A Minha Experiência Iniciática e a Simbologia Maçónica em Grau de Aprendiz

A Minha Experiência Iniciática e a Simbologia Maçónica em Grau de Aprendiz

O que mais me marcou durante a minha experiência maçónica em grau de aprendiz, para além da cerimónia de iniciação, foi o silêncio imposto pelo processo iniciático, no contexto da ordem em loja, que é reflexo da estrutura da organização e, ainda, os símbolos maçónicos que estão dispostos de forma organizada na nossa oficina ou loja.
Segundo Platão "O começo é a parte mais importante do trabalho", e assim o silêncio começou no processo iniciático, logo no momento da passagem da vida profana à (Editado pela Comissão Editorial do Blogue). Na (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), em silêncio, questionei-me acerca de mim, procurei resposta acerca de quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? 
A disciplina do silêncio foi, no princípio, um processo difícil, sendo eu um recém (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) habituado ao ruído da sociedade profana, da Sociedade Liquida (Zygmunt Bauman) e sobretudo de uma Sociedade do Espectáculo (Guy Debord) em que vivemos actualmente em sociedade. Com efeito, tal como afirmou Sófocles “Há algo de ameaçador num silêncio muito prolongado.” No entanto, acabei por incorporar essa disciplina, tendo tido oportunidade de observar os trabalhos em loja e substituindo, progressivamente, a necessidade de intervir pela necessidade de ouvir e compreender.
O método utilizado no processo iniciático consiste na observação pelo aprendiz de todo o ritual em loja desenvolvido pelos mestres e companheiros. Neste ritual o que mais me fascinou foram as leituras (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) e debates subsequentes, porque estimulam o livre pensamento e o aprofundamento do conhecimento. Eu, enquanto (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), sinto-me verdadeiramente privilegiado por poder integrar e assistir, em silêncio, a este contexto privado de qualidade superior, ocorrendo-me, frequentemente, o pensamento de William Shakespeare segundo o qual “É melhor ser rei do teu silêncio do que escravo das tuas palavras.”


Afinal, o silêncio em loja funciona como uma espécie de bússola que nos ajuda a escolher a direcção a tomar, estimulando o intelecto, a meditação e a espiritualidade.
Por outro lado, é de sublinhar a Ordem da (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), que se organiza pela posição ocupada pelos Mestres, Companheiros e Aprendizes, assim como a postura corporal adotada por cada elemento em loja. Enquanto aprendiz adopto a postura recomendada e apreendo em silêncio.
Segundo António Damásio sobre o corpo e a mente “A coisa mais importante de todas é que o corpo é o apoio para a mente. Não seria possível haver uma estrutura mental se não houvesse uma estrutura corporal.”
De facto, a correta postura de um aprendiz em loja ajuda a processar, de forma equilibrada, todas as emoções e pensamentos, sem comprometer o silêncio a que está obrigado. 
A ordem da loja e o seu alinhamento (Editado pela Comissão Editorial do Blogue)no templo. Todos estes cargos são ocupados por (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), com duração transitória, sem implicações hierárquicas, mas antes funcionais.
Há ainda a sublinhar a importância dos símbolos maçónicos em loja, designadamente (Editado pela Comissão Editorial do Blogue).(Editado pela Comissão Editorial do Blogue) representa a Justiça, pela qual devem ser medidos os actos do homem: simboliza, também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido, símbolo do todo, do Universo, (Editado pela Comissão Editorial do Blogue) simboliza a Equidade, a justiça, a Rectidão de carácter; esotericamente representa a matéria, ou o corpo físico, (Editado pela Comissão Editorial do Blogue)
Outros instrumentos e materiais simbolicamente relevantes em loja são a Pedra Bruta, o pavimento de xadrez, o painel, as colunas e o avental.

Por último, um dos preceitos maçónicos que mais seduz é “Ama a Humanidade”, que se encontra descrito na obra de introdução a maçonaria, do nosso antigo Grão-Mestre da Maçonaria António Arnaut, como algo que parecia intocável, a nossa Humanidade, mas, que hoje está em perigo por todo lado, em todos os continentes, o que exige a nossa presença activa na defesa do planeta Terra, o nosso magnífico e único reduto, onde ainda podemos viver.
E, finalmente, como disse Mahatma Gandhi “Nunca percas a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja, não quer dizer que o oceano esteja sujo por completo.” E assim, defender a nossa Humanidade é defender a nossa própria existência.


António Damásio, Apr:.