Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.
(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)
2 de julho de 2018
Efemérides-Julho
Transcrito, com a devida vénia e respectiva autorização, do LIVRO DAS EFEMÉRIDES – HISTÓRICAS, POLÍTICAS, MAÇÓNICAS E SOCIAIS - 2016
Daniel Madeira de Castro
JULHO
1766 — Criado em Hamburgo, por Friedrich Ulrich Ludwig Schroeder, maçon alemão (1744/1816), o Rito Schroeder, ou Rito Rosa-Cruz Retificado, com o objetivo de a maçonaria conter apenas as suas características fundamentais, constituído pelos três graus da maçonaria mimbólica e quatro superiores baseados na magia e alquimia. Estudou as origens maçónicas na conceção deste Rito, para combater os Altos Graus que foi adotado pela G.L. de Hamburgo e ainda hoje é praticado na Alemanha.
1791 — Fundado o Banco da América do Norte.
1792 – Foi publicado o primeiro jornal maçónico em Inglaterra o The Sentimental and Masonic Magazine.
1823 — Lojas britânicas já praticavam o Rito de Emulação.
1833 – Instalada uma barraca carbonária em Angra do Heroísmo que durou até julho e dominada por saldanhistas, a que se seguiram instalações de outras barracas no Porto, e na cidade da Horta, todas membros da Sociedade Keporática ou dos Jardineiros.
1834 — Início da guerra civil carlista em Espanha, com a morte do rei D. Fernando VII e a ascensão ao poder da raínha Isabel, desencadeou-se uma luta entre carlistas (conservadores) e liberais, com o restabelecimento da inquisição, que durou até 1839. Em Setembro de 1846 retomou-se o conflito entre republicanos e carlistas que durou até 1849. Em Maio de 1872, principalmente no País Basco e na Catalunha, desenrolou-se a guerra que levou ao restabelecimento da monarquia com o rei Afonso XII.
1835 — Começou a ser aplicada, na indústria em Portugal, a máquina a vapor.
1847 — Num trabalho de parto, foi pela primeira vez utilizado o anestésico clorofórmio pelo médico inglês James Simpson.
1864 – Surgiu a maçonaria de adoção pela criação em Lisboa da Loja Direito e Razão, que neste mês já contava com 19 irmãs.
1869 – O número 1 Boletim do G.O.L. anunciou que o G.O. Português, através do seu G.M. Mendes Leal desafiou o G.O.L. “para se tratar da união de toda a família maçónica portuguesa, fraccionada sem motivo plausível, e separada, apesar da uniformidade das suas vistas, dos seus intentos e suas organizações”, informando que as comissões negociasi eram formadas por Guilherme José Rodrigues Sette, François Lallement, Cunha Belém, José Joaquim Alves e João Caetano pelo G.O.L., e pelo G.O. Português Inocêncio Francisco da Silva, que recusou, José António Dias, Paulino Themudo e Francisco de Paula dos Santos.
1873 — O Boletim do G.O.L. deste mês publicou o processo de iniciação do que viria a ser o papa Pio IX (agosto/1839), acompanhado do seu retrato com as insígnias maçónicas.
1874 — A Dinamarca promoveu na Islândia, um governo próprio com um parlamento proporcional.
1875 — Sublevações na Bósnia e na Herzegovina contra a soberania turca do império otomano.
1883 — Fundou-se em Lisboa o Asilo e Escola Filipa de Vilhena, para raparigas, pela G.L. dos Maçons Antigos e Livres e Aceites de Portugal, obediência que se extinguiu em 1884.
1889 — Crise entre a Itália e o Vaticano.
1908 – A Carbonária passou a ser dirigida por uma Alta Venda constituída por Luz de Almeida, Machado Santos e António Maria da Silva, o primeiro considerado altamente eficaz na organização dos bombistas.
1909 — Realizou-se em Lisboa o Congresso Nacional Operário.
1914 — Circulou no G.O.L. uma prancha anónima com acusações gravosas para o G.M. Dr. Sebastião de Magalhães Lima, e uma circular do Sup. Cons. do R.E.A.A. afirmando a assunção da anterior autonomia, defendendo a constituição de 1871, esse auto-denominado Sup. Cons., publicou um decreto irradiando o G.M. do seu seio, o que, obviamente, não teve quaisquer consequências práticas no seio do G.O.L..
1927 — Distribuído pela cidade de Lisboa o manifesto anti-maçónico A Mocidade, acusando-a de responsabilidades graves na corrupção, degradação da vida familiar, vida religiosa, autoridade, patriotismo, etc..
1941 – Publicado o segundo número do jornal clandestino do P.C.P. O Militante, cujo primeiro número se desconhece a data mas se indica ter sido em 1933.
1956 — O empresário espanhol Juan Vilá Reyes (inscrito no curso de gestão do I.E.S.E. — Inst. de Estudos Superiores de la Empresa, da Opus Dei) fundou uma companhia de apoio técnico para a indústria têxtil com o nome de MATESA - Maquinaria Têxtil del Norte de Espafia, S.A.. Tratou-se do primeiro escândalo financeiro com o alegado envolvimento da Opus Dei. A ampla e obscura rede tentacular desenvolvida em torno da Matesa envolveram o ministro do comércio, o numerário Alberto Ullastres, ministro das finanças Juan José Espinosa San Martin, Mariano Navarro Rubio, gov. do Banco de Espanha, todos da Opus Dei, Giscard d'Estaing, ministro francês e o príncipe Jean de Broglie. Da investigação feita por Franco, concluiu que dos seus dezanove ministros, dez eram numerários e os restantes colaboradores próximos da Obra. O Crédit Andorra, era um dos bancos que protagonizou a fuga de capitais e era o veículo privilegiado da transferência de elevadas somas de dólares para a conta da Opus Dei no I.O.R. (adquirido em 1955 com a ajuda do Banco Popular), e pela Esfma, presidida pelo numerário, Pablo Bofill Quadras. Todas estas entidades eram controladas pela Opus Dei. Vilá Reyes foi condenado a 3 anos de prisão, entretanto, o príncipe de Broglie foi morto, no final de 1975, numa R. de Paris por um atirador profissional. Em Maio de 1977, foi declarada a falência do Banco Leclerc e dias depois o seu administrador geral, Charles Bouchard, apareceu afogado no Lago de Genebra, que curiosamente era reconhecido como um excelente nadador.
2004 – Saiu em Lisboa o primeiro número da Revista da Maçonaria, dirigida por Paulo Noguês, tendo como objetivo a participação de todos os maçons portugueses, independentemente da pertença às diferentes obediências.
Daniel Madeira de Castro
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