
Com a devida vénia se transcreve o conto:
O Rei está nu de Hercule Spoladore – Loja de Pesquisas Maçônicas “Brasil” –
Londrina –PR.
Era uma vez, assim começam todas as estórias, todas as fábulas, existiam três reinos que faziam divisa entre si. Nem se sabe por que havia esta divisa, pois os três povos falavam a mesma
linguagem, tinham os mesmos costumes os mesmos princípios morais, a mesma religião, a mesma etnia,a mesma moeda chamada fraternidade, usavam os mesmos princípios naturais de tolerância entre si tinham o mesmo respeito em relação ao Universo e seu Criador.
Não havia a mínima contradição. Eram todos felizes.Possivelmente há centenas de anos houve alguma razão histórica para esta divisão porque atualmente dadas às semelhanças e princípios
poderia ser apenas um reino só. Havia um parentesco muito grande entre eles. Era em realidade todos um povo só. Não havia razão para esta divisão territorial a qual por tradição permaneceu, mas sem necessidade. As divisas eram mais simbólicas que reais. Havia uma grande solidariedade e amizade
entre os três povos. Pode-se dizer que se gostavam e se amavam muito entre si e se visitavam com frequência. Normalmente os Amigos de um reino visitavam seus vizinhos, os quais eram muito bem recebidos, com muita hospitalidade. Eram parceiros em realizações sociais, onde havia algum envolvimento financeiro em dinheiro arrecadado para a realização de obras sociais que viessem a servir os três povos. Eram corteses e gentis entre si. Viviam na mais perfeita harmonia. Cada reino tinha o seu rei, é lógico, o qual mantinha as melhores relações com os demais reis vizinhos. Mas estes reinados por um princípio democrático tradicional tinham um sistema político em que num período de quatro anos, através de eleições era escolhido um novo rei. Aliás, sábio este costume, porque havia sempre a possibilidade de mudança através do voto do povo para trocar os maus governantes por um novo rei mais jovem, com maior sapiência.
Como costuma acontecer nestas estórias sempre aparece de vez em quando um vilão, uma figura estranha, que o poder lhe sobe à cabeça. Trata-se de um psicopata social. Nem todo psicopata mata pessoas. O psicopata social é um individuo que vive no meio dos seres humanos, geralmente se
comporta como se fosse normal quase ninguém percebe, só apenas algumas pessoas mais coerentes e sensíveis entendem este tipo de personalidade. O psicopata chega a imaginar um poder existencial jactando-se na sua paranoia. Ele não tem sentimento de tolerância, fraternidade e compreensão que são valores vitais que os povos destes reinos mais cultuavam. O psicopata social derruba princípios já há muito tempo aceitos e usados. Passa por cima até da própria mãe, para exercer o poder que ele imagina ter.

O rei de um destes três reinos citados, baixinho, caricato, quasímodo, mal encarado, mal preparado intelectualmente, mal intencionado, muito vaidoso, sem conhecimentos profundos sobre seu povo, e sobre a filosofia da fraternidade e da tolerância que existia nos três reinos querendo apenas aparecer e achando-se que era o rei absoluto e eterno, não percebia que apenas“estava” rei momentaneamente, e mesmo sabendo, ignorava que de tempos em tempos elegia-se democraticamente um novo rei nestes três reinos isto porque nunca imaginou, nunca soube dimensionar e sentir a felicidade que existia entre os três povos e que o povo de seu próprio reino também fazia parte desta verdadeira confraria fraterna. Ele, cego pelo poder e pela exibição e vaidade não tinha capacidade de ter estes sentimentos.