Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

27 de julho de 2025

Será a Maçonaria “Woke”?

 




Será a Maçonaria “Woke”?


Autor: Ivan Herrera Michel




 Na realidade, a pergunta não pode ser respondida com um simples sim ou um simples não, porque se deve necessáriamente partir do pressuposto de que existe um velho romance entre a Maçonaria e o envolvimento social que remonta às suas origens iluministas. A dificuldade surge quando a palavra “woke” [1] é utilizada de forma pejorativa contra todo o tipo de iniciativas progressistas, gerando uma carga semântica ambígua e um uso polarizado.

De facto, foi-me ensinado desde o primeiro dia que a Ordem trabalha em prol da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade e que, desde os seus primórdios, foi um refúgio de livres-pensadores que defendiam ideias relacionadas com o progresso, a liberdade de pensamento, a liberdade de consciência e os direitos do homem e do cidadão, entre outros. Por seu lado, a Real Academia da Língua Espanhola, em resposta a uma consulta que lhe foi feita,  respondeu a 7 de Abril de 2021 que

13 de julho de 2025

A Maçonaria na sua hora crítica - o vèu rasgado

 


A Maçonaria na sua hora crítica - o vèu rasgado 


Autor:  Iván Herrera Michel             

 


Durante anos, evitei diagnósticos apocalípticos sobre a Maçonaria, mas creio que chegou o momento de uma reflexão crítica (sem deixar de ser fraterna) sobre os seus desafios actuais, vistos a partir dos seus números, das suas tensões internas e pela sua fragmentação global. E escrevo isto sem qualquer intenção de polemizar. Há sinais, sintomas e dados ao longo do caminho que já não podem ser disfarçados com discursos de ocasião nem com banquetes de aniversário.              

A Maçonaria, que durante séculos se gabou da sua perfeição como regra, enfrenta hoje um preocupante desequilíbrio interno. Os seus pilares estão a ranger sob tensões doutrinárias, disputas de poder e um êxodo silencioso de membros, a tal ponto que não é exagero dizer que a sua relevância pública e a sua capacidade de inspirar as novas gerações devem ser objecto de sérias reflexões.               

Desde tempos remotos que a Ordem abraçou duas correntes principais, quase irreconciliáveis, cujas