Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)
27 de fevereiro de 2020
OFICINA MAIS BELA
Transcreve-se, com a devida vénia e respectiva autorização, mais um poema de Adilson Zotovici:
OFICINA MAIS BELA
Qual bem pintada aquarela
Ou mesmo a lápis num papel
Ou burilado em estela
Com forte maço e bom cinzel
Qual tela doce e singela
Que ao livre pedreiro é mel
Que se distante flagela
E que sem ela é fel
O “Olho”, a sentinela,
Desde o portal ao dossel
Onde o obreiro se revela
Admissão nela, o laurel
A oficina mais bela
Do fundo da terra ao céu!
Adilson Zotovici
25 de fevereiro de 2020
A Alegre Sabedoria dos Construtores
Com a devida vénia se transcreve este Artigo ( de Luiz A. Rebouças dos Santos) publicado no Blogue Jakim&Boaz, por sua vez seleccionado do “Informativo CHICO DA BOTICA
A Alegre Sabedoria dos Construtores
Lá pelos anos 70 eu trabalhava numa fundação pública, e começava a entrar na moda o tal de computador, que era um privilégio de algum “alto especialista” que fazia mistério do seu trabalho.
Os computadores da época não realizavam mais do que quatro operações, com muita lentidão e um gasto enorme de fitas ou cartões perfurados. Já começavam a surgir versões de uso pessoal, com programas gravados em fitas K7 e até uma novíssima versão de um CP 200 que usava disquetões. Meu colega comprou um desses e vendeu-me o mais antigo. Assim, eu tinha em casa um computador. Mas precisava mais: uma pequena TV que servia de monitor; um gravador de K7 para ler o programa e, pelo zumbido que fazia, estava ou não baixando o programa para poder ser usado. Uma mão-de-obra!
A alusão à fundação pública é porque, nesses ambientes de planeamento, e principalmente no sector público, os grandes intervalos que ficávamos à disposição da entidade precisavam ser preenchidos e, certamente por discrição, escolhemos jogar xadrez. Para sermos mais discretos, o jogo era feito por correspondência – veja bem, não existiam e-mails! – e, aos lances dados, era-nos possível estudá-los e contrapor, quer no mesmo dia ou no dia seguinte.
O programa que veio junto com meu computador eram jogos de xadrez em três níveis, do mais fácil ao mais sofisticado. Eu estudava em livros de mestres de xadrez e, primeira experiência com meu computador foi desafiá-lo, com base num jogo já conhecido, dos livros, em que as brancas venceriam facilmente.
Comecei com as brancas, propondo uma abertura de centro e um gambito, para ganhar o centro do tabuleiro. O computador respondia conforme a lógica. Porém, ao aproximar-se do fim, onde eu deveria dar-lhe o xeque-mate, olhei para o tabuleiro e lá estava outro jogo, diferente do que tinha colocado até então!
21 de fevereiro de 2020
A escolha do meu nome Simbólico
“A escolha do meu nome Simbólico"
Para uma melhor compreensão do meu nome simbólico, faço o enquadramento do nome José David através do poema “Meus Heróis”, do António Arnaut.
Meus Heróis
Prezo os símbolos, o rasto e os sinais
da minha nostalgia portuguesa.
Mas os meus heróis verdadeiros não vêm na história;
não têm monumentos nas praças domingueiras
nem dias feriados a lembrar-lhes o nome.
São heróis dos dias úteis da semana:
levantam-se antes do sol e recolhem apenas
quando a noite se fecha nos seus olhos.
Lavram a terra, o mar, e são jograis
colhendo a virgindade pudica da vida.
Sobem aos andaimes, descem às minas
e comem entre dois apitos convulsivos
um caldo de lágrimas antigas.
São os construtores do meu país, à espera!
