Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

23 de setembro de 2018

Equinócio Outono 2018


 No corrente Ano, o Equinócio de Outono ocorre no dia 23 de Setembro às 02:54 horas. Este instante marca o início do Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 89,812 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Dezembro às 22:23 horas. No equinócio a duração do dia é cerca de 7 minutos maior do que a duração da noite. Só uns dias mais tarde, quando o Sol tiver uma declinação um pouco menor, teremos a duração da noite e do dia efectivamente iguais. Isso acontecerá no dia 26 de Setembro de 2018, em que haverá muito perto de 12 horas de luz solar directa no solo. Nesse dia o disco solar nasce às 07:27:40 horas e põe-se às 19:27:26 horas (em Lisboa), diferindo a duração do dia e da noite em apenas 14 segundos.
Desde sempre que a Maçonaria se apresenta como depósito das Tradições e Mistérios Antigos tais como a Celebração dos Ciclos ligados à Natureza como é este Equinócio de Outono.

21 de setembro de 2018

O Ritual na Maçonaria, o que é e para que serve


O Ritual na Maçonaria, o que é e para que serve

I – O que é o Ritual
Em qualquer Obediência ou Organização iniciática, o(s) Rito(s) praticado(s) consiste(m), desde a Iniciação,  num conjunto de Graus (ou «patamares»), de complexidade e conhecimento crescentes, constituindo cada um deles um conjunto coerente de instruções e procedimentos específicos, suportados num Ritual, que levam à sua aprendizagem, compreensão/conhecimento, correspondendo ao sistema e objectivos específicos do Rito, a nível desse Grau.
Portanto numa Obediência, cada um dos graus que compõem um Rito, apresenta um Ritual específico, desejavelmente uniforme.
 O conhecimento global do Rito só será atingível na sua plenitude, ao conseguir-se progredir consistentemente até ao topo, e mesmo assim o estudo e a pesquisa não terão fim, já que  a procura do conhecimento,, a caminho da Luz,  não tem limite (“somos sempre eternos Aprendizes”), e só terminará com a passagem ao Oriente Eterno. 
A primeira conclusão a tirar é pois que Rito e Ritual não são a mesma coisa, mas estão interligados, podendo considerar-se genéricamente cada Ritual como um sub-conjunto específico dos actos e cerimoniais completos do Rito, respeitante a cada Grau que o constitui, e o seu vector de  transmissão iniciática, por excelência. 
Utilizando uma comparação em termos de transmissão informática, em que a informação que segue ao longo de uma Rede digital é compactada em «pacotes»,  cada um deles com um número pré-definido de «fatias» de informação  (ou time-slot»). Ao simplificarmos,  fazendo equivaler o total do «pacote» de informação ao Rito, podemos facilmente equiparar um determinado Grau a uma «fatia» /«time-slots»)  desse  Rito , ou seja da totalidade do «pacote» transmitido. Ainda comparativamente, para se ter acesso à informação /conhecimento global contido no  «pacote» (Rito), é necessário ter conhecimento específico e sequencial de cada uma das respectivas fatias («time-slots») ou seja, de cada  Grau e do seu Ritual específico.
Independentemente do Grau em que decorre a Sessão, e focando-nos essencialmente no Grau de Apr:..,o Ritual com seus passos, procedimentos e instruções, a chamada ritualística, contêm em si um conjunto de ensinamentos específicos e simbólicos, que unívocamente o caracterizam, orientando e dando significado às acções e descrições orais no decorrer da Sessão, essencialmente da responsabilidade das Luzes da Loja (V:.M:. e VVig:.) sincronizadas com as actuações dos outros quadros.

18 de setembro de 2018

Porquê «Salvador Allende» ?


Porquê «Salvador Allende» ?

