Fiquem vocês sabendo que, muito mais cedo que tarde, abrir-se-ão de novo as grandes alamedas por onde passe o homem livre, para construir uma sociedade melhor.

(Últimas declarações de Salvador Allende ao povo chileno a 11 de Setembro de 1973, quando os aviões dos generais fascistas já bombardeavam o Palácio de La Moneda)

24 de agosto de 2017

"Comemorações dos 150 Anos de Camilo Pessanha"



PROGRAMA

COIMBRA, 7 de Setembro de 2017

11h00 – JARDIM SANTA CRUZ (Sereia) - junto ao busto de Camilo Pessanha. Encontro, deposição de flores, distribuição do jornal “Viva Pessanha!” e declamação de poesia. Palavras a propósito pelas entidades envolvidas,  discursos do GAAC, Editorial Moura Pinto e CMC.
12h00 às 18h00 – junto ao Parque de Santa Cruz/Praça da República, uma instalação sonora irá reproduzindo POEMAS DE PESSANHA previamente gravados com colaboração da RUC e do CITAC. Distribuição de poemas de Pessanha em Flyers nos locais emblemáticos da cidade (Baixa, Praça da República, Universidade, bibliotecas e escolas). Coordenação de GILMAC.
15h00 às 18h00 – POESIA DECLAMADA de Camilo Pessanha nos pontos centrais da cidade por “diseurs”/actores, efetuada em vários idiomas.
15h00 às 18h00 – Casa da Escrita. “ORÁCULO”, performance intimista de GILMAC, inspirada no Tarot mas com um baralho da vida de Camilo Pessanha e Fernando Pessoa.
18h00 – Casa da Escrita. CONFERÊNCIA “Camilo Pessanha em Macau!”, proferida pelo Doutor Daniel Pires.
19h30 – JANTAR (à Sé Velha).
21h30 – Café Santa Cruz. Inauguração da exposição “Imagens que passais pela retina!”, pintura de Ivone Tavares.
22h00 – Café Santa Cruz. Tertúlia poética a Pessanha!
23h00 – Bolo de aniversário com 150 velas e brinde com vinho espumante “CLEPSYDRA”.

As actividades serão objecto de reportagem vídeo-fotográfica para memória futura, com captura e edição da Lazy Eye.

NOTA: Em virtude das parcerias efetuadas com várias entidades (CMC, CITAC, RUC, EMP), o programa tornou-se bastante extenso, pelo que o GAAC entendeu alargar as comemorações ao longo do 4º trimestre de 2017. Deste modo, a realização da peça de teatro “Clepsydra”, de um programa de rádio na RUC, de novas conferências, de uma nova exposição, da edição de um CD com poemas e reportagem das comemorações, obrigarão ao agendamento das novas iniciativas para 7 de Outubro e 7 de Novembro (datas sugestivas e meramente simbólicas). Salvaguardando de princípio que o agendamento final será harmonizado entre o GAAC e a CMC como entidades coorganizadoras das “Comemorações dos 150 anos de Camilo Pessanha em Coimbra”. O cartaz será apresentado e divulgado brevemente.
Sem mais de momento, com os nossos melhores cumprimentos,


16 de agosto de 2017

OUVIR e FALAR




Simples soneto retrata
Um ditado imorredouro
Esteio do diplomata
Aventado bom agouro

D’Arte Real que sensata
É arcano duradouro
Uma regra imediata
Ao veterano, ao calouro

É uma ação que recata
Que pode evitar desdouro
Livrar posição ingrata

Pra resumir o tesouro;
Falar, com razão, é prata...
“Ouvir, com atenção...é ouro “ !

Adilson Zotovici

14 de agosto de 2017

REPENSANDO A MAÇONARIA


Transcrito do extinto JB News (nº 972 de 02.05.2013) este artigo de Hercule Spoladore

As vezes algumas dúvidas nos vêm à mente e, refletindo, perguntamos: Qual foi a força mágica que fez com que a Maçonaria sobrevivesse? Qual foi o amálgama sociológico imperecível utilizado para que acontecesse? Quais foram os fatores que permitiram a sua continuidade? Francamente, não conseguimos uma resposta satisfatória. Encontramos explicações lógicas e coerentes apenas para algumas partes, mas para o todo, não nos convence as respostas propostas. Quando pesquisamos a história das associações esotéricas e iniciáticas alternativas, são raras as que duraram e ainda duram através dos tempos. Outras, que hoje conhecemos, ressurgiram como herdeiras de honoráveis e tradicionais instituições antigas, invocando para si uma antigüidade as vezes suspeita. Já, com a Maçonaria não aconteceu esse ressurgimento, porque ela jamais adormeceu. A partir do Iluminismo ou Ilustração, viu a monarquia se esvair, viu nascer a república, e com ela pelo menos, acredita-se, o mundo respirou um pouco de democracia, viu o pensamento humano se transformar, e sabe que teve parte nisso, Ela, desde que apareceu, vem atravessando o tempo, enfrentando e solucionando suas próprias crises, ocupando seu espaço, tem a sua própria história documentada, sendo mais presente que a própria história de muitos povos nos últimos cinco ou seis séculos. Inclusive, não nega as modificações pelas quais passou, quando deixou de ser Operativa. Sua história é muito transparente e não é guardada como um segredo. Seria uma instituição bastante organizada administrativamente? Não, e seguramente podemos afirmar que não é. Algumas potências e mesmo algumas lojas têm uma excelente organização, é verdade, mas a Maçonaria de um modo geral é mal administrada. Seria então, uma instituição que funcionaria tendo como exemplo algumas religiões seculares? Acreditamos que não, pois as religiões apesar de tratarem com a espiritualidade de seus fiéis, conta com um fator envolvente, a Fé, que não é o caso da Maçonaria, pois ela não é uma religião. O maçom deve ocupar-se com a Razão e não com a Fé, mas não pode deixar de ter Fé. Inúmeras variáveis entram neste estudo se a considerarmos como um todo. Se analisarmos todas elas, não se concebe como a Maçonaria continua inabalável, não sucumbindo aos acidentes de percurso que ela tem enfrentado ao longo de sua história, e que não foram poucos. Interessante explicação dos esotéricos quando afirmam que a Ordem seria o resultado de uma força coletiva resultante da somação da energia mental de um grupo, cuja força seria dotada de personalidade e que seria uma entidade viva e não abstrata. É o que eles afirmam ser uma Egrégora.

