Artigo de Opinião transcrito do nº1239 do extinto JBNews da autoria de Anatoli Oliynik

exame mais cuidadoso vemos que é difícil dar-lhe uma definição precisa e unívoca, tão variados e
diversos são os casos em que nós o usamos. Todavia, existe um núcleo fundamentalmente igual
que ocorre constantemente: é a ausência de constrangimento.
Em maçonaria, segundo Castellani:
"Liberdade - Substantivo feminino (do latim: libertas, atis), designa a faculdade de fazer ou deixar
de fazer uma coisa por vontade própria, sem se submeter a imposições alheias; o gozo dos direitos
de homem livre; a licença, a permissão."
Definição:
Geralmente, nós entendemos liberdade como a ausência de constrangimento. A coação pode
depender de diversas causas e, por isso, podem ser distinguidos vários tipos de liberdade, dos quais
os principais são:
a. Liberdade física: é a isenção de constrangimento físico;
b. Liberdade moral: é a isenção da pressão de forças relativas à ordem moral, como prêmios,
punições, leis, ameaças.
c. Liberdade psicológica: é a isenção de impulsos de outras faculdades humanas sobre a
vontade para fazê-la agir de uma determinada forma.
d. Liberdade política: é a isenção de determinismos políticos.
e. Liberdade social: é a ausência de determinismos sociais.
Embora Liberdade seja um dos lemas da trilogia maçônica - "Liberdade, Igualdade e Fraternidade",
cujo conceito na Instituição é muito amplo e abrangente, neste artigo, trataremos mais
especificamente da liberdade psicológica. Portanto, vamos a sua definição:
Liberdade psicológica define-se como capacidade que o homem possui de fazer ou não uma
determinada coisa, de cumprir ou não determinada ação, quando já subsistem todas as condições
requeridas para agir. É o controle soberano sobre a situação, de forma que a vontade tenha em suas
mãos o poder de fazer pender a agulha da balança de um ou do outro lado. É a senhoria absoluta, o
domínio completo de si mesmo, das próprias ações, de tudo o que nos diz respeito. Nessa
possibilidade radical de decidir por si mesmo é que consiste a essência da liberdade psicológica.
Historia do problema:
O estudo do problema da liberdade efetuado pela filosofia grega, não forneceu contribuição
significativa. As principais razões pelas quais o pensamento grego não conseguiu realizar uma
investigação satisfatória do problema da liberdade são três:
a. porque considera todas as coisas sujeitas ao destino, uma vontade absoluta, superior aos
homens e aos deuses, que determina consciente ou inconscientemente a ação; por isso,
definitivamente os homens estão isentos de qualquer responsabilidade das ações.
b. porque conforme o pensamento grego, o homem faz parte da natureza e é sujeito às leis
gerais que a governam, pelo que ele não pode comportar-se diversamente.
c. porque o homem é escravo da férrea engrenagem da história, que é concebida pelo
pensamento grego como um movimento cíclico, no qual tudo se repete regularmente em um
certo período de tempo.
O problema da liberdade adquiriu uma nova dimensão e atraiu enorme interesse no pensamento
contemporâneo.
Mas, nos dois milênios da reflexão filosófica cristã, o problema não foi encarado sempre do mesmo
modo e nem recebeu uma única solução.
Durante o período patrístico e medieval o problema foi visto da perspectiva teocêntrica; a liberdade
é, sobretudo, uma relação entre o homem e Deus e a esse propósito Santo Agostinho coloca a
seguinte pergunta: "por que Deus criou o homem livre, sabendo que ele abusaria desse dom?" São
Tomás de Aquino, também nos coloca a seguinte questão: "Como é possível, pois, que o homem
seja livre se Deus é a causa principal e última de cada coisa?".