Explicar porque escolhi o nome simbólico «Salvador Allende» numa Loja com o seu nome, parece tarefa redundante e desnecessária.  Apesar de ter em conta os vários e excelentes textos de diversos IIr:., nomeadamente do Ir. José Marti,   lidos e publicados no Blog da N:. R:. Loja (ou fora dele), aceitei de bom grado o desafio (Editado pela Comissão Editorial do Blogue), porque representa uma promessa (e um dever) ainda não cumprido.  Apesar do nome simbólico que escolhi ter antecedido a Formação desta R:.L:. cada um de nós tem «razões específicas e pessoais» que fundamentam as escolhas efectuadas, pelo que gostaria de partilhar convosco, as que me dizem respeito, numa perspectiva de reforço do conhecimento mútuo e solidário,  que deve orientar sempre a nossa actuação em Loja (e fora dela).
Dir-vos-ei desde já, que a vitória eleitoral e o prestígio de Salvador Allende, enquanto Presidente e líder do povo chileno, teve um enorme impacto (entre outros) na formação politica de muitos jovens da minha geração, e da minha em particular, enquanto opositores idealistas e inexperientes ao Estado Novo (que como estudantes recém chegados à Universidade, grande parte éramos). Esse impacto foi-se progressivamente consolidando, com o avanço do processo de libertação que a «Unidade Popular» preconizava e desenvolvia, a par do combate aos contragolpes sucessivos da direita e extrema-direita, culminando no golpe fascista de que foi vitima. A partir daí, Salvador Allende constituirá sempre uma referência inabalável para todos aqueles que perfilhavam (e perfilham) os ideais da liberdade,  da democracia, do progresso social, do humanismo, da igualdade de oportunidades e da luta anti-monopolista, como essenciais no caminho para uma sociedade mais justa.

Como  Presidente,  Político,  Socialista (na correcta acepção do termo), dirigente respeitado, constituiu para muitos de nós,  naquela altura, um referencial de integridade e coerência, que jamais esqueceremos.  Para os mais novos (o relógio do tempo não pára e os anos vão rolando … ) recordo que estávamos ainda nos tempos cinzentos e sombrios da ditadura salazarenta, que a chamada «primavera marcelista» não tinha conseguido iludir,  continuando a oprimir, torturar e a expulsar da Universidade e do País (a todos os níveis sociais), os melhores que se lhe opunham.
Em 1970, o facto de ter sido possível a vitória eleitoral da «Unidade Popular» no Chile, país sob a tradicional área de influência do imperialismo americano, foi para nós uma chama que fez renascer a esperança. Fortaleceu-nos moral e politicamente a prosseguir a oposição ao decrépito regime do Estado Novo, que apesar de tudo só viria a sucumbir quatro anos depois,  graças ao golpe libertador de Abril. Foram também 3 anos intensos  de debate e discussão ideológica, no campo da Esquerda, ao mesmo tempo que se ampliava a oposição à ditadura a um numero crescente de sectores.
Lembro-me perfeitamente da avidez com que ouvíamos e líamos as rádios e a imprensa «não autorizadas» sobre a evolução da situação chilena. Contudo alguns de nós, já na altura,  tínhamos algumas dúvidas quanto à possibilidade de implementação do socialismo, por via eleitoral, sobretudo naquela época e na América do Sul, polvilhada por ditaduras fantoches e terroristas de inspiração americana, onde Cuba era a excepção, de que os EUA tinham jurado não permitir a repetição.

15 de setembro de 2018

Quem somos, o que somos, para onde vamos


Para Reflexão, transcreve-se este pensamento de H. Spoladore:
Grande parte dos Maçons não percebem ou não querem perceber que estão tendo a grande opção enquanto estão passando pelos graus simbólicos, aliás, graus estes que constituem a verdadeira Maçonaria. Infelizmente, estes Maçons são a grande maioria, e acham que a Ordem é festa, banquetes, auxilio mútuo, graus, política de lojas, fachada para outras actividades, belos aventais, distintivos na lapela, e outras tantas dicotomias, que são na verdade, verdadeiros subprodutos que a Ordem coloca a disposição de todos.