Vale a pena ressaltar que, apesar dos desencontros, a Maçonaria realmente possui uma força-pensamento muito poderosa, completada pela Iniciação, pela disciplina ritualística e pela doutrina. Mas, mesmo assim ainda não temos base suficiente para explicar a sua perenidade. Ela tem vida própria. Ainda assim, nos arriscamos a mencionar os fatores citados, ou seja, o iniciático e o ritualístico, e perguntarmos: não seriam eles os fatores determinantes da sobrevivência da Ordem? Entretanto, se analisarmos outras instituições iniciáticas, estas também possuem seus rituais, porém a grande maioria delas desapareceu. Muito a propósito, este questionamento que estamos fazendo no momento, já era feito em pleno século XVIII pelo maçom J.G. Fichte (1762-1814), célebre pensador alemão que afirmava que a verdade maçônica só se atingirá pela busca incessante e pelo conhecimento das fontes esotéricas, as quais seriam transmitidas pela tradição oral e não pelas fontes exotéricas (no caso, os livros, que para ele seriam profanos). Ele, em seu trabalho “Filosofia na Maçonaria” menciona as perseguições sofridas pela Ordem na época, em que viveu, em alguns países da Europa, porem em outros ela encontrava proteção. Num país ela era expulsa como inimiga do trono e incitadora de revoluções. Já em outro país, tinha pleno apoio do governo.

9 de agosto de 2017

Reflexão

Transcrito, com a devida vénia, do jornal digital «La Truelle S'Amuse»

5 de agosto de 2017

Que Mistérios Tem a Maçonaria?


Artigo de Eduardo Neves transcrito do extinto JB News (nº 1082 de 13.08.2013)
O título deste artigo encerra em si uma dualidade proposital. Por um lado, pode ser tomado como irônico, pois faz uma alusão à forma sensacionalista como a maçonaria repetidamente é tratada por grande parte dos meios de comunicação de massa – como "misteriosa", cheia de segredos e símbolos estranhos. Entretanto, a maçonaria de fato encerra em sua filosofia antigos mistérios, revelados apenas aos seus membros.
Por incrível que pareça, em pleno ano de 2010 muita gente ainda não faz idéia do que é a maçonaria, a despeito das toneladas de informação sobre essa instituição que circulam nas livrarias e, em maior volume ainda, na internet. Muitos acham que ela é uma sociedade secreta, embora funcione em prédios nas principais avenidas das cidades e tenha personalidade jurídica constituída normalmente, como qualquer outra organização. Outros acreditam em toda aquela bobagem de satanismo, gerada por uma combinação perigosa de falta de informação e intolerância. A maçonaria segue então com seu estereótipo misterioso para a maioria da população, atmosfera reforçada notadamente pelo caráter privativo de suas reuniões, que acontecem literalmente à portas fechadas.
Mas que mistérios serão esses que a maçonaria supostamente esconde das massas? Para entendermos melhor, faz-se mister uma compreensão mais profunda da palavra „mistérios‟. O dicionário Michaelis lista vários significados para este vocábulo. A maioria é relacionada com ‟segredo‟ ou „algo de difícil compreensão‟. Outras conotações surgem dentro do escopo religioso, especialmente o cristão. Mas a mera significação não é suficiente para entender a magnitude do conceito maçônico deste termo. Para isto, vamos pedir ajuda à filosofia, em particular, à filosofia do mundo antigo, que é a origem de muitos dos conceitos usados e estudados na maçonaria até hoje.
No antigo Egito e Grécia, sábios criavam centros de instrução onde candidatos que quisessem participar deveriam provar seu merecimento antes de serem admitidos. Este processo para o acesso chamava-se iniciação, e os centros chamavam-se escolas de mistérios. O faraó Akhenaton, que iniciou seu reinado no Egito por volta do ano 1.364 a.C., e Pitágoras, filósofo e matemático grego nascido em 570 a.C., foram exemplos de pensadores que fundaram tais escolas. Os ensinamentos eram repassados em um ambiente privativo, longe dos olhos e ouvidos das massas, e versavam sobre ciências (matemática, astronomia, etc), artes, música e ainda religião e espiritualidade. O próprio Cristo mantinha um círculo interno de discípulos – os doze apóstolos – a quem ensinava sua doutrina com maior profundidade. Quando falava para as massas, Jesus usava uma linguagem mais simples, em forma de parábolas, para facilitar o entendimento. Disse Ele: “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas” (Mateus 7:6), em uma clara referência de que nem tudo para todos.