso deve ser exigido às Lojas que as compõem, devendo em nossa opinião (contrariamente ao que defendem alguns Irmãos), ser uniforme em todas elas, ou seja as LLoj:. não devem «inventar» derivações sobre o ritual oficial. Se existirem dúvidas ou propostas de alteração, desde que devidamente fundamentadas, deve ser solicitado superiormente ao Conselho da Ordem, a correcção de eventuais erros ou desactualizações. Estas no entanto só terão validade após a aprovação da potência (ou Câmara de Administração) respectiva, ou seja no que ao R.E.A.A. diz respeito, o «Supremo Conselho do Grau 33 para Portugal e sua jurisdição», corpo que é responsável pela gestão do Rito. O mesmo acontecerá, pelas mesmas razões, para o Rito Francês, agora com o Grande Capítulo Geral de Portugal-R.F.
O Ritual é o fio condutor, o agregador e o unificador dos trabalhos em cada Sessão e, ao mesmo tempo, o guardião da identidade e solidariedade maçónica entre todos os Irmãos, pelo que deve ser cumprido com rigor, pois sob o comando do malhete do VM:., secundado pelos VVIg:. ele organiza e dá resposta aos objectivos iniciáticos que cada Grau tem por finalidade, em cada Sessão, através da intervenção disciplinada e ritmada dos quadros da loja.