Mouros no trabalho e cristãos na esperança;
famintos do futuro, como se a madrugada
fosse seara imensa apetecida
onde o sol desponta nas espigas
sobre o casto silêncio da montanha
António Arnaut
20 de fevereiro de 2020
As Diversas Influências Filosóficas que a Maçonaria Incorporou (Séc.- XVII-XVIII)
As Diversas Influências Filosóficas que a Maçonaria Incorporou
(Séc.- XVII-XVIII)
Com o crescimento das cidades durante o Renascimento, a Reforma e a Contra-Reforma e o declínio na demanda por grandes projectos de construção, os privilégios especiais dos pedreiros como artesãos viajantes desapareceram — em Portugal, a última Grande Obra (assinada) de arquitectura urbana foi o Aqueduto das Águas Livres.
Como resultado, os Pedreiros Livres começaram a receber não-pedreiros como clientes. Isso levou a que no século XVII, a um grande número de pedreiros especulativos ou não-trabalhadores entrassem nas “lojas” maçónicas. Mas os maçons mantiveram as antigas tradições, na simbologia e na geometria. É assim que ainda hoje os novos membros continuam a ser designados por ‘Aprendizes’, depois ‘Companheiros’ e finalmente ‘Mestres Maçons’. É por isso que ainda hoje se mantêm o segredo original de como se ensina a amizade, a ética, amor fraterno, a solidariedade e a verdade. E é também pelas mesma razões que se praticam as senhas e os sinais antigos. Pelo menos é nisto que os maçons acreditam relativamente ao seu passado histórico, desde o ‘Século das Luzes’.
A estrutura da Maçonaria especulativa moderna, como a que conhecemos hoje, não surgiu com a formação da primeira Grande Loja em Londres em 1717, como alguns insistem em defender — esta afirmação baseia-se tão-somente na necessidade de justificar o poder imperial britânico e colonial face à restante Europa franco-maçónica, num tempo em que a casa real dos Hanover usurpou a coroa original de Inglaterra da Casa dos Stuart em 1714. É por esta razão que a actual realeza britânica continua tão empenhada em manter a imagem e o poder, apelidado de Commonwealth e porque insistem em propagar a mentira de que a Maçonaria Especulativa Moderna foi fundado por eles.
19 de fevereiro de 2020
O Esquadro e o Nível no Simbolismo Maçónico do 2º Grau.
O Esquadro e o Nível no Simbolismo Maçónico do 2º Grau.
Os símbolos constituem representações analógicas relacionadas com determinados objetos considerados e a sua significação pressupõe desde logo conhecimentos já adquiridos sobre aqueles objetos. Há autores que enaltecem um sentido anagógico caraterístico do simbolismo maçónico em ordem a elevar a sua significação às coisas do alto, do espírito, do divino, entendidas tais coisas como algo incognoscível que anima o ser humano na busca da fraternidade e da tolerância, procurando simultaneamente o aperfeiçoamento individual dos seus membros que, guiados pelo farol dos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade agem convictos de que desta forma se contribuirá também para o aperfeiçoamento da humanidade em ordem a elevar os seus melhores, mais justos e honrosos valores em prol do bem comum.
A simbologia respeitante à construção do Templo – entendido este figurativamente como um lugar sagrado constituído por cada um de nós enquanto seres humanos – inicia-se pelo desbaste da pedra bruta, das imperfeições e insuficiências que nos são intrínsecas, para o que nos socorremos de dois instrumentos essenciais para o efeito: o malho e o cinzel. O primeiro, em forma de martelo usado para pregar ou bater, compactar ou demolir, simboliza a força material, a determinação e a perseverança indispensáveis na superação dos obstáculos visando a prossecução dos objetivos em mente; o segundo, de formato cuneiforme, é usado para sulcar as pedras ou os metais simbolizando as belas-artes e representando a precisão, a beleza, o pormenor e o discernimento.
Juntos, o malho e o cinzel elevam o ser humano na busca da independência e da perfeição.
Na construção do Templo na dimensão acima referida de busca do aperfeiçoamento de cada um de nós, a continuação do desbaste da pedra bruta implica a necessidade de retificar e ordenar as imperfeições que sempre permanecem, pelo que se torna indispensável socorrermo-nos do esquadro, instrumento em forma de triângulo-retângulo usado para traçar ângulos e perpendiculares sobre a pedra bruta visando a obtenção da pedra cúbica, do aperfeiçoamento, da melhoria, da superação, na edificação do Templo em permanente reparação e renovação.
10 de fevereiro de 2020
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