13 de setembro de 2018

Especulações a Respeito das Iniciações no Futuro


Com a devida vénia se transcreve Especulações a Respeito das Iniciações no Futuro, da autoria de Hercule Spoladore, publicado em 6 de agosto de 2018 por Luiz Marcelo Viegas no Blogue O Ponto Dentro do Círculo:
 
Se projetarmos nossa mente para daqui a cem anos, e através da especulação, da imaginação, utilizando os conhecimentos que temos no presente com relação a evolução da ciência e do avanço do pensamento humano quando houver profundas alterações de valores éticos e morais, dos costumes, reavaliações de princípios, quando o homem conseguir vencer os monstros do seu subconsciente e se tornar bom, enfim, quando souber gozar todo o maravilhoso progresso alcançado nos últimos dois séculos, muitas perguntas nos vêm à cabeça.
Existirão igrejas? Sobreviverão tantas denominações religiosas quanto as que temos no presente? Haverá a necessidade de templos? Qual será a moderna concepção do GADU? A Maçonaria sobreviverá se não mudar e se não se adaptar? As mulheres farão parte da Maçonaria Tradicional? Quando? Existirão doenças incuráveis? E as guerras?Continuarão a ser um dos flagelos da humanidade? E a mente humana como se comportará? Haverá mais Amor, mais Perdão, mais Tolerância nos corações dos Homens? E o paranormal? Conseguirá transpor facilmente a barreira dos cinco sentidos?

Se a civilização nos últimos cem anos, à mercê do avanço tecnológico incrível e fantástico, das invenções que mudaram a história da humanidade, através de uma maior liberdade de expressão e do pensamento, teve um progresso chegando a atual posição, houve pelo menos uma pálida coerência, entre a ciência e a humanidade ainda aceitando os princípios cartesianos que valorizam o racionalismo e o dualismo metafísico. Não estuda um fenômeno como um todo, estuda-o simplesmente em si, em separado. Hoje já se fala na Teoria Holística, onde tudo faz parte do todo.
Entretanto, com o advento da Informática, Internet, Realidade Virtual e outras tantas invenções maravilhosas que estão aparecendo a cada dia, o futuro parece que escapou de vez das previsões dos homens, porque pelo cartesianismo eles não conseguem mais explicar os fatos. No caso, estamos usando a imaginação.

8 de setembro de 2018

CINZAS


Transcreve-se, com a devida vénia e respectiva autorização, mais um Poema de Adilson Zotovici:

CINZAS

A Quaresma  tem início
Tempo de serenidade
A mudanças bem propício
De reflexão em verdade

Cessa  pois, o armistício,
Volta toda sociedade
A combater todo vício
Do poder, da autoridade

Seja o sonho realidade
Sem haver  qualquer  resquício
De perfídia,  iniquidade

Tragam as “Cinzas” benefício,
De austera  probidade
Do Grande Arquiteto auspício !

Adilson Zotovici

4 de setembro de 2018

Disciplina entre Colunas



Venho hoje apresentar-vos, Editado pela comissão Editorial do Blogue, uma prancha sobre o tema da “Disciplina entre Colunas”.
Tomando como referencia base alguns grandes escritos maçónicos e ainda as nossas leis e regulamentos, sugiro-vos que olhemos este tema sob três ângulos diferentes mas complementares.
O primeiro, uma perspectiva filosófica, recordando as tradições da Maçonaria Operativa no tocante ao bom funcionamento das Oficinas.
Vale a pena recordar que já no Século XVIII, na 2ª parte das Constituições de Anderson, relativas às “Obrigações de um Pedreiro-Livre”, se manifesta a preocupação de garantir a disciplina na conduta dos Irmãos, com normas que assegurassem o respeito pelos trabalhos em Loja  (“não vos comportareis jocosamente nem apalhaçadamente enquanto a Loja estiver ocupada em assuntos sérios e solenes”, ou  “não organizareis comissões privadas nem conversações separadas sem permissão do mestre”, ou “não se tragam para dentro da loja questões nem rancores”).
Também Albert Mackey,  citando os Landmarks conhecidos, realça que “É inquestionável a igualdade entre todos os maçons”, e que “Todos os Maçons estão sujeitos às leis e aos regulamentos da jurisdição maçónica em que residem”.
O segundo, numa perspectiva regulamentar, procurando traduzir nos nossos comportamentos as normas estabelecidas pela Editado pela comissão Editorial do Blogue, o qual define várias regras especificas no plano da “disciplina Maçónica”.

