Salvador Allende na Encruzilhada do Tempo
“Cuando la venda cayó de mis ojos y pude observar las espadas dirigidas a quien veía por primera vez la luz masónica y oía las palabras del Venerable Maestro, pude entender que esa era una expresión de profunda y honda solidaridad, para hacerle presente al iniciado que sus hermanos estarían prestos para acudir en su ayuda si el caso así lo requiriera.”
Salvador Allende, desde as lutas estudantis e universitárias em Santigo, até à sua morte, encontrou-se numa encruzilhada política e ideológica, em que a Igreja Católica, as potências europeias e os EUA estiveram profundamente implicadas, em parar a revolução socialista e socializante da sociedade tradicional e fechada do mundo ocidental.
O Chile, pelas condições históricas intrínsecas, ligadas á forte imigração europeia do pós-guerra, recebeu emigrantes empobrecidos e mal tratados pela própria guerra e pelo sistema económico depauperado. Mas estes emigrantes europeus não eram totalmente alheios às lutas operárias, às ideias do socialismo e do marxismo.
Do anarquismo, ao marxismo, passando pelo socialismo e a social-democracia, o Chile foi palco de lutas intensas, quer nas ruas e nas famosas minas de Nitratos do Chile, no deserto de Atacama, como no parlamento. De facto, Allende chegou a fazer parte do parlamento chileno entre 1937-1943, concorreu três vezes à presidência em 1952, em 1958 e em 1964, e só ganhou à quarta vez em 1970.
As alianças partidárias e com a própria igreja católica socialista que Allende acalentou ― apelidada de “cristianismo subversivo” ―, fez tremer de morte aqueles que do mundo quiseram que fosse palco a Coreia, o Vietnam, o Camboja, a extensamente América Central e do Sul e a África. A luta pelas autonomias nacionais e étnicas, a luta pelos direitos do homem, a mudança do paradigma vigente do colonialismo, do velho imperialismo, para as novas formas de democracia, foi a espada que o grito dos povos desferiu sobre o corpo social e económico agastado e virulento, herdeiro do séc. XIX, e dos problemas imperiais que nunca foram resolvidos na Primeira e na Segunda Grandes Guerras.