Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

8 de agosto de 2020

Os Desafios da Tecnologia, o Covid_19 e a Dignidade Humana

 

Os Desafios da Tecnologia, o Covid_19 e a Dignidade Humana

I – Os desafios da Tecnologia

.1 - Síntese  das últimas Evoluções Tecnológicas

Efectuando uma breve análise aproximada dos  últimos 3 séculos, tempo de vida «oficial da Maçonaria Especulativa,  verificamos a curiosa coincidência,  ou talvez não (se recordarmos alguns dos objectivos técnico-filosóficos que vieram a desenvolver-se com o contributo directo e indirecto da «Royal Society»….), de que a Humanidade registou três importantes «Revoluções industriais», que vieram alterar mais ou menos profundamente as estruturas e os modelos sociais vigentes à época, nos diversos países, principalmente  naqueles onde surgiu,  e posteriormente  nos que as vieram a adoptar.

A primeira ocorreu entre 1760 e 1840 e foi precisamente a invenção da máquina  a vapor  (o que nos recorda os primeiros teares mecânicos em Inglaterra,  os primeiros comboios, entre outros). Por volta de finais do Seculo XIX iniciou-se a Segunda Revolução Industrial,  impulsionada pelo surgimento da electricidade e mais tarde do motor eléctrico, dando início à chamada massificação da produção e da iluminação eléctrica.

Com esta última conseguiu-se um enorme  aumento da produtividade, potenciada pela nova organização taylorista.  A electricidade, o motor eléctrico e o motor de combustão (automóvel) tornaram-se as estrelas fluorescentes da época, a que veio juntar-se o avião. Era o admirável  mundo novo, em que assentaram as primeiras décadas do século XX, apenas ensombradas pela 1ª e 2ª Guerras Mundiais:

A «Terceira Revolução Industrial» (que muitos consideram continuar ainda actualmente), começou na década de 1960, com a descoberta do transistor e da denominada «tecnologia do estado sólido», seguida da  rápida e sucessiva miniaturização de componentes electrónicos. Em consequência, surgiram os primeiros circuitos impressos, e mais tarde os «chips», possibilitando (com outros componentes) o «nascimento» do novo e grande Computador («mainframe»),  de controlo centralizado (normalmente característico das grandes empresas, centros de investigação e universidades).

Mais tarde, na década de 1970-80, surge em cena o célebre computador pessoal, a que posteriormente a Apple e a IBM deram  grande impulso, tendo esta última criado (sem o ter percebido inicialmente) uma nova e poderosa indústria de SW (Sistemas Operativos e aplicativos), de que a Microsoft (e outros) foram os grandes beneficiários.

Esta é  também denominada  «Revolução do computador» ou «Revolução Digital», de cuja rápida evolução  ainda estamos a sofrer as consequências, fortemente potenciada na década de 1990, pelo  desenvolvimento da Internet, que registou, a nível global, uma expansão acelerada. Computador que, após consecutivos acréscimos de capacidade e processamento (a lei de Moore tem sido cumprida…), agora todos utilizamos como ferramenta essencial multi-uso, quer no trabalho quer em casa.