Assim sucede com Editado pela comissão Editorial do Blogue, que atribui aos vigilantes a competência de “direção das respetivas Colunas, sendo a eles que os Irmãos que nelas têm assento devem pedir a palavra, podendo retirar a mesma aos irmãos que dela usem sem a terem pedido. [Os Vigilantes] Transmitem nas suas Colunas os avisos do Venerável e mantêm a ordem e o silêncio”.
Ou Editado pela comissão Editorial do Blogue, com um conjunto de regras de conduta durante as sessões, em especial as relativas ao uso da palavra pelos diferentes Irmãos, definindo designadamente que nenhum pode usar da palavra mais de três vezes sobre o mesmo assunto, nem mais de dez minutos da primeira vez e cinco nas restantes.

1 de setembro de 2018

Exibicionismo


Do «Escocismo» ao Grau 33 do R.E.A.A – percursos de um Rito


Transcrito, com a devida vénia e respectiva autorização, do Blogue Jakim&Boaz.

 I – Introdução
 Diversos e distintos estudiosos e historiadores maçónicos  têm publicado trabalhos nos últimos decénios dissipando algumas das nuvensdas   várias lendas assumidas até então, esclarecendo progressivamente diversas lacunas documentais ou inconsistências, que se têm colocado aos estudiosos, quanto às reais origens do Rito Escocês Antigo e Aceito (R.E.A.A.) , bem como às motivações e objectivos que lhe foram subjacentes.
Sendo o R.E.A.A. o rito mais difundido a nível mundial, este caminho de procura das fontes originais torna-se ainda mais premente, para todos os que o pretendem praticar consistentemente e  daí as notas que humildemente procurámos coligir, aprofundando algum estudo adicional já previamente efectuado.
 Cada vez se nos afigura como um facto intransponível  a importância do grau de «Mestre» na consolidação da Maçonaria especulativa (já alvo de trabalho anterior).  Aí socorremo-nos  de alguns dos trabalhos recentes e credenciados, referenciámos alguns dos principais marcos, dados históricos e conclusões, embora concluíssemos que continua a não ser possível determinar com precisão as suas origens.
 É contudo nossa convicção que a estabilização e consolidação deste grau e da respectiva «lenda hirâmica», criou as condições objectivas para o desenvolvimento subsequente dos chamados «Altos Graus» (mais correctamente «Graus Complementares»,  com maior propriedade).
Na Maçonaria Operativa não existem dúvidas de que existiam sómente dois graus: Aprendiz e Companheiro. Aqui não existiam quaisquer influências astrológicas, alquímicas, rosacrucianas, cabalísticas ou ocultistas, ou de quaisquer outros elementos  esotéricos.  Mestre não era um grau em si, mas uma função que competia ao responsável pela construção, ou pela Loja operativa que coordenava.

No início  da Maçonaria Especulativa  ou,  como preferimos,   da  moderna Maçonaria, a situação era análoga quanto aos graus (ver constituições de Anderson de 1723, da Grande Loja de Londres e Westminster), existindo igualmente os de Aprendiz e Companheiro, sendo o de Mestre, honorifico, representando o responsável pela Loja. Não existiam templos, as reuniões eram realizadas em tabernas e durante uma reunião de maçons não se procedia à abertura de qualquer livro da Lei.  Os símbolos (correspondentes ao actual Quadro da Loja) eram desenhados no chão com giz ou carvão, sendo apagados  no final de cada Sessão.
Enquanto a Maçonaria Inglesa em virtude do seu relacionamento directo com a Igreja Anglicana e com o   aparelho de Estado, permaneceu tradicionalmente ligada à Bíblia, a Maçonaria Francesa, sem aquelas ligações e com muitos mais graus de liberdade, apesar da grande influência da religião católica romana, tornou-se, em plena altura do Iluminismo, mais permeável a uma amálgama de influências de doutrinas e de concepções heterogéneas, com muitas contribuições do iluminismo alemão (principalmente, rosacrucianas, cabalísticas, bíblico-judaicas, templárias ou astrológicas), que constituiram o fermento da germinação de variados graus que foram chamados de «Escocismo». Estes ditos «Graus superiores» aproximadamente meio século mais tarde, vieram a constituir a coluna dorsal do Rito Escocês Antigo e Aceito (e também doutros ritos escoceses que entretanto deixaram de se praticar, à excepção do Rito Escocês Rectificado - R.E.R.).