
I – Introdução
Segundo Daniel Ligou (11), Regularidade é uma das noções mais complexas da Maçonaria já que os Maçons que se afirmam «regulares» não estão, mesmo entre eles, de acordo sobre os critérios de regularidade.
R.Dachez (4) refere que: “uma vez que na utilização maçónica, as palavras “regular” e “regularidade”, fizeram a sua aparição em Inglaterra, desde o início da maçonaria especulativa organizada, será à semântica inglesa que é preciso recorrer”. Por consulta do Oxford English Dictionary, temos, entre outros significados:
-”O carácter do que é uniforme» e “O que está conforme uma norma estabelecida e reconhecida, numa palavra «normal» ”. A palavra “regular” distingue assim os maçons «normais», conformes ao estatuto corrente e em vigor, que reconhecem uma autoridade oficial, face aos «irregulares» que não fazem parte desse estatuto.
É na segunda metade do século XVIII, no contexto da grande disputa pelo controlo da Maçonaria Inglesa, entre as duas Gr. Lojas rivais (G.L.L. – Grande Loja de Londres ou «Modernos» – 1717, e a G.L.A. ou «Antigos» - 1751/3»), que se deve compreender a primeira noção de “regularidade”.
Neste século, em Inglaterra é regular uma Loja que se submete à autoridade duma Grande loja e…. lhe paga as capitações. Em contrapartida os seus membros terão direito à Solidariedade dessa Gr. Loja, preocupação essencial aos maçons da época e que, nomeadamente nos «Modernos», deu origem à constituição dum comité de Solidariedade.
Neste quadro, os Regulamentos Gerais («General Regulations») da G.L.L., publicados nas Constituições de 1723, definem claramente aquele conceito, no ponto VIII: “se um número qualquer de Maçons resolvem entre eles formar uma Loja sem patente do Grão-Mestre, as Lojas Regulares não poderão considerá-los ou reconhecê-los como Irmãos conveniente e correctamente constituídos, nem aprovar as respectivas actividades ou